você sempre tem o que quer.
sempre tive lá minhas inimizades com burgueses, por uma questão social mesmo - não enxergue isso de modo pessoal. você tem dinheiro, beleza, e aparentemente está com um novo cara. e tu não sabe a ironia desta palavra: cara. você costumava me chamar de cara quando tentava fugir de mim a todo custo. e parece que até hoje estou pagando pela minha perseguição por você, cara. real. eu só não queria que estivesse doendo tanto. porque quando eu estou prestes a dormir, puxo a cortina para não ver o motel do outro lado da rua. tua gargantilha fica no quarto na bagunça, esquecida, talvez empoeirada. quero te transformar nisso mesmo: numa vaga lembrança cheia de poeira. seria incrível.
estou me sentindo vazio agora. eu comi hoje, bebi, fumei uma vez só para dizer que ainda estou vivo. não sei mais quem eu sou, tenho tentado me encontrar. às vezes olho debaixo da cama, para ver se há algum pedaço de mim por lá, chacoalho as roupas, cutuco o sofá. mas só tenho encontrado solidão. dodo tem estado ocupado com o trabalho, Minhyuk tem estado ocupado com suas ressacas, eu tenho estado ocupado... estou ocupado demais, sem fazer nada. às vezes sento, olho diretamente para a parede e deixo a ansiedade dizer que preciso fazer isso e aquilo, ser isso e aquilo. você não me entenderia, né? acho que você está muito bem na itália. tuas fotos andam bem editadas.
hoje eu cheguei tarde, sentei sobre a cama e quis reclamar do colchão. mas só lembro de eu e você nele, dos nossos corpos, meu cigarro, teus carinhos, teus gemidos, meus abraços, nossa risada... eu podia jurar que nos amávamos. mas agora eu entendo. eu nunca fui bom em interpretação. fiquei cego pela minha ilusão. e você nem volta, né? quando soube que estava a aparecer por seul, bem... achei que acabaria procurando por mim em algum momento. mas quantos meses se passaram mesmo? não sei, talvez sete. você tem usado casaco? aliás, tu não precisa. já és gelado.
preciso de comprimidos para dormir, preciso de comprimidos para sorrir, preciso de comprimidos para viver. acho que sempre precisei, mas seu sorriso costumava me entorpecer. sinto sua falta, mas eu digo ao meu terapeuta que não. eu pediria desculpa, mas ele me disse que costumo me sentir culpado por tudo e que nem tudo depende de mim para acontecer. mesmo assim. eu aposto que todos estão felizes agora, com suas pessoas especiais, bebendo soju e conversando sobre qualquer besteira. e eu estou aqui, fingindo não assistir sua live no instagram sem camisa e pensando no que responder da próxima vez que alguém me perguntar se estou bem. quero parecer poético, Kihyun, então me dê umas dicas.
não consigo mais sustentar mais nenhuma mentira. desculpa. droga. isso está uma merda.
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café et cigarettes ┊ChangKi
Fanfic"Chɑngkyun preferiɑ cɑfé e cigɑrros ɑ se ɑlimentɑr de verdɑde. Kihyun ɑpenɑs um chef de cozinhɑ formɑdo nɑ Frɑnçɑ, implicɑnte e preocupɑdo" ೃ ⊹ © @TheLastPendragon cover; @AyaWestmacott2