VII

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Estou na frente do escritório de papai andando de um lado para o outro, não os vi mais depois do nosso encontro no jardim e isso me desespera, sei que não devo temer nada que eles me amam, mas é tão difícil ser filha deles após tantos anos separados

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Estou na frente do escritório de papai andando de um lado para o outro, não os vi mais depois do nosso encontro no jardim e isso me desespera, sei que não devo temer nada que eles me amam, mas é tão difícil ser filha deles após tantos anos separados.

- Vai fazer um buraco no chão. - ouço a voz de Jade nas minhas costas que ri do meu jeito.

- Não vem que não tem, estou ansiosa.

- E vai resolver? Deixa eu te dizer algo para ficar ansiosa vi a lista de convidados do seu baile de aprensentação e aniversário e adivinha? - ela faz um gesto para eu dizer algo e não consigo pensar em nada que ela queira como resposta.

- Está com muita gente?

- Também,  mas o príncipe da França confirmou presença. - olho para a empolgação dela e não sei o que ela quer com isso. Faço um gesto que indique que não sei o que é e ela bufando e revirando os olhos fala: - Qual é a sua? Eu só conheço um príncipe na França e é um garoto da sua idade que foi sequestrado e conseguiu se salvar igual uma certa princesa que conheço. - ela está realmente aborrecida do meu descaso.

- Os pais dele podem ter tido outro filho, o príncipe que você diz que conhece está morto. - falo com desdem e ela sai bufando de raiva de mim dizendo que gosto de sofrer e que desiste de tentar eu entender que ele se salvou.

- Será? - penso alto e nesse momento meu pai abre a porta do escritório. - A... oi pai. - fico sem graça com ele olhando para mim e o corredor vazio como se me achasse louca por falar só. - Era a Jade me tirando o juízo mais uma vez.

- Entre filha vamos voltar aquele assunto. - ele diz me dando passagem e beija minha testa, me sinto bem, mais ainda acho que ele pensa que sou louca. 

Ao adentrar o escritório eu vejo todos os meus convidados do chá revelação presentes e me alegro, quer dizer que eles valorizam saber a verdade e eu fico feliz pois isso quer dizer que se importam comigo.

- Pode começar quando quiser. - mamãe diz.

- Bom eu estava crescendo muito rápido, até aí eu só tinha aulas de etiquetas e aquela experiência estranha na caverna, mas um dia Indira me acordou com um belo café da manhã dizendo que era meu aniversário de dez anos e que eu poderia fazer um pedido a ela. Eu pensei bem e resolvi que queria saber mais sobre os meus pais, ela ficou branca com meu pedido e seus olhos se encheram de lágrimas ao me dizer: "- Minha princesa linda eu não posso falar sobre seus pais, sei que alguém lhe disse que eles vem lhe buscar mais isso é mentira eles lhe deram para ser a noiva de Moloch e isso não vai mudar."

- Eu não dei nada! Eles a levaram a força. - minha mãe fala e meu pai segura seu braço lhe lembrando que prometeram ficar calados.

- Mas no mesmo dia ela me levou para dar uma volta no pântano atrás do castelo, quando agente saía dois guardas nos acompanhavam e ela carregava uma cesta de piquenique, ao chegar lá tinha um ajuntamento de pedras com água bem cristalina, eu fiquei horas ali olhando meu reflexo imaginando se eu parecia com mamãe ou com papai (eles me olham chorando), Indira se aproximou de mim questionando que eu estava muito tempo ali olhando a água, olhei em volta e vi os dois guardas dormindo o que era estranho pois eles sempre pareciam nunca dormir, comer ou repousar. Foi quando ela sentou ao meu lado e disse:

"- Eu dei sonífero para que eu pudesse estar um momento a sós com você. - falou olhando os guardas dormindo na grama. - Eu trabalhei no castelo que você nasceu, se não mataram minha irmã por minha culpa ela está lá até hoje, mas Sofia eu tinha uma dívida muito grande com o rei Cazi e ele me ameaçava por ser feiticeira se ele me denunciasse eu era queimada viva numa fogueira, então me submeto as ordens dele. Ajude na operação que te tirou a força dos seus pais para te trazer para cá, não queria fazer isso, mas fui obrigada, por muito insistir e por eu ter um caso com o conselheiro dele foi permitido que eu fosse responsável por você, assim até hoje te protegi de ter que fazer alguma coisa que vai contra a religião dos seus pais, eles servem ao Deus do céu (ela aponta para o céu) sua mãe fala Dele tão bem que dá vontade de seguir ele também, só que eu tenho um voto com meu deus e não posso mudar assim. (eu ouvia atentamente) A partir de hoje eu não vou estar só te acompanhando, você terá mais outras guias e irá presenciar coisas relacionadas a nossa religião, mas nunca esqueça de ler o livro que sua avó lhe deu antes de fugir e que um dia talvez você consiga sair daqui e viver com sua família que lhe ama tanto."

- Obrigada Indira por tudo que faz por mim, tenho muito carinho por você, sei que vou sair daqui um dia eu sonhei com isso, mas não sei como vai ser, só não quero que se machuque eu te amo muito. - estava já chorando e todos ali presentes também.

- No fundo ela tinha algo bom nela. - mamãe diz secando as lágrimas.

- Ela pensava que nós íamos nos vingar em sua irmã, iludida não somos como eles. - papai fala.

Resolvo dar uma alegria a eles dizendo: - Eu aceitei o baile, sei que estão programando ele nas minhas costas, só não quero nada estravagante. - digo e eles sorriem se abraçando.

- Como foi quando os guardas acordaram? - vovó pergunta.

- Nós duas estávamos perto deles, para não acontecer nada com ela eu sugeri que fosse assim, eles percebendo que dormiram nos pediram que guardasse segredo e juramos que guardaríamos, então voltamos para o castelo e eu tinha mais dois ao meu lado, não sabia como ia fazer mais eu pensava em sair dali. A noite o rei Cazi estava dando uma festa e como todas as vezes que ele fazia isso eu ficava na torre presa, não entendia antes mais agora eu entendia que ele tinha medo de que me vissem, foi quando ouvi uma voz um pouco longe e olhando através da grade vi ao longe um garoto. Era o príncipe da França que também tinha sido sequestrado, até ali eu nunca havia visto ele. Ele perguntou o que eu fazia ali eu disse e ele disse que o pai dele o colocou de castigo pois não quis matar o leão. O treinamento dele era mais severo que o meu, como rei ele teria que ser frio e impacível então o homem que cuidava dele e que ele pensava ser o pai o tratava muito mal. Eu tive pena e falei para ele toda a verdade, ele no princípio não acreditou em mim mais depois foi juntando os fatos e disse que sabia quem poderia ajudar agente a fugir dali. Eu achava uma loucura falar com mais alguém mais ele confiava tanto no rapaz chamado Fogo que não vi como daria errado.

- Viu esse garoto muitas vezes? - papai pergunta com cara indecifravel, não sei se era ciúmes ou raiva.

- Após esse dia vi mais umas duas vezes também na torre, até que descobri que no dia do meu aniversário de doze anos eu o conheceria pessoalmente.

- Bom gente eu acho que é hora de outra pausa. - papai fala. - Tenho que sair e não quero deixar de ouvir então que tal na hora do jantar ouvir mais um pouco?

- Quando quiser. - digo e ele sorri.

Volto para meu quarto e o que quero agora é investigar qual o príncipe que confirmou presença, será que tem alguma chance dele não ter morrido afogado?

Volto para meu quarto e o que quero agora é investigar qual o príncipe que confirmou presença, será que tem alguma chance dele não ter morrido afogado?

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Na sombra do OnipotenteOnde histórias criam vida. Descubra agora