Você está um no-jo com essa pronúncia

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Talvez. Só talvez. Talvez um grande talvez. É, talvez eu esteja nervoso. Quer dizer, meu compromisso com Kihyun é amanhã e já estou estou surtando com isso. Planejei tudo: iluminação, culinária, aromatização, música — eu até assinei o Spotify Premium para não sermos interrompidos com anúncios —, vestimentas e organização da casa. Passei o início da manhã de ontem esfregando aquele banheiro, hoje dei uma sacudida naquela sala e amanhã darei uma espanada na cozinha. Mas só depois de descolorir a raiz do meu cabelo, que cresceu tanto que meu cabelo se tornou bicolor.

E, sim, eu vou pedir Kihyun oficialmente em namoro amanhã. Espero que ele aceite, tipo... Ah, qual é! Estamos próximos já tem mil semanas. Nos tratamos como namorados, embora não sejamos. De vez em quando, Kihyun vem me dizer que estou grudando muito, mas depois vem ele me abraçar e dizer várias coisas que nem presto atenção, porque seus lábios se movem tão amavelmente que não consigo desviar o olhar. Nós somos melhores amigos que se beijam, então é de se esperar que fiquemos esculachando um ao outro num minuto, depois nossas bocas estão se chupando no outro. Só quero que ele aceite, assim poderei me esforçar mais.

— E... Aqui está — Kihyun pousa dois pratos maravilhosos sobre a mesa e senta-se à minha frente.

Coq au vin? — reconheço o prato. Claro, os burgueses amam.

Kihyun me olha surpreso e cai na gargalhada, sem querer batendo as pernas na minha.

— Caralho, você está um no-jo com essa pronúncia! — ele acabou de fazer uma pausa com um sotaque extremamente forte? É sério que estou sorrindo por conta disso? Que merda, que saco. Amo ele. — Repete, repete.

— Repete você — olho para o prato muito bem decorado por ele.

— Você ficou todo vermelho, Changkyun! — ele não para de rir. É sério que estou apaixonado por ele? É sério? — Repete, vai...!

Ergo o olhar e vejo-o cheio de expectativas. Olho para o relógio no pulso dele e percebo que já está ficando tarde, mas ainda temos uma hora e meia juntos. Então não vai dar pra fugir, vou ter que repetir de um jeito ou de outro.

Cock in an van — permeio-o com um olhar de tédio.

Kihyun me chuta por debaixo da mesa e me curvo para acariciar minha canela maltratada.

— Seu palhaço, ferrou com minha perna — faço cara feia para ele.

— Eu mandei você falar "coq au vin", não "pau numa van", Changkyun — ele cruza os braços e eu rio feito uma criança que fez merda escondida.

— Que absurdo, você que escutou errado. E não era um pau, era galo. Eu sou alguém requintado, falei: cock...

— Sério que você quer falar de pau antes de comer? — ele me interrompe.

Me seguro para não falar merda, mas aí não seria eu.

— Se a gente vai comer, tem que falar de pau. Você não é maduro o suficiente para falar de pau? Mas e aí, como o seu está? Está numa van? — eu não pensei muito bem antes de falar isso.

Kihyun revira os olhos e me chuta mais uma parcela de vezes.

— Eu estou com vontade de te deitar no soco, garoto — ele finge que vai me bater, eu esquivo.

— Você vai me socar? — mordo o lábio e olho-o maliciosamente. Essa foi muito idiota, mas Kihyun me olha sorrindo sem entender nada. Esqueço que ele não sabe tudo de coreano. — Você não entendeu, né?

 café et cigarettes ┊ChangKiOnde histórias criam vida. Descubra agora