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Sexo com um ariano rende porque esse tipo de ser tem um fogo que não é normal.

(é ótimo)

Passam dias, semanas e um mês e o mês corre, parece que estamos no dia seis e no calendário já é dezesseis. Nunca vi um troço voar tanto depois dos dezoito. (aqui no caso, eu estava com quase vinte e cinco, daí voa numa velocidade turbinada). Num instante, parece que a Pós Graduação se foi, incrível, pois um ano e meio simplesmente virou fumaça. O amor seguia firme e forte, eu reclamando das minhas frustrações pra ele, tomando patada. Ele reclamando das suas e tomando umas "voadoras no peito".

Opa que exagero gente. Mas pra mim, casal que vive muito de amorzinho e melação tem algo errado, não pode. Ninguém é doce o tempo inteiro. Só aquele carinha dono do Atelier de Chocolate, acho que o nome é esse. Comigo e o Anderson é meio assim ao telefone:

— Se eu te buscar às dez da manhã, tuas coisas estão prontas?

— Não Anderson. Não tinha combinado de me pegar ao meio dia? Em duas horas eu faço muita coisa. Calma só um pouco.

— Ah, tá, tá. — ele fala sem paciência, jeito irritadinho de quando não tem o controle de tudo nas mãos. Pensa mesmo que manda em alguma coisa. — Meio dia em ponto eu tô aí.

Sim, quinze pra meio dia ele chegou. Grande novidade. Se eu não tivesse pronto, ia tomar bronca, mas como estava, eu pude reclamar:

— Podia chegar cinco pra meio dia. Reduz só um pouco a marcha.

Ele sempre odeia quando lhe peço pra ter mais calma. Faço de propósito porque amo, AMO e amo quando ele fica irritado. Mas como Anderson não é de fazer cena dramática, se emburrar por pouco e remoer, logo estamos rindo de episódios da semana dele ao abordar um aluno no primeiro dia de aula com sua nova turma.

— Primeiro aluno que chegou, eu cumprimentei assim: "oi querido, bom dia, seja bem vindo", ele respondeu: "Pô, professor, é Clarice".

— Hahahaha... que fora. Ah! Clarice! Conheço.

— Conhece todo mundo, você.

— Conheço mesmo. Galera dos rolêzinho. Mas e como que ela reagiu?

— Pior que não podíamos olhar um pro outro na aula que começávamos a rir e ninguém mais entendeu. Amo gente assim.

Um de seus amigos dono de sítio pelas terras de São João Batista, nos empresta a casa no sábado, sendo que no dia seguinte nos reuniríamos ali com alguns conhecidos. O imóvel é um chalé lindo de tijolos coloniais daqueles que o telhado quase chega ao chão, com um trilho em frente feito de lajotas sobre uma grama bem cuidada, terreno arborizado (obviamente), inclusive tendo um pé carregado de jabuticabas bem perto da janela do quarto.

— Hum que romântico isso. — falo com um deboche bem sutil e o homem capta minha maldade e me retruca.

— Dá pra gemer feito dois putos hoje. Amanhã cedinho chegam os rapazes.

— Quer maior romantismo? — tiro um sarro dele que me cata com força e beija apaixonado como se não nos víssemos há seis meses.

Quando vamos para esses lugares não dá coragem de sair por nada, então nos preparamos com coisas pra passar o tempo grudados comendo e vendo filme. Ele escolhe os de suspense que até gosto  um pouco, porém teve uma cena que me fez pular no sofá e tampar os olhos quando Pyramid Head arrancou o couro de uma personagem. Me aninhei nos seus braços porque sempre pareceu seguro e ele diz que esse tipo de filme é fraco.

Sol e MarteOnde histórias criam vida. Descubra agora