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Pra transar não precisa amar.
E... errado.
Eu tenho uma queda pelo ato de fazer amor, mais do que fazer sexo e por esse motivo não rolava nada com Yuri. Enrolei dois encontros e os demais momentos em que ficamos juntos, sempre procurei marcar com um monte de amigos juntos e uns três deles começaram a sacar das minhas artimanhas. Matheus, Guilherme e o Fih.
(Gui é tão sapeca que já beijou os dois)Mas como somos todas mais que amigas (somos friends) precisávamos manter o nível.
— Rê, antes tu reclamavas que o menino morava longe, agora tens alguém perto, super querido e lindo, porque o Yuri é fofo né?
— Marquei hoje um lugar pra conversar com ele.
— Renan...
— Não gente. Eu não vou me forçar a nada só pra não ficar sozinho.
Na minha opinião um mês já era tempo demais.
Pensei que outros caras apareceriam em minha vida ainda que tardiamente. Tenho uma amiga, a Eliane que com quarenta e cinco anos, solteira, mãe por um "meio alternativo e independente", dizia não ter pressa de encontrar uma pessoa bacana. Ótimo. Quarenta e cinco já fornece mais experiência à pessoa. Eu aos vinte e três devia focar mais no trabalho.
De repente os amigos da minha idade, acharam um absurdo eu querer dar um tempo sozinho e "despachar" um homem atraente e legal como o meu interessado. Mas eu também pensei no Yuri que justo por ser esse cara bacana, não merecia ficar amarrado comigo, merecia honestidade. Então o convidei pra ir num restaurante simples e caprichado no meu bairro e enquanto jantasse, eu ia colocar à mesa o que tinha de bom e ruim na história e em cima as coisas "não boas", que eu usaria pra sustentar minha decisão, terminaria o que nem começou em minha opinião.
O restaurante que escolhi é daqueles familiares que fica na rua do lado de casa e que os donos viram eu e meus irmãos crescendo. Simples, limpo, pra eu o melhor lugar pra comer um X-gaúcho imenso com a opção aberto no prato onde eu poderia espalhar aquela maionese caseira com tempero verde que me leva ao exagero sempre.
Yuri é um boy que dificilmente encostaria seu carro na frente daquele lugar que pra ele é uma espelunca. Por isso o tiro saiu pela culatra, inicialmente, porque o cidadão achou que era um jantar romântico e me levou num lugar insuportável de lindo pra construir um clima.
Pelo caminho falou que o Chef José Carlos, além de chefe de cozinha do restaurante onde íamos, era professor de gastronomia na bendita escola do Anderson e irmãos. Ouvir esse nome me arrepiou forte. Fiquei nervoso com a possibilidade de haver um encontro. Travei completamente. Também não se tratava de paixão pelo cara, mas aquela sensação esquisita só pela presença forte de uma pessoa.
— Ei... tá quietinho. Tá tudo bem? — Yuri me pergunta querendo ser carinhoso, o que ele fez com sucesso.
— Pensando como que te falo...
— Oi chero! — Yuri cumprimenta Eliane e logo atrás dela o homem que me faz prender a respiração. Foi tão rápido e estranho aquele encontro que parecia com um desejo de Aladdin. Mesmo desejando ver o homem, eu não acreditei até então que o veria. Ainda mais naquele encontro. — Vocês têm reserva?
— Sim, sim. — Eliane responde o Yuri enquanto beija meu rosto e Anderson me cumprimenta com seu tom bem sério e analítico de sempre.
— Ah, guria, vamos pedir um vinho depois?

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Sol e Marte
Любовные романыFinalizado! Romance LGBT. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta história em seu formulário...