A chuva

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Notas sobre ele

Ela estava deitado sobre o meu ombro, não queria acordá-lá,porém não tinha escolha o motorista cobrava por hora.

Se eu continuasse a observá-la por mais tempo ele iria cobrar um valor absurdo, o qual eu não teria como pagar.

-Elle?- disse calmamente, ela não acordou.-Helena!- ela nem se mexeu.

-OU!- gritou o motorista.

-O que hove?- Helena perguntou limpando a boca e arrumando o cabelo.

-Desculpe... nos chegamos- disse apontando para a casa dela.

-Ah sim, tchau...- ela saiu pela porta com os saltos nas mãos.

Estava caindo uma chuva fina, o que não e comum para essa época do ano. Na hora Helena cobriu os cabelos com o meu palito e começou a andar chutando a água sobre a grama. Foi só aí que notei que estava sem ele.

-Elle!- gritei saindo do carro. Ela parou e me olhou de longe assustada- O palito!

- Não vou devolver, esta chovendo!- ela começou a corre pelo gramado- Que tipo de cavaleiro e você?- indagou correndo para longe.

- O tipo que tem que devolver o termo.- disse correndo atrás dela.

Ela era rápida, eu não tinha um tino para esportes comecei a cansar. Elle não aguentou e começou a ri da minha forma de correr.

Foi quando perdeu o fôlego, eu a alcancei tentei puxar o palito. Na mesma hora ela deu um grito.

- Se machucou?- perguntei preocupado, me abaixando.

- Ohh, você e tão ingênuo- ela me empurrou, eu cai sentado no chão-  Estou ótima!- disse ela cantarolando enquanto dançava com o palito.

A chuva começou a aumentar e seus cabelos a perde o penteado eu não consegui sair do chão.

Fiquei lá, olhando-a dançar uma valsa imaginária com o palito enquanto sorria. Me acomodei e fiquei observando assim, tão feliz e alegre . Na mesma hora lembrei de tudo.

O que me trouxe todas as perguntas de volta. Lembre que amanhã teria que conversar com os meus lideres sobre meus sentimentos. 

- O que foi?- ela parou de dançar, se ajoelhou na minha frente.

- Nada- disse sorrindo- Se divertiu?- mudei o assunto. Ainda não era o momento.

- Muitooo...- ela colocou o palito no chão e me olhou nos olhos- vou lembrar disso quando estiver triste em Miami.

- De que? Do baile?- questione.

- De você!- ficou com o tom mais vermelha.

- Que bom- só consegui lembrar que ela iriria embora- toda menina precisa do seu dia de Princesa. 

- Até que eu gostei do príncipe.- ela sorriu lindamente.

Eu apoiei a mão sobre o meu queixo. Poderia ver aquele sorriso pelo resto da vida e não me cansaria.

Pena que não podia dizer isso para ela, ainda. Ela pareceu ler os meus pensamentos, na hora ela inclinou a cabeça e seu sorriso sumiu, se aproximou tão rápido que nem tive tempo de assimilar.

Nos beijamos. Não sei quanto tempo ficamos assim, mas foi o suficiente  para saber que era recíproco.

-Helena!- Uma voz veio de dentro da casa. Nos levantamos abruptamente enquanto nos olhávamos -Helena é você?- reconheci a voz da mãe dela.

-Sim mãe!- ela gritou SEM TIRAR OS OLHOS DOS MEUS.

-Desculpe.-disse por impulso pegando o casaco do chão.

-Fui eu que te beijei- ela afirmou colocando a mão sobre a boca com aqueles olhos castalhos persuativos.

-Ah e- disse confuso- mesmo assim foi..

-..Ruim?-exclamou concluído.

- Não! – afirmei- foi.. prematuro!- saiu sem pensar.

- O que?- ela disse sem acreditar. Na mesma hora aquele ar frágil que ela vinha trazendo ao longo da noite sumiu, e ela saiu andando.

- Você não me entendeu...eu quiz disse imprudente, implusivo- eu a segui- Droga!

- Ah! Eu entendi, se entendi- ela andava em passos rápidos parecendo esta mais contrariada.

- Acho melhor conversamos outra hora sobre esse assunto- tentei ponderar.

-Não vejo necessidade.- Ela ficou na varanda e eu me detive na escada. O olhar dela pareceia ter colocado uma barreira imaginária.

-Helena. Amanhã  as coisas ficaram mais claras- eu afirmei- por favor vamos conversar amanhã?- implorei.

- Tudo bem.- ela abaixou a guarda. Acho que notando o exagero.

- Boa noite Rafael - o Sr. Carlos disse da porta em um tom solene.

- B-Boa noite.- eu titubiei.

- Isso são horas?- ele me olhou reprovando- e porque estão molhados.

- Perola, era um baile não o cinema da esquima!- concluiu Sra. Sanderson considerou saindo pela porta.- E estão molhado porque esta chovendo.

- Vou entrar estou começando a sentir frio.- Elle informou se virando.

-Não mesmo, quero a minha foto- a mãe dela disse a puxando.

-Mãe estou ensopada- ela disse gesticulando.

-Não posso fazer nada- ela tirou uma câmera do bolso- se tivesse esperado para tirar antes isso não teria acontecido.

Ela empurrou Helena para o meu lado que estava visivelmente desconfortável com a situação

- Acho bom vocês sorrirem ou vão passar a noite aí - ela afirmou.

- Acredite- Sr. Sanderson interveio -  ela me deixou plantado uma hora do lado de fora no nosso baile por conta de uma  frase que eu falei errado depois de um dia incrível ela só notou o meu erro.

Eu e Helena nos olhamos e rimos de algo tão bobo como aquele. Foi bem nessa hora que a mãe dela bateu a foto.

CORAÇÃO OBSTINADOOnde histórias criam vida. Descubra agora