22 - Ossos Do Ofício

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Que apreensão, a perna não parava quieta ao que esperava por uma resposta de Mark. Ele precisava ter encontrado a tal de Rowena. Já se passaram quatro semanas e nada. Mark se mostrava muito mais participativo do que nunca. Por um lado, tinha a questão do "Deixa quieto, Bela, foi só uma transa, não é um compromisso". E ao mesmo tempo, o fato gritante do moço estar doando o dobro de seu tempo e energia para ajudá-la no que fosse preciso.

Para ela, não houve nada de extremamente romântico na conversa deles ou algo que indicasse a possibilidade de um "Algo a mais". Mas ninguém é capaz de ler mentes, e vai saber o que anda se passando na cabeça dele.

Se via em seu escritório particular dentro do apartamento, constantemente batendo os dedos nas letras do teclado sem muita conexão, fitando de minuto em minuto, o celular, à espera de algo de Mark. Será que ele conseguiu?

Para ter o que fazer à suprir um pouco da ansiedade, decidiu por entrar na "Rede", acessando-a de modo anônimo ao abrir a tela pelo servidor especial, afim de não ser rastreada, protocolo de praxe. Em seguida, veio o pedido de senha: "B-R-A-M-S-T-O-K-E-R". O site abriu e seu perfil foi conectado. A foto de perfil era a de Amendoim, sob o codinome de "CatWoman" (Mulher Gato).

Com tantas postagens de outros anônimos e seus pedidos, a tela ficou cheia de perfis com nomes falsos assim como o dela, todos oferecendo quantias absurdas por barganhas de artefatos "Místicos". Um deles no entanto, chamou a atenção. Um colar de esmeraldas, grande e com certeza pesado. A atenção se deu pelo fato que ela o conhecia e muito bem.

- Não acredito nisso...

Foi na Arábia Saudita, no Oriente Médio onde encontrou o colar pela primeira vez. Esteve lá em sua última operação com os "Homens Das Letras", quando serviu o obrigatório último favor à Kendricks Academy à cerca de dois anos atrás. Em Riad, a populosa metrópole, foi onde a operação se deu. Apenas sua presença foi de fato requerida como prestação de honra numa missão "especial". Bela não teve muita participação, mas foi lá que tudo aconteceu.

Pelo menos trinta enviados, homens e mulheres uniformizados com ternos sob medida, portanto o logo "KA" no peito invadiram uma propriedade privada. Um prédio mal cuidado de uma parte decadente do centro. Ela portava um colete à prova de balas e uma arma, pistola calibre 22 e cabelo preso, bem encurtado, impossibilitando que possíveis inimigos pudessem puxá-la ou agarrá-la pelos cabelos. Arthur Ketch estava lá também, na linha de frente da operação portando uma metralhadora junto com a líder, uma detestável mulher de meia idade que fazia de tudo, inclusive tomar um copo d'água, uma atitude robótica e de vida ou morte, sem mostrar ou dar a entender que existia um pingo de sentimento dentro de seu ser. Ele era seu garoto prodígio. O "time" partiu escada acima, alinhados e organizados, Swat teria inveja. Bela e outra moça, uma jamanta de 1,90, foram designadas a ficarem no lobby de entrada, afim de impedirem a escapatória de possíveis fugitivos das linhas inimigas.

De lá, ela se lembra de como foi tedioso e assustador, esperarem em silêncio. Isso até que ouviram o tiroteio, os gritos e o massacre vindos de cima, estremecendo as estruturas requenguelas do edifício que parecia cuspir cimento em forma de poeira pelas paredes rachadas.

- Isso costuma demorar? -Questionou, trêmula e de cano apontado para a escada, esta servindo como uma caixa de som que só sabia ecoar uma única música - Tiroteio. Sua parceira no entanto, não respondeu. Fingiu não ouvir a pergunta, mantendo-se séria e de mira firme como ordena a compostura da "sociedade" do esquadrão. - Alguém não cala a boca. -Ironizou, enraivecida ao portar-se novamente em pose de ataque.

- Para o chão!

- Se rendam! -Ouvia-se de cima, em resposta à gritos furiosos em Árabe no intervalo de uma troca de tiros.

BELA TALBOT - Uma Corrida Contra O TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora