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O romantismo não se perdeu, só mudou de fórmula, uma mais complexa, temperada e densa. Há muitos elementos numa relação estável para engrandecermos. Companheirismo é a chave. Amor. Sinceridade. Cumplicidade. Amizade. Tesão. Paciência. Tudo dentro de uma equação equilibrada com pequenos defeitos que temos e os que até odiamos no companheiro muitas vezes.
Sobre companheirismo ele sempre me deu aulas de como ser parceiro e creio que se eu não retribuísse, ele teria desanimado. Somos grandes amigos, juntos já resolvemos muitas coisas e essa tranquilidade veio puxando consigo a estabilidade e a rotina. Somos casal que ama a rotina também.
Sobre sexo, eu e Anderson descobrimos novos elementos além disso pra incrementar o nosso romance e teve que ser assim, pois meu tratamento (mesmo no pós) afetou muito além do meu físico, mas também meu psicológico.
Quem adora ser mimado? Sempre mimamos muito um ao outro.
Quem ama ter uma ajuda no banho, uma masturbação relaxante com muita espuma e um não (uma segurada) na hora que avisa que tá perto de gozar? Eu adoro judiar dele só para observar as reações raivosas de frustração pelo orgasmo negado, combinadas com o rosto atraente e o olhar que implora.
Quem dá muitos beijos na boca num sábado à tarde enquanto o filme passa na TV? Quem espera o maridão na terça-feira com jantar pronto? Quem brinca com o lado fetichista do companheiro fazendo muito dengo pra ele? Quem faz um boquete caprichado até o macho desmanchar na boca e não cospe só pra ele ficar feliz pra caralho? Ambos fazemos isso.
— Que leite grossinho, amore... — comento sobre o aspecto de seu esperma que quando acumula fica mais denso e o sabor parece mais forte. — Deixa eu lamber essa gotinha aqui...
Sigo passando a língua na cabeça, espremendo um pouco pra arrancar também uma reclamação sua. Meto a "senhora" mandona, sento-me em seu peito e ordeno que tire as mãos do meu corpo para que eu possa enfiar meu pau com um pouco que força contra sua garganta. Ele não reclama do incômodo, Anderson adora fazer garganta profunda e não engasga igual acontece comigo. Tudo para ser sexy, quente e satisfatório, mas...
Aos poucos, eu vou perdendo a ereção, o tesão vai diminuindo e eu caio na cama ao seu lado me sentindo frustrado com as reações involuntárias do meu corpo.
— Não consigo gozar, amor. Meu Deus que ódio!
— Ei... Renan... anjo. Se acalma. Calma...
— Porque eu não funciono às vezes? Eu broxo. Tenho trinta e dois anos e tô com impotência.
— Nossa que drama, garota! Você ainda é uma brasa, morou? — Não consigo rir, daí ele sai do quarto sem dizer nada e retorna com um copo de água e um bombom. — Tu não acha que tá exigindo demais de si? Um furacão não deixa as coisas fora de lugar?
— Faz um tempinho que terminou a quimio.
— Nem tanto assim. Dá tempo ao corpo pra eliminar essa química. Daqui a pouco tá me dando surra de cu.
— Que agressivo, você. — ele me dá um beijo e passa a mão na minha "carequinha" até me irritar de tanto mexer em minha cabeça.
— Tu és um leão forte ou virou um leão de pelúcia? Nem juba tem esse leão de Taubaté.
Eu me sentindo na obrigação de voltar a ser a mesma puta na cama, ele todo calmo bancando o psicólogo e terminamos assistindo um dos meus filmes repetidos. Eu como sempre aninhado nos seus braços fortes, apagando cansado e sendo acordado pela doçura inacreditável de um homem de Áries. Logo o sexo importava, era necessário também, mas demorou para a coisa voltar a esquentar e o tesão pelas fantasias do começo fazer tudo ferver outra vez.
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Sol e Marte
RomanceFinalizado! Romance LGBT. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta história em seu formulário...