***
Lumus, maxima! Lumus, maxima! LUMUS MAXIMA!
— De novo o Prisioneiro de Azkaban? Porque não estraga esse vídeo cassete? — Ramon pergunta todo adorável.
— Rê tá chorando de novo? Tens quantos anos? Sete? — Rayane não é ela se não perturbar com a mesma pergunta a cada desenho ou filme favorito meus.
— Porra, mano, tu já sabe que o Bicuço e o Sirius fogem no final... para de chorar.
— Eu sei... — engulo o choro e fungo umas vezes — é que me lembro quando o Sirius vai embora e toca aquela música...
— Tolo, nem a Paula que é pisciana chora por um filme.
— Ah, mano quando o Sirius foge, eu choro sim.
Família grande às vezes é tão bom, quando crescemos especialmente, porque na infância não é a melhor coisa não. Filho do meio é invisível, meio Rony Weasley da vida. Mas já reclamei do fato de ser o enfadonho filho do meio, chega disso porque tem muito mais coisas pra reclamar adiante.
O bom da história é que a era do VHS estava com os dias contados.
— Que saco ficar rebobinando isso. Esse vídeo cassete é tão velho que deve ter rodado a fita de casamento do Tutancâmon. Renan rebobina essa bosta. Quando devolver a fita, tem direito a outra locação de graça.
— Beleza. — Antes de rebobinar, eu escutei até a última música da trilha sonora pra ficar lembrando até a próxima locação da mesma fita pela sétima ou oitava vez.
Eu não era viciado só nos filmes, gente, eu também li todos os livros do Harry que pegava emprestados na biblioteca e tão logo compramos um computador, porque eu mesmo ia começar a faculdade, o único filho até então, descobri o universo mágico das fanfics Drarry, embora eu pagasse pau pro Snape e quisesse que ele e o Harry tivessem um happy end. Vamos combinar que quando rola rivalidade, a gente shippa com mais força.
Nossa Senhora!!! Como eu era cabaço!
Nem aos dezoito eu me senti confortável para desfrutar dos prazeres carnais compartilhados, que traduzido seria um esfrega-esfrega de rola com algum "amigo", uma chupada no banheiro da balada ou perder a virgindade com qualquer um depois de uma bebedeira. E olha que planejei isso, só que lá no quarto oculto da última casa da rua do bairro mais afastado da civilização dentro dos meus pensamentos (apenas). Virgeníssimo que eu era, apagava a luz pra me masturbar e quando me olhava nu, sentia horror de pensar que teria que ficar assim na frente de algum cara para realizar todos esses "processos" chamados de preliminares.
Nas minhas fantasias já estava meio pré-definido que eu apreciaria mais ser conduzido e deflorado com um romantismo meio brega, ou seja, uma gay passiva que começa tímido e evolui para anjo... (digo, uma puta com cara de anjo(o jota?))
No meu currículo, aos dezenove anos, tinha somente aquele beijo com uma meio-amiga (exatamente). Era por isso inexperiente total, ouvindo meus amigos decidindo qual boy beijava melhor e eu só queria pegar mais experiência, poxa... Para isso tive que começar a sair mais e olhar para quem me olhava com safadeza no olhar.
Depois de ajeitar tudo com a mãe e jurar que eu me dava o respeito, aceitei dormir na casa da família de um "amigo" curioso que tinha ficado com dois amigos meus. Esse era o Márcio, ex colega de segundo grau, um tipão daqueles que passam anos, em Nárnia namorando as gatas e passando vontade de comer um cuzinho de macho (desculpe a grosseria, mas é real) e ser chupado por um gay carente que se ilude com esse tipo de homem. Ainda assim, naquele tempo era o que tinha pro momento, pensei com minha "maturidade". Gente, que delícia um luau na praia com amigos tocando um violão meia boca, cantando Caetano Veloso e bebendo batida de amendoim do litro de plástico. (pobre do fígado)

VOCÊ ESTÁ LENDO
Sol e Marte
RomanceFinalizado! Romance LGBT. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual (malware e vírus). Se você deseja ler esta história em seu formulário...