Yoki

Kurama

Bagunça. Era assim que eu descreveria a mente dele. Uma grande bagunça colorida.

Tudo ao meu redor era imaterial. Uma coisa atropelava a outra, tudo em um grande furacão. A mente dele trabalhava a todo vapor, mesmo que seu corpo estivesse parado. 

Eu não sei explicar, mas parecia uma pintura abstrata, sendo tudo colorido. Até mesmo o ambiente parecia ter uma cor amarelada. 

Me distanciei um pouco e vi, ao longe, uma parte imóvel. Me aproximei e notei que eram estantes. Nelas, existiam várias esferas, e elas eram como esferas de luz, cada uma com uma cor diferente.

 Lembranças.

Peguei a primeira que vi pela frente.

Amarela.

Nela, eu via, pela visão de Naruto, o dia em que nos falamos pela primeira vez. Quando a memória chegou ao fim, parecia que eu estava sentindo o que ele sentiu naquele momento, alegria. Eu sorria sem perceber.

Peguei a próxima.

Vermelha.

Nela, Naruto discutia com Sasuke, como sempre.

Eu absorvi aquela emoção. Senti raiva de Sasuke.

 "Garoto prepotente."

"Wow, calma aí Yoki. Não se deixe levar, não foi você que sentiu isso."

Respirei fundo para limpar minha própria mente, e continuei.

 Verde.

Na esfera, Naruto estava comigo de novo. Nós dois estávamos em cima do monte Hokage, observando o pôr do sol e conversando.

Eu me senti calma. Leve.

Eu lembrava daquele dia. Foi o dia que ele me contou sua aventura indo ao banheiro a cada 5 minutos. Nunca ri tanto na vida. 

Peguei uma que estava um pouco separada das outras.

Roxo.

Dessa vez, Naruto estava olhando fixamente um homem grisalho. Eu me lembrava dele, no meu teste para genin. Na verdade, depois daquele dia eu nunca mais o vi. Seu nome era Mizuki.

O homem falava com um sorriso maldoso no rosto, como se contasse uma verdade dolorosa.

Quando a memória terminou, eu senti uma sensação diferente. Era uma pressão no estômago junto com nervosismo e formigamento na cabeça, minhas mãos estavam trêmulas e meu coração retumbava no peito.

Medo.

Me forcei a voltar ao normal, respirando fundo várias vezes. Em seguida, agora mais calma, continuei a caminhar, agora para longe daquele "setor".

***

Depois de muito caminhar observando tudo ao meu redor, vi uma parte da mente dele que era completamente escura.

 Chegando um pouco mais perto, percebi ter um tipo de líquido no chão. Um líquido amarelado. 

Eu queria ir mais adiante, saber o que tinha no final. Tomei a decisão e estiquei a perna para dar um passo à diante, e quando pisei no líquido meu pé não afundou. 

Continuei andando. Pé ante pé. A cada passo que eu dava, o líquido amarelo ficava com pequenas ondas circulares até desaparecerem da minha visão. 

Depois de mais caminhada, encontrei grandes e grossas barras de ferro vermelhas. Como uma gaiola gigante.

Me aproximei, e lá dentro vi uma grande criatura laranja. Uma raposa.