9844, ainda amo você.

Nosso futuro

Conseguia ouvir o som do meu salto batendo contra o piso de mármore do salão, como se não houvessem outras pessoas no momento.
Andei firme até a sala do diretor, Gabriel Agreste, carregando a pasta com os novos modelos para lançamento, o nome da nova coleção era Miraculous.

- Você ainda está aqui. - Gabriel estava de costas olhando para o lado externo da empresa

- Sim senhor. Eu terminei os desenhos da coleção, queria que desse uma olhada antes de começar os protótipos. Se aprovar, essa semana eu começo.

- Você devia ir para casa descansar - ele virou de frente para mim com o mesmo olhar frio e voz firme de costume - Amanhã é o dia.

- Sim... tem razão... mas eu queria pelo menos terminar isso - sorri sem graça. Já faziam 7 anos que eu namorava Adrien e amanhã nos casariamos

- Tudo bem. Eu vou analisar e te envio o feedback mais tarde por telefone, pode ser? - ele olhou para a pasta que eu deixara sob sua mesa e me lançou um quase sorriso, simpático o suficiente.

- Está ótimo. Obrigada senhor. - encerrei acenando de cabeça e saindo da sala.

Trabalhando com Gabriel, meu nome se tornou conhecido não só por ser a namorada de um modelo conhecido, mas pelos meus designs. Talvez fossem mais aclamados por ser Adrien a desfilar com eles, mas ainda assim era ótimo o reconhecimento.
O salário era ótimo também e à uns 5 anos atrás eu consegui dar entrada em um apartamento. Não que eu tivesse pressa em abandonar a padaria, mas eu encontrei um lugar ótimo com um amplo espaço para usar de ateliê, além da ótima iluminação e localização. Meu pai parecia de coração partido no dia, mas aceitou a decisão e ambos vibraram por mim. Fiz o chá de casa nova, o que me rendeu vários utensílios de cozinha e durante esses anos aconteceram vários encontros lá.

Agora meu apartamento já tinha a minha cara e eu amava como se eu tivesse crescido ali. Além disso, eu consegui montar um pequeno cercadinho para que Girassol ficasse mais solto, mesmo que fosse um pequeno hamster ainda precisava de espaço para correr.
O apartamento era branco com o piso de madeira, assim como as portas. A sala era grande junto de uma cozinha americana e dava para uma enorme sacada, de onde dava para ver vários pontos da cidade, inclusive não era muito afastado da torre, então eu tinha uma visão privilegiada e isso significava que a localização também me favorecia. Tinham poucas divisórias e algo que era como um segundo andar, mas aberto, sem paredes, já que o teto era alto aquilo se tornava viável. Era ali onde eu montei o ateliê. Também era de madeira o piso, assim como a escada para acesso. Entrava meia luz, o que fazia que fosse um canto aconchegante. Além disso, tinha uma varanda, um quarto, um escritório (aonde tinha um sofá cama) e dois banheiros. Considerava um ótimo investimento e por isso Adrien concordou em vir morar comigo após o casamento, não que ele praticamente já não morasse já que dormia quase todas as noites comigo e ia para lá em todas as tardes livres mesmo que eu estivesse trabalhando para cuidar do girassol. Além disso, ele já tinha muitas coisas na minha casa e estava bem instalado, restavam poucas coisas para trazer. Ainda assim, me surpreendi que ele iria abandonar uma mansão para morar no apartamento comigo tendo tantos livros, jogos e outras coisas interessantes no quarto.

Ah, outro ponto que me encantou no prédio foi a área externa com piscina (aonde você poderia convidar ate 5 pessoas por cabeça dentro da casa, ou seja, eu e Adrien poderíamos convidar 10), uma churrasqueira perto coberta por uma pergola de madeira e o salão de eventos, qual a porta ficava ao lado da churrasqueira. A segurança também não tinha críticas e o síndico era um senhor simpático.
Estacionei o carro e desci (outra aquisição do meu trabalho: meu Citroen C3), entrei no elevador e aguardei até a chegada do oitavo andar que era o meu. Ao todo eram dez.
Saindo do elevador, tirei os saltos e andei descalça pelo corredor até a porta do 807 que era a minha, encaixando a chave e entrando. As luzes apagadas denunciavam que Adrien não tinha aparecido hoje durante a tarde... as acendi e me joguei no sofá, ligando a TV no noticiário que não tinha nada interessante, então continuei passando os canais.
Alguns canais passados depois, cansei e fui até a sacada observar o movimento. Era estranho Adrien sequer ter mandado uma mensagem até agora, ainda que fosse para perguntar como foi o dia... era comum que fizesse.
Fiz carinho no Girassol que ficava no canto da sacada, protegido de chuva e pegando um pouco de sol diariamente e fui até a cozinha, procurar algo para comer ou cozinhar alguma coisa.

- Parece que cheguei na hora - a voz irreconhecível falava risonha - Que tal isso? - virei de frente para Chat Noir que segurava uma sacola em uma mão e um buquê de rosas na outra

- Onde você esteve? Estava preocupada! - ri indo até ele e abraçando-o

- Eu queria fazer uma surpresa e eu passei a tarde resolvendo as coisas para amanhã, sabe... provando comidas, bebidas, combinando buffet, musica, revisando tudo. Depois uma das feras apareceu, acabei com ela e aí passei em alguns lugares no caminho.

- Que gatinho dedicado - apertei seu nariz e lhe dei um beijo - Qual a surpresa? - ele sorriu se destransformando, me entregando o buquê e deixando a sacola sob o balcão

- O buquê é só um agrado mesmo - ele mostrou a língua puxando a sacola para baixo

- Não creio!!!! - corri na direção para ter certeza do que meus olhos viam - Você trouxe cachorro quente, vinho e creme brûlée! Espera, é o cachorro quente do... - ele assentiu com a cabeça - Meu deus é o melhor!

- Só o melhor para você, my lady. Quer dizer, os seus preferidos! Rufford deu ate um desconto no cachorro como presente de ccasamento, então um deles foi por conta da casa.

- Obrigada - o abracei mais uma vez, deixando um beijo no pescoço

Comemos, bebemos algumas taças e fomos para o quarto, andando um pouco torto, mas nada era impossível para ladybug e chat noir.
Depois, tomamos banho e dormimos. Teríamos que acordar cedo amanhã.