Você namoraria comigo?

151 26 29
                                    

deixe um votinho~

Eu nunca tinha dançado de uma maneira sensual, nunca tinha me visto na necessidade de seduzir alguém através de movimentos eróticos e gemidos tendenciosos. Mas agora é uma exceção, porque não estou vendo mau algum em fazer isso uma vezinha só para chamar atenção do meu bofe. E ele aparentemente está gostando muito, porque não para de rir e me chamar de louco, enquanto grava com o celular burguês dele.

O pessoal está gritando alguma coisa que eu não consigo entender, também nem me esforço nesta vã tentativa. As luzes piscam e eu sinto meu corpo mover-se em êxtase em cima desse balcão. Tem três funcionários putos da vida, pedindo para que eu desça logo antes que me tirem à força. Não estou nem aí para eles, esse é o meu momento de brilhar e ninguém pode tirar esse meu minuto de fama.

A música que está tocando já repetiu "baby  girl " umas cinco vezes, no mínimo, e em todas estive olhando para Kihyun como se não quisesse nada — porém querendo. Eu adoraria que ele fosse meu sugar daddy, sério. Eu fui muito burro em pensar que essa parada de sugar daddy era ruim, porque poder agarrar Kihyun e ainda ganhar presentinhos em troca é exatamente o que eu quero agora.

— E o quê?!!! — eu grito para o meu público, insinuando tirar a camisa creme que estou vestindo. Ela é muito soft e nem combina com a noite. Ela está toda suja.

Arranco a camisa do corpo e jogo-a bem na cara de Kihyun, que prontamente agarra-a e ri feito um louco enquanto eu deslizo a mão pelo meu corpo, suplicando atenção. Ele vai me parar se eu for longe demais? Espero que não, pois eu estou adorando seduzi-lo na frente desse pessoal todo. E que barman chato do caralho que não me deixa dançar em paz, qual o problema dele? E daí que eu estou em cima do balcão, porra? Vou descer o soco nele. Mas, ah, de novo o "baby girl" e eu deslizo a mão na minha própria coxa, chamando atenção do tailandês para ela. Ele morde os lábios de nervoso... Caralho, ele está amando! Eu vou rir disso até 2020... Calma aí, em que ano a gente tá?

— Não, não — nego os pedidos do barman para que eu desça, recuando dos seus braços tentando me agarrar.

Va te faire foutre! Sors d'ici! — o barman barbudo grita comigo, então eu rio mais histericamente por ele ter dito meu palavrão favorito de todos os tempos.

— Olha só, Kihyun! Ele é muito carinhoso comigo! — chamo a atenção de Yoo, gritando com ele.

O barman avança para tentar me agarrar, mas ele deveria saber que não se toca num corpo que já tem dono. Credo, ele parece um monstro vindo até mim. Por isso adianto os passos para a outra parte do balcão. Só quero me livrar desse estrume antes que ele me alcance.

Mas eu me fodo todo no meio do caminho, como praxe, e escorrego num líquido aleatoriamente derramado no meio do balcão. E pela pressa e agilidade com que me movimento, é de se esperar que eu tome uma queda bem gostosa de danada. Só não esperava que meu joelho fosse dar uma sarrada na pontinha do balcão um segundo antes de eu encontrar o chão pela segunda vez só nesta noite. Afinal, em que inferno está o meu anjo da guarda? Ô, porra, aparece! Estou precisando de você agora!

— Meu Jesus todo poderoso! — resmungo, contorcendo-me no chão a espera de alguma alma bondosa para me resgatar.

Já é a segunda vez! A segunda vez! — alguém urra ao meu redor e há tantas luzes e tantas silhuetas que não sei nem mais onde estou.

Talvez eu esteja com frio ou estou tremendo de nervoso. Se mexo minha cabeça rapidamente, ela dói. Se tento me levantar, caio outra vez. Eu nem sei se ainda estou vivo ou numa ilusão. Às vezes eu só quero o colo da minha mãe para chorar um pouquinho em silêncio, porque tudo é complicado demais e barulhento demais. A vida é frustrante e eu quero beber rum pra esquecer que estou vivo.

 café et cigarettes ┊ChangKiOnde histórias criam vida. Descubra agora