EPÍLOGO

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Pov's Percy

Ela estava morta. Todo o meu mundo começou a desabar na minha cabeça.
Todos os meus sonhos foram esmagados, reduzidos a nada.
Era isso o que eu estava me sentindo agora: um nada. Alguém que não conseguia mais ver sentido nas pequenas coisas.
Tudo o que sonhei e acreditei durante toda a minha vida simplesmente tinham desaparecido.
Estou ainda tentando entender como o meu maior sonho se tornou o meu pior pesadelo.
Se eu não tivesse insistido nisso de gravidez, agora o meu amor estaria viva nos meus braços, e não morta em uma cama de hospital.
O que vou fazer agora? A Annie era o pilar que me sustentava, era a minha força. E sem isso eu não vou conseguir dar um passo.
Isso não está acontecendo.

_Não agora- penso ainda confuso- como o meu mundo pode se desfazer em tão pouco tempo?

Enquanto os médicos batalham furiosamente para fazer com que o seu coração volte a bater uma enfermeira me tira de dentro da sala.
Estou em estado de choque, não consigo chorar, ou até mesmo caminhar em direção aos meus pais.
A Atena chora e grita desesperada e eu não a entendo. Ela machucou tanto a Annie e agora está aqui arrependida.
Um pouco tarde demais.
As pessoas só conseguem ver que erraram quando não tem mais volta. Não a culpo, mas acho errado as suas lágrimas.
Eu sei que eu sou o único culpado por tudo o que está acontecendo. Eu sei que ela não aceitaria se eu sugerisse um aborto, mas quem sabe se eu tivesse sido um pouco mais insistente.
Eu não culpo as crianças, não foram eles que a mataram. Eu nunca os rejeitaria dizendo que eles mataram a mãe para poder nascer.
Estou com tantos pensamentos na cabeça que quase não escuto quando chamam o meu nome.

_Perseu- o médico diz - ela....

Três meses depois. ..

Acordo assustado.
Esse acontecimento está gravado na minha cabeça e não desaparece.
Mesmo depois de três meses é como se tudo tivesse acontecido ontem.
Ainda consigo escutar os gritos da Atena, e o choro de várias pessoas. O sangue está preso na minha memória de uma forma assustadora.
Cada detalhe ainda está fresco em cada pedaço da minha mente.
E quase todas as noites eu revivo tudo novamente.
Ainda estou assustado por causa do pesadelo, e confesso que assistir a sua mulher morrendo não é uma experiência nada agradável. Ainda mais depois de tudo o que eu passei.
Me sento e ainda me sinto sufocado, como naquele dia quando eu entrei em choque e quase não conseguia nem respirar direito.
Se eu fechar os olhos consigo escutar o barulho do monitor cardíaco disparando, e esse sem dúvidas é o som que mais atormenta os meus pesadelos e invade os meus sonhos.
Me lembrar daquele dia esta virando uma rotina viciante. E eu quero me livrar desse vício. Não quero reviver esse dia novamente.
Ele já aconteceu uma vez e já foi o suficiente para me deixar traumatizado.

_Percy se acalme- sussurro e o meu coração está acelerado.

Olho para o lado vazio da cama e sinto uma dor no coração.
Pensar que esse vazio poderia ser normal quase me deixa louco.
Faz pouco tempo mas ainda sinto a falta da Annie aqui nos meus braços.
É como se um frio me dominasse quando ela não está presente.
Os meus pensamentos são afastados quando escuto um choro.

_Um dos gêmeos acordou- penso me levantando.

Lentamente vou caminhando até o quarto.
O pesadelo ainda estava presente e deixando os meus braços arrepiados.
Suspiro e entro no quarto.
O quarto dos gêmeos estava do mesmo jeito quando a Annie o decorou meses antes deles nascer.
E me lembro como ela estava alegre quando estava decorando o quarto e comprando coisas que ela achava que iria combinar com os pequenos.
Algumas coisas eram fofas e outras muito engraçadas.
Lá no pequeno berço estava um bebê balançando os braços agitado e chorando muito alto.
Sempre ficava admirado como os bebês tão pequenos tinham um pulmão tão forte daquela maneira.

Kiss meOnde histórias criam vida. Descubra agora