Confesso que quando recebi o convite de vir ao baile de apresentação da princesa filha do imperador eu só vim por curiosidade de vê-la todos comentavam que ela era muito delicada e bonita e eu queria ver com meus próprios olhos. Fui perguntar a mamãe se não teria problemas em viajar com ela estando doente, a mesma afirmou que se sentia melhor e com a cabeça mais despreocupada não pensei duas vezes parti para meu destino.
Como as Filipinas é um dos países mais distantes do império eu só cheguei no baile na hora que já havia começado, passei os olhos em volta vendo velhos e novos rostos, até que vi Pierre, o príncipe da França que havia sido sequestrado e fui eu quem o ajudou a chegar na França após o naufrágio de seu navio eu estava caçando pelas redondezas e o mesmo me pediu ajuda, ficamos amigos então me dirigi até ele.
No decorrer do baile eu estava encantado com a beleza e delicadeza da menina que comemorava seus quatorze anos, sei que poderia ser considerado pedófilo pois já tenho meus dezoito anos, mas não consigo tirar ela da cabeça, mesmo depois de saber que está prometida a meu mais novo amigo. Inveja foi o que senti dele ao vê que ela só tinha olhos para o mesmo, chegando a ficar com ciúmes dele com as outras princesas que o chamavam para dançar.
Ao tentar dançar um valsa com ela, gentilmente ela me entregou sua meia irmã Jady, uma moça linda, mas que não chega aos pés da minha musa, gosto muito de batalhar pelo que quero e meu amigo me desculpe não vou polpar esforços em tentar roubar esse coraçãozinho para mim. Chego a rir dos meus pensamentos pecaminosos, mas ela está me tornando em um total cafajeste.
Meu retorno estava previsto para dois dias após o baile, mas na manhã do dia seguinte ao mesmo, fui chamado na sala do trono onde o imperador me pediu para sentar ao seu lado e com muito jeito me explicou que eu passaria uma temporada no império e que gostaria que eu começasse a o ajudar em alguns assuntos relacionados ao meu reino. O motivo era claro minha mãe havia piorado e queriam me poupar de vê-la passar mal, mas não falei nada, vi ali a oportunidade perfeita para ficar mais tempo junto da minha princesa amada. Amada? Eu já a amo? Não tenho certeza, mas ela permeia meus pensamentos e só consigo pensar em formas de falar ou estar no mesmo ambiente que ela.
Jamais usaria a menina Jady para me aproximar dela, mas se para tê-la perto de mim eu precise conversar mais tempo com a meia irmã, não vou mentir que farei. Não tenham raiva de mim, estou sendo perseverante, indo em busca de meu sonho. Fiquei um pouco mais feliz ao Pierre vir se despedir de mim por estar indo em uma missão misteriosa, curioso como sou poderia ter ido atrás de saber o que havia de errado, mas não me mexi, fui foi tentar colocar o plano de ficar perto dela em prática, agora que a distração dela estaria longe, talvez eu tivesse a chance de falar com ela a sós.
Não poderia ter oportunidade melhor, em um dos muitos jardins que tem nesse enorme castelo a vi da minha janela sentada no balanço tão só e desacompanhada que parecia que estava me esperando, não pensei muito, desci as escadas de dois em dois degraus e fui em direção ao meu alvo. Como bom caçador que sou sempre sei a hora de atacar e agora seria o momento perfeito.
- Um reino por seu pensamento. - digo ao me aproximar recebendo dela um sorriso, mas ela não me engana, estava chorando até agora pouco eu sei disso por seus olhos úmidos e bochechas levemente vermelhas. - Aconteceu algo?
- Não alteza, estou só sentindo falta de Pierre, costumamos vir aqui para conversar olhando para o lago. - Eu sabia que era por causa dele e não podia deixar transparecer meu ciúme.
- Ele volta em cinco dias não é? - digo tentando fazer ela se animar.
- Sim, será nosso noivado também, era para eu estar feliz, mas a sua viagem me preocupa. - ela diz esfregando uma mão na outra e me abaixo ficando a sua altura.
- Olha, não sou o melhor em consolar uma dama, principalmente uma que acredito que não deva derramar uma lágrima nunca, mas se servir estou de castigo aqui por um tempo podemos fazer algo para te distrair até meu amigo voltar. - digo tentando ao máximo que ela seja boazinha e aceite ficar perto de mim nem que seja meia hora.
- Será maravilhoso! - ela diz sorrindo por fim, aquele mesmo sorriso que ela deu para as amigas ontem a noite.
- Estou as suas ordens minha princesa. - vejo ela ruborizar e sorrir tímida e a minha vontade é lhe girar no ar de tão bela que ela é.
- Soube que terá que ajudar meu pai também, então quando ele te liberar pode vir nos procurar eu e as meninas, pensaremos o que fazer para passar o tempo juntos que tal?
- Não vejo proposta melhor, batido o martelo então. - ela sorrir do jeito que falo e mais uma vez desejo ela para mim. - Vou indo nessa, me faça um favor não chore, Pierre não iria gostar de saber. Tem que viver como se ele estivesse com você, então sempre sorria pois é isso que você faz perto dele sempre. - digo e me odeio por incentivar ela pensar nele, mas não seria falando mal dele que roubaria seu coração para mim.
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Na sombra do Onipotente
SpiritualSofia a filha mais velha do imperador da Mongovia foi sequestrada por uma religião que odiava seus pais por serem cristão. Vamos saber o que essa menina sofreu e como chegou até seus pais. Uma coisa é certa ela vivia a sombra do Deus todo poderoso.