1 ▪︎ Futuro

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Dias atuais...

Ser capaz de sentir a presença dele depois de tanto tempo deveria tê-la assustado, mas a felicidade instantânea que se apoderou de seu corpo quando ela se virou e seus olhos se conectaram foi suficiente para distraí-la de tudo e qualquer coisa.

Ela nem notou o quanto estava sorrindo até sentir suas bochechas doerem, e nem se deu conta de que estava andando em sua direção até que seus corpos já estivessem unidos num abraço caloroso.

Era engraçado o modo como seu corpo parecia lembrar sem esforço como era ser abraçada por ele, seus braços enrolados ao redor dos ombros dele, e os dele apertando sua cintura. Ela ficou na ponta dos pés, mesmo que ele nitidamente estivesse se inclinando para que ela não precisasse fazê-lo, e ela meio que deu uma risada esganiçada de euforia do tipo que só se dá quando se mata a saudade.

Relutantemente ela se afastou, mas apenas o suficiente para que pudesse ver o rosto dele outra vez.

As mãos dele permaneceram em sua cintura, e as dela apertaram seus ombros dedilhando os músculos inconscientemente com as pontas dos dedos.

Com força, quase como se ela quisesse ter certeza de que ele era real.

Porém a euforia do reencontro diminuiu drasticamente quando ela se deu conta do quão próximos eles estavam, não deveria importar mais àquela altura, doze anos tinham se passado desde a primeira vez que eles estiveram tão próximos fora de cena assim afinal.

Não era grande coisa.

Mas mesmo assim, mesmo que não devesse significar mais nada, ela não conseguia deixar de ficar extremamente consciente de si mesma e de suas ações.

Seu sorriso não diminuiu, mesmo que sua animação tenha vacilado. Ela apenas se afastou mais um pouco, mantendo algo além do que um palmo de distância entre seus corpos.

- Deus! Há quanto tempo! - ela exclamou contente.

Quase se dando tapinhas de parabenização quando sua voz soou normal em seus ouvidos.

- Sim, a última vez que te vi foi no oscar... cinco anos atrás? - ele perguntou sorrindo.

Ouvir a voz dele, nesse tom, tão casual e ao mesmo tempo tão natural, quase como se eles tivessem se falado todos os dias pela última década, era como uma chama acendendo em seu estômago.

Aquela voz... inferno, ela tinha esquecido o que aquela voz a fazia sentir.

- Sim e depois disso nós dois alternamos em fugir dos holofotes - ela respondeu também sorrindo.

Porque eles realmente pareciam estar se revezando entre trabalhar e descansar, sempre que Daisy estava focando em filmes, Adam estava desaparecido ou apresentando peças, e quando ele voltava a dar o ar de sua graça em Hollywood, Daisy era quem estava ocupada com os palcos ou tirando férias.

- Alguém poderia dizer que estávamos nos evitando - ele sugeriu brincalhão.

E Daisy sorriu, porque mesmo que não fosse verdade faria sentido, e não sorrir sobre isso seria extremamente melancólico.

- Eu senti sua falta - ela disse sem nem tentar se conter.

Porque era verdade, porque mesmo que eles tivessem estado no mesmo local cinco anos antes, eles não tinham se olhado por mais que quatro segundos, e a última vez que tinham se cumprimentado apropriadamente tinha sido há mais tempo ainda.

Daisy lembra a razão disso, mas naquele instante ela resolve sabiamente ignorar quaisquer complicações que eles tenham enfrentado no passado, porque ele estava ali agora, e estava sendo fácil.

Lips Of An AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora