IV

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- Bom, após longos dias de viagem sem sair da carruagem chegamos ao pais de Hebroni e fui separada das meninas, até então não sabia o que o rei planejava e nem o porque de ter trazido as duas meninas

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- Bom, após longos dias de viagem sem sair da carruagem chegamos ao pais de Hebroni e fui separada das meninas, até então não sabia o que o rei planejava e nem o porque de ter trazido as duas meninas. Fui guiada até uma torre onde saberia que seria meu novo lá, ele até que equipou a torre para me esperar, colocou um mesa com duas cadeiras, uma cama e um baú. Soltaram minhas mãos e por mais que eu perguntasse por Sofia ninguém me respondia, cheguei acreditar que eram todos surdos, agora uma coisa é certo o ar de desprezo deles para mim.

Minha avó respira, toma um gole do seu suco e volta a falar eu sei que é ruim reviver tudo o que passou mais está sendo tão bom.

- Passei três dias na torre sem nenhuma visita, era colocado comida e água para mim por uma abertura na porta e era o mais próximo que eu tinha de contato com alguém. Até que a porta se abre bruscamente e o vejo passar, a criatura feia e repugnável que eu conhecia e a última pessoa no mundo que eu queria ver.

- Ele a machucou? - papai pergunta.

- Não fisicamente, mas as ameaças, as piadas e a pressão psicologica de estar numa torre presa era horrível, foi quando eu me arrependi de ter feito isso com você ( olha para minha mãe que se encontra com lágrimas nos olhos).

- O que ele disse ao entrar lá? - perguntei.

"- Não via a hora de tê-la aqui nos aposentos reais que lhe preparei minha rainha." Ele era um total doente e gostava de colocar pânico nas pessoas. Então começou a me rodear como um leão faria com sua presa e o silêncio era constrangedor. "- Eu lhe disse que iria lhe buscar para mim e você não acreditou." Ele disse e a única coisa que saiu de minha boca foi perguntar por Sofia. "- A menina do coração puro? Vou criar para que ela seja a mais nova noiva de Moloch e a outra servirá de teste." Ele falava como se fosse a coisa mais natural possível, até então eu sabia quem era Moloch mais nunca o segui a fundo, apenas procurava o feiticeiro para saber questões de guerra.

- Frequentava a feitiçaria? - papai diz com a voz um pouco mais alterada.

- Moloch é um deus dos amonitas, são rituais baseados na magia negra.

- Magia negra tia? - mamãe se alarmou olhando para mim. - Você fez algum trabalho de magia negra? - a pergunta direta para mim me deixou sem voz apenas neguei com a cabeça.

- Ela era separada, nem ficava perto das outras crianças, foi criada no palácio e estudava para governar o povo junto com um jovem que também foi sequestrado e criado por eles como ela. (lembrei do meu amor e uma lágrima rolou nos meus olhos).

- O que ele queria da senhora então? Ainda casar? - papai estava realmente curioso.

- Não mais, ele queria me punir por não ter aceitado o convite dele quando me foi dado. Para isso o tempo que passei lá foram de humilhação e trancada na torre. Até o dia que ele resolveu que seria bom para Sofia aprender traços reais e me colocou para treiná-la. Ela já tinha quatro anos. Fiquei emocionada em ver ela, mas não podia fazer muito, guardas nos vigiavam e Indira também. Então um dia ela perguntou de onde veio os fios de cabelo cor de ouro dela. Tive medo que Indira a ouvisse e então eu disse que ia lhe contar uma história e contei a história dela como sendo outra criança e ela tão esperta entendeu que era ela.

- Eu lembro da senhora dizer que meu pai lindo e loiro viria no cavalo branco me salvar. - digo me sentindo nostálgica.

- Mas no palácio havia um guarda que sempre fazia sinais pra mim e eu não entendia, um dia após dar aula de piano a Sofia eu ia voltando para a torre quando sou puxada pelo braço por esse rapaz. Ele não se identificou só tapou minha boca e disse em meu ouvido que estava contando os dias para nos tirar dali que eu acreditasse nele e que tudo isso no futuro iria ser como um sonho ruim.

- Quem era? - mamãe pergunta.

- Não sei. - ela diz e eu imagino ser o mesmo que me encontrou na floresta. - Após esse dia só o vi novamente no dia da minha fuga. Antes de fugir tive a preocupação de mostrar a Sofia como vocês eram e contar sua história de nascimento, como era o reino e que era sua avó.

- Vó a senhora pulo uma parte. - digo lembrando que ela não falou da luz na torre que fez com que ela se convertesse.

- É difícil. - ela diz e eu a incentivo com o olhar. - Eu estava uma vez na torre chorando muito após ter ficado dois dias sem comer nada, olhei para a janela desejando me libertar e lembrei do Deus de vocês que sempre ouvi que é dono do céu. Então olhando para o céu eu pedi a ele que me tirasse dali viva e uma luz amarelada invadiu a minha sela me fazendo quase cegar e junto com ela uma tão grande paz como a anos eu não sentia.

- Jesus. - mamãe suspira.

- Eu acredito que seja, porque após isso misteriosamente apareceu na torre uma Bíblia e passei a ler e me encantei por ela e por Jesus. - ela finalmente assume e vejo a alegria no rosto de papai e a surpresa no rosto de mamãe.

- Foi a vovó quem falou de Jesus para mim pela primeira vez, depois Indira sempre me contava que da onde eu vinha o povo era estranho pois cria no que não via.

- Estranha é ela. - mamãe fala e nós rimos.

- Foi Deus quem a libertou mamãe. Mas como a senhora chegou aqui só seis meses antes de Sofia? - meu pai indaga.

- Mesmo tendo me convertido eu estava presa lá e era obrigada a participar dos almoços com os bruxos e feiticeiros, alguns eu conhecia e outros não, ouvia eles contar os planos para destruir os cristãos e ficava me sentindo acuada. Até que um dia estava na sela e um guarda disse que o rei me chamava, fui onde me indicaram e quem estava lá era o mesmo cavaleiro, havia uma carroça de carga e homens fortemente armados. Ele disse que eu me deitasse na carroça e que iriam me colocar em um navio até aqui. Ele sabia tudo de mim sem nunca ter perguntado.

- Esse homem merece ser condecorado. - papai diz nos olhando.

- Boa sorte, ele sumiu foi engolido pela terra. - falo. - Desde que cheguei o procuro e não o vejo e ninguém nunca o viu.

- Claro que não viram e nem vão ver, ele é um anjo. - mamãe diz e nós ficamos nos olhando como quem diz como eu nunca pensei nisso?

- Obrigada vó agora é minha vez de falar. - digo e ela sorri.

 - digo e ela sorri

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Na sombra do OnipotenteOnde histórias criam vida. Descubra agora