Sol e Marte

*6*

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Não sou água, nem terra e nem ar. Sou fogo!

(ou como a garota rockeira disse: leonino, baby!)

Então pra mim, quando o poço da paixão secou, é porque secou. Fiquei os dois meses iniciais, pós chifre, fechado pra balanço, meditação, xtube e vibrador. Meu tesão demorou pra voltar por lances presenciais. Dava um medo de tomar na cabeça de novo. 

Pisa na cola no gato pra ver se ele não fica arisco com você por dias. 

Que vontade de gritar um Avada Kedrava sem pensar nas consequências, né gente. Daí lembro que é uma das maldições imperdoáveis só em HP, na vida real, o máximo que me aconteceria era alguém me chamar de retardado.

Homens de vinte e três anos podem amar Harry Potter? Especialmente ter um crush no Snape? Porque especificamente no Snape? Dizem que quando sentimos desejo por um determinado alimento é porque nosso corpo está carente de alguma vitamina. Leia-se, eu carecia de um alimento vitaminado e gostoso ao mesmo tempo (e leite é uma fonte deliciosa de cálcio (de macho maduro deve ser melhor ainda)). 

Eu estava carente de contato físico e ao mesmo tempo evitava isso a todo custo. Me pergunto que tipo de leão sou eu? Tá esperando que eu seja impulsivo? Isso é coisa de carneiro, coisa de Guilherme. E leão não caça porcaria. (não estou me achando, certo?)

Ai, tá certo, leão também come babuíno disfarçado de hiena. É praticamente a mesma coisa. Nem se nota. Embuste é mestre em esconder esses segredos, ao ponto de não notarmos que esse babuíno é uma hiena. Ou só depois quando termina e a risada do animal entrega o jogo.  

(alguém me explica a alegoria acima?)

Não, eu entendi sim. Pego no ar as coisas. (tsc, tsc, tsc)

Ai que raiva. Como tem tanta gente namorando e casando, e eu sozinho, achando mais gostoso bater punheta pro xvideos do que sentir uma pele salgada na minha. Tive ânsia de lamber a tela do notebook quando Dirk Caber leitava a cara de um novinho faminto...

— Putz... — apertava meu saco pra não gozar tão rápido, queria fechar os olhos, apagar a luz e ainda imaginar que alguém me tocava e lembrei dos machos pelos quais já tive interesse e passei os olhos dos pensamentos no professor entroncado do segundo grau e no Mister Impossível, que se procurar tem vários similares seus em alguma categoria dos acervos pornográficos com esses modelos fortes, barbudos, coxudos e bonitos de rosto.

Perdi o tesão aos poucos. Pulei da cama, passei debaixo do chuveiro, escolhi uma roupa mais ou menos e fui à cozinha pra tomar água.

— Vai sair, Renan? Já são quase dez da noite, filho. — minha mãe escolhe o feijão quando eu passo por ela, balançando a chave do meu Celtinha.

— Eu tô me sentindo um pouco sozinho...

— E o Guilherme ?

— Tá me esperando em casa. Preciso dar uns beijos na boca hoje. Não com Gui é claro.

— Não precisa entrar em detalhes, — ela diz e tira o óculos — mas tá precisando conhecer um rapaz... um bem querido e comportado igual você.

— Rá... — eu quis gargalhar e ela percebeu.

— Até hoje nunca me deu trabalho, isso que eu quis dizer. — quando ameaço falar, ela me manda calar a boca com um gesto — Não volta tarde.