Capítulo sem título 27

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O reencontro

Na sua nova fase da vida, Silas voltou para sua cidade natal. Aposentado, sua preocupação se restringia em cuidar de uma chácara, onde possuía variadas frutas e verduras. Tinha muito tempo disponível e usava esse tempo para pesquisas na internet e navegar por todos os sites tecnológicos disponíveis. Sim, apesar da idade, Silas nesses tempos modernos utilizava toda tecnologia para seu divertimento e aplicação no seu hobby pessoal. De Ivana nem se lembrava mais, porém Telma nunca saiu de seu pensamento. Agora ainda mais, pensava em reencontrá-la. Seus filhos já estavam crescidos. Carlos já havia se formado e trabalhava em uma cidade próxima, Sergio ainda cursava a faculdade. Assim Silas aos finais de semana, marcava algum evento "churrasco" para se divertir com amigos e a própria família. Carlos namorava, mas Silas não conversamos muito com a futura nora, Jamile, se restringia a bom dia, boa noite. Então num final de semana Silas preparou uma grande festa na chácara para comemoração de seu aniversário. Estava completando cinquenta e cinco anos e marcou a festa no sábado de carnaval. Convidou, parentes, amigos antigos, novos, seria uma comemoração para ficar na história. Carlos convidou além da noiva a sua sogra, para seu pais conhecerem. E assim foi preparado tudo com muito cuidado.

Chegou o sábado de carnaval, a euforia tomava conta de todos. Cada um procurou chegar o mais cedo, para desfrutar da chácara e dos comes e bebes oferecido pelo aniversariante. Em cada canto da chácara havia um grupo conversado. De início se dividiam pelo conhecimento, então havia grupo de vizinhos homens, grupo de mulheres, conhecidas da rua, grupo de amigos da empresa, grupo de parentes. Silas iam e vinha se enturmando com todos.

De repente chegou Carlos, com a namorada e a sogra e foi logo apresenta-la a sua mãe e seu pai. Chamou os dois e disse.

- Pai, mãe, esta é Telma, mãe de Jamile.

- Tudo bem com a senhora dona Rosana. Disse Telma envolta em recordações.

- Tudo bem e você. Diz Rosana, tentando também recordar de onde lembrava dela.

- Esse é meu pai, dona Telma. Fala Carlos percebendo que Silas está atônito e tentando disfarçar alguma coisa.

- Boa tarde dona Telma, tudo bem com a senhora. Diz Silas, tentando disfarçar, que já eram conhecidos de muito tempo.

Telma também apesar de seu ímpeto, realçar no pensamento fez o máximo possível para disfarçar.

Todo o dia foi conturbado, percebido por Carlos, mas sem comentários. Houve muita diversão para todos, menos para os dois, Telma e Silas que se entreolhavam a todo instante, numa vontade louca de conversarem e recordar aquele passado, que apesar de distante, sempre pairava no pensamento dos dois, sempre.

Trocaram algumas palavras, mas sem conseguir expressar nenhum sentimento guardado.

- Nossa, que surpresa, Telma. Disse Silas.

- Verdade, quem imaginaria isso, hem?

- Ninguém mesmo. Fala Silas olhando sempre para Rosana e Carlos.

- Acho que precisamos conversar, não acha? Fala Telma.

- Sim, urgente. Diz Silas

- Como podemos fazer? Pergunta Telma.

- Me liga e marcamos um lugar para conversamos, pode ser? Responde Silas com outra pergunta.

- Claro, me dá seu número. Pede Telma.

- Claro, anota aí. Fala Silas.

E Silas dá seu número a Telma, pedindo para ela ligar, para conversarem e recordarem aquele passado, que sempre esteve presente no pensamento de cada um, todos dias.

No caminho de volta para casa Carlos interpela sua sogra, tentando entender a sua desconfiança, mas nada consegue de concreto.

- O que aconteceu, parece que a senhora estava tensa, dona Telma. Pergunta Carlos.

- Nada, tudo bem, só um pouco de emoção em conhecer os seus pais. Responde Telma

- Não sei, você não percebeu Jamile, uma perturbação entre os dois.? Pergunta Carlos a namorada.

- Não, não percebi nada não. Responde Jamile.

Chegaram à casa de Jamile, ela e a mãe desceram e Carlos seguiu para sua casa ainda pensativo. Nem imaginava o que havia o ar. 

MINHA VIDA É VOCÊWhere stories live. Discover now