Na sombra do Onipotente

XVIII

A manhã de sábado está esplendorosa, mais uma vez o castelo amanheceu tumultuado, a sorte que eu pude acordar mais tarde hoje e não ser incomodada por Jady que está com o péssimo hábito de me acordar junto com as galinhas. Após fazer minha higiene pessoal, desço para tomar café e o que encontro é todos os meus familiares e os reis da França, bem como minhas amigas e meu amor reunidos no rol da escada, ao me ver descer começam a cantar parabéns e fico imaginando que talvez eu seja realmente muito amada por eles. Abraço e beijo todos que posso e aperto a mão dos que não posso abraçar devido as regras da boa conduta, recebo meus presentes e vejo que só Pierre não me parabenizou e nem me deu nada, pois todos tinham algo para me dar. Seguimos finalmente para o desjejum com um ar de alegria percorrendo todos.

O café transcorria devidamente bem, até que papai é interrompido com uma mensagem urgente que fez com que ele e o rei francês fossem imediatamente para a sala do trono resolver algo que não me deixou saber, mamãe ficou visivelmente intrigada, assim como a rainha e eu.

- Filha você e suas convidadas vão passar o dia na ala oeste do castelo, mandei construir lá um hol de meninas que tem de tudo para que possam se organizar para o baile mais tarde, não precisam se preocupar que serão alimentadas lá e sairão de lá direto para o baile. - Mamãe diz me fazendo levantar e lhe abraçar pela surpresa. 

Rapidamente as meninas terminam de comer e seguem para a ala oeste desfrutar do presente de mamãe, quando estou indo as acompanhar vejo que Pierre está só na mesa e volto para ver se está tudo bem com ele.

- Tudo bem com você? - Indago achando estranho o jeito que está agindo desde mais cedo.

- Eu queria um momento a sós com você. - Ele diz e se levanta vindo em minha direção. - Quero lhe entregar o seu presente pessoalmente.

- Não precisava se preocupar Pierre. - digo sentando a mão em seu braço e ele segura a beijando com carinho.

- Hoje a noite vai ser um dia muito especial e gostaria que usasse isso. - Me entrega uma caixa com um lindo anel e meus olhos se abrem em admiração pela joia em minha mão.

- É lindo!

- Parece com você.

- Mais é algo que deva contar ao meu pai? - Me refiro se seria de compromisso.

- Não ainda, esse é apenas para ser usado hoje, mas logo que seu baile acabar eu falarei com seus pais sobre nosso futuro. - ele diz deslizando o anel por meu dedo. - Coube certinho em você.

- Obrigada mais uma vez. - digo meio boba demais e sem saber como agir quando minha vontade era avançar no seu pescoço e o beijar.

- Vá com as meninas aproveite seu dia, vou me encontrar com o cavaleiro misterioso e nos veremos no baile.

- Tenha cuidado. - Digo ao vê-lo se afastar.

Quando chego na ala oeste onde as meninas estão em um grande salão que tem de tudo que uma mulher precisa para se arrumar, meu anel faz sucesso e fico envergonhada das insinuações que Jady e Suzie fazem sobre nós dois. Passamos então um dia agradável nos preparativos do baile, quando não faltava mais nada para mim fui atrás de meu vestido e fiquei maravilhada com o que Indiara fez. Realmente era minha cara o vestido que ela confeccionou.

- Suzie aconteceu algo para estar chorando? O que sua tia queria com você? - Pergunto ao ver que ela chorava disfarçadamente.

- O príncipe da Coréia chegou com seu pai e pretendem selar um acordo entre reinos e parece que para isso vou precisar me casar com ele. - ela choraminga e me sinto culpada na mesma hora.

- Desculpa amiga, a proposta seria para mim, mas como você sabe eu e seu primo meio que já estamos comprometidos então meu pai disse que iria ver outro jeito.

- Pelo que percebi o pai dele está desesperado para casar ele. - Jady diz nos olhando preocupada. - Será que ele é feio e chato?

- Se for para livrar Sofia de casar com ele eu caso. - Suzie fala e eu a abraço.

- Não quero que se sacrifique por mim, acredito no casamento por amor.

- Mas gente não vamos dispensar ele sem saber quem é, hoje no baile você o observa ele, quem sabe exista uma química? - Jady diz e dá de ombros quando ficamos as duas olhando para ela sem falar nada. - Ora bolas vão ficar aí me olhando como se vissem um fantasma eu estou certa, não podemos julgar o livro pela capa e nem o príncipe pelos atos do pai.

- Uau! Desde quando você ficou filosofa? - Pergunto e ela sorri.

- Jady está certa, sei que na realeza todos os casamentos são por arranjo, talvez seja melhor tentar ser com ele que é da nossa idade do que com um velho barrigudo.

- Faremos assim como Jady disse, mas se você não gostar dele veremos outro meio de fazer um acordo com eles que não envolva casamento. - Digo decidida e elas me abraçam.

Partimos para vestir nossos lindos vestidos perfeitos e descer pois estava na hora do baile começar e pelo visto iria prometer conversas por um longo tempo os acontecimentos desse dia.