XXIX

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Um ano depois

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Um ano depois...


- Um ano passou tão rápido. - digo para Jady enquanto fazemos as malas, estamos indo para a inauguração da igreja de Lucas.

- Tanta coisa aconteceu nesse período. - ela diz fechando o baú e me olhando com ternura. - Você se tornou numa mulher tão forte e linda que eu até me emociono de pensar que essa missionária que varreu a Marcóvia evangelizando cada vilarejo e casa, seja minha irmã.

- Menos Jady, você está muito emotiva desde que voltou da lua de mel. Aliás não só emotiva mais gordinha também, considere fazer um regime. - rimos e ela joga um vestido em mim.

Terminamos de fazer as malas nesse clima de brincadeira e amizade, com ela eu conseguia rir, na igreja eu conseguia rir, com as crianças eu conseguia esquecer até quem eu sou, mas no meu quarto no silêncio da noite eu ainda chorava sua perda, mesmo tendo se passado um ano.

- Pensei em ir ver o príncipe herdeiro da França após a festa de Lucas, mas Mateus não concorda. - ela diz e eu confirmo.

- Seria uma viajem desnecessária, eles estarão aqui dentro de dois meses para a apresentação de Antony e com certeza irão trazer o bebê.

- Fico imaginando as maravilhas de Deus, ao ponto que perdia um filho a rainha estava grávida e não sabia. - ela diz e eu sinto as lágrimas nos olhos, desvio o olhar do dela e volto calada arrumar meu baú. - Desculpa irmã, não queria ser indelicada.

- Não foi, está certa Deus é maravilhoso em tudo.

- Teve notícia de Maxon? - ela pergunta e eu paro o que estou fazendo e lhe olhando nos olhos respondo.

- Todos sabem o que sei, assumiu o trono e tem rejeitado veementemente se casar e colocar uma rainha nas filipinas sendo o cabeça dura que nós sabemos que ele é. Meu pai já conversou com ele pessoalmente na sua viagem até lá e ele diz que não vai casar com ninguém fútil e sem vida. - reviro os olhos, eu sei que no fundo ele espera que eu rompa meu luto e lhe dê uma chance, aliás eu acho que todos esperam isso de mim e continuo dizendo que não estou pronta, não ainda.

Finalmente seguimos viagem e como eram poucos dias viajando, chegamos bem no dia da inauguração, após descansar um pouco da viagem fiz um passeio pelo castelo constatando as mudanças que Lucas havia feito, ele não havia mudado muito na estrutura do palácio, mas decoração e tons de tapeçaria e papel de parede haviam mudado muito por aqui. Fiquei emocionada ao ver que ele batizou a escola com o nome de Pierre e que destruiu a estátua de Maloch colocando alí um hospital.

Me ausentei de todos um pouco e fiquei caminhando pelo jardim do palácio até que me encontrei longe o bastante para puder contemplar ele em sua totalidade, lembro de ter passeado por ali com Pierre quando era Um e começo a chorar sentindo a dor da saudade.

- Saudade é uma comida amarga que comemos e temos vontade de vomitar, mas que desce rasgando e nos fazendo quase engasgar. - viro-me e vejo Lucas ou seja o cavaleiro misterioso.

- É verdade.

- Soube que se tornou uma missionária. Soube dos seus feitos e estou orgulhoso de você. Quando era uma garotinha correndo pelos campos eu sempre soube que se tornaria a mulher que vejo hoje.

- Não sou a fortaleza que todos veem. - consigo me abrir para ele.

- Eu sei e sei também que tem se esforçado muito para não se trancar no quarto e chorado como uma criança que perdeu o ursinho.- ele diz e eu sorrio me lembrando do dia que eu havia perdido meu ursinho e chorei muito.

- É difícil Lucas, Deus é minha testemunha de quanto eu tenho lutado para não esmorecer, mas trabalhar para Ele me ajuda.

- Sofia, se Pierre pudesse te dar um conselho agora, ele diria que você precisa ser feliz, encontrar uma pessoa que te ame e te respeite e que possa cuidar de você.

- Meus pais cuidam de mim.

- Eles não estarão aqui a vida toda. Precisa de um homem ao seu lado, até para fazer missão. - ele diz sério mas posso ver o carinho em suas palavras.

- Pierre não devia ter me deixado, foi nesse bosque (aponto o bosque em nossa frente) que ele me prometeu viver ao meu lado até morrermos de velhice. - digo secando uma lágrima solitária.

- Os nossos planos não são os planos de Deus, nosso coração faz planos e Ele vem com a resposta final. - ele diz. - Para falar que vive a sombra do Onipotente tem que O deixar guiar você.

Calo-me diante da verdade nua e crua na minha frente, eu não desejo me casar, mas talvez possa considerar a hipótese de orar nesse sentido. Voltamos juntos para o palácio e vejo um telegrama de papai dizendo que temos que voltar o mais rápido pois as coisas não andam bem por lá. Após o culto de abertura retornamos imediatamente com nossa comitiva e ao chegar no palácio vou a procura de meu pai e o vejo na sala do trono em plena madrugada com o mapa do reino todo em sua frente.

- O que houve?

- Filha não ouvi vocês chegarem. - ele diz passando a mão na cabeça. - Ontem soube que alguns reinos querem ser independentes e estão retirando os exércitos das fronteiras eu não tenho tantos homens para proteger um território tão grande.

- Peça ajuda a Maxon, ele tem se dedicado a montar um exercito não é? - pergunto e o vejo vacilar antes de falar.

- Não é tão fácil assim, ele se tornou um cabeça dura, poderia até me ajudar mais pediria algo que não posso dar em troca. - ele diz e eu engulo em seco com medo da resposta.

- Eu? - ele confirma com a cabeça e me puxa para um abraço.

- Não posso romper nosso acordo, não quer fazer isso não fará, embora eu vejo nele um bom marido para minha filha.

- Pai pode segurar a barra por três dias?

- O que quer fazer?

- Orar e perguntar a Deus o que Ele escolhe para meu futuro. - digo e meu pai me beija na testa dizendo ser orgulhoso por seu meu pai e volta a pensar como agir, fico ali lhe ajudando e após um tempo me retiro indo ao meu quarto e digo para Deus que estou preparada para começar minha consagração para a vontade dele ser  feita em minha vida.

 - digo e meu pai me beija na testa dizendo ser orgulhoso por seu meu pai e volta a pensar como agir, fico ali lhe ajudando e após um tempo me retiro indo ao meu quarto e digo para Deus que estou preparada para começar minha consagração para a von...

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Na sombra do OnipotenteOnde histórias criam vida. Descubra agora