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A noite vem, o vento gelado percorre nossos corpos, a lua aparece para tornar-nos brilhantes. Estamos caminhando calmamente pelas ruas. Seu sobretudo no meu braço repousa a espera de uma máquina de lavar. Minha jaqueta está no corpo dele e com certeza estará cheirosa quando eu recebê-la de volta. Eu gosto de como as coisas estão, ainda que o futuro seja incerto e inseguro. Eu tenho medo dele.
— Você está melhor? — pergunto com carinho, olhando-o atentamente.
Não consigo esquecer o jeito como ele beija e confesso que estou doido para a próxima vez — se é que vai ter.
— Sim, obrigado — ele abraça a si mesmo com a jaqueta e eu sorrio.
Entramos num táxi quietos, porém estou próximo demais dele para evitar abraçá-lo de lado. Acho que ele não liga para isso, uma vez que sorri como agradecimento. Beijo sua bochecha e ajeito sua franja com cuidado e atenção. Ele fica rubro, eu também. Nem me lembro da última vez que fui carinhoso com alguém assim.
— Se estiver desconfortável, é só falar — digo. Não quero que ele fique desgostando das minhas demonstrações.
— Está tudo bem — sua cabeça chacoalha e ele se estica para beijar o canto dos meus lábios. Eu sorrio no mesmo instante.
Porra, coração, você vai mesmo me deixar na mão? Tudo bem que estamos tão próximos a ponto das pernas estarem coladas e meu braço estar sobre seus ombros. Mas por que de repente me sinto eufórico e não paro de sorrir pela sua presença? Essas coisas são estranhas, loucas, caretas. Eu deveria estar evitando isso.
Mas eu não consigo fingir mais, nem esconder o que raios tenho aqui dentro do peito. Eu quero beijá-lo mais, quero tocá-lo mais... É como se eu estivesse numa excitante ansiedade de agarrá-lo e nunca soltar. Gostaria de puxá-lo, grudá-lo ao meu peito, sussurrar quão importante ele é para mim.
Descemos do táxi um tanto silenciosos, então seguimos ao nosso quarto de hotel e eu me jogo na cama de exaustão. Kihyun tira minha jaqueta e me entrega-a com um agradecimento. Eu respondo que não foi nada, daí encaminho-me ao banheiro e decido tomar um banho. Eu estou cantando Chris Brown quando a porta do banheiro se abre e me recordo que inconscientemente acabei por não trancá-la. Talvez isso signifique que minha paranóia sobre a questão sugar daddy tenha se esvaído por ora.
— Não entre em pânico — escuto a voz de Yoo frente à pia do banheiro. Como não vou entrar em pânico? Eu estou pelado aqui dentro e é estranho estarmos num mesmo banheiro, ainda que ele não possa me ver.
— Está tudo bem — minto.
Sendo franco, eu não reclamaria se ele aparecesse aqui dentro e me beijasse de uma maneira extremamente quente e envolvente. Mas ele não vai fazer isso, ele não quer fazer isso. Ele ainda está se fazendo de difícil, é que ele é difícil. Convenhamos, ele me beijou algumas vezes e isso foi ok. Mas e aí? Vai haver replay? Vai haver um upgrade? É exatamente isso o que quero falar: Ten só me beijou.
Termino meu banho e enrolo-me numa toalha pelo quadril. Limpo a garganta ao sair do box e aproximo-me do espelho onde Kihyun está se olhando ao aplicar uma espécie de máscara no rosto. Pego minha escova, o creme dental e inicio minha escovação.
Yoo para por alguns instantes e olha para algo refletindo no espelho. E, ah... Eu já sabia que seus olhos parariam ali, né? Bem, não é que eu tenha imaginado, só que simplesmente era a minha esperança. Ele está olhando diretamente para a pontinha da minha tatuagem da virilha. A pontinha, porque o resto ele deve merecer para conseguir ver.
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café et cigarettes ┊ChangKi
Fanfiction"Chɑngkyun preferiɑ cɑfé e cigɑrros ɑ se ɑlimentɑr de verdɑde. Kihyun ɑpenɑs um chef de cozinhɑ formɑdo nɑ Frɑnçɑ, implicɑnte e preocupɑdo" ೃ ⊹ © @TheLastPendragon cover; @AyaWestmacott2