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Ponho um boné preto na cabeça e ajeito o cabelo para baixo, propositadamente posto para ver se assim consigo esconder essa coisa horrível na minha testa. Bem, o boné não fica tão legal, mesmo assim eu vou manter.
— O que acha? — viro-me para Kihyun, que está passando alguma coisa no rosto como se precisasse disso para ficar bonito. Ele tem as bochechas mais lindas e fofas do mundo, dá vontade de morder.
— Ficou legal — ele dá tapinhas no próprio rosto e se admira por alguns segundos.
— Estou me achando esquisito — apareço ao seu lado no espelho. — Não acha?
— Você é bonito demais para se achar esquisito, Changkyun — ele me olha pelo reflexo do espelho.
— Não, eu não sou tão bonito — dou um passo para trás. — Meu cabelo não brilha como o seu, por exemplo. E eu também não estou tanto no padrão.
— Desconheço padrões — ele diz, como quem querendo me convencer. — Eu gosto da sua beleza, você me parece inocente e ingênuo com essa carinha de perdido.
— É cara de lerdo —explico.
— Seu cabelo é totalmente preto e lindo. E você tem um sorriso maravilhoso — ele toca delicadamente a minha bochecha e desde já fico vermelho de vergonha. — E seu jeitinho é tão único e adorável...! Você supera qualquer expectativa, Changkyun.
Meu Deus, o que falar disso? Eu quero enfiar minha cabeça num buraco e nunca mais tirar de tamanha vergonha que estou sentindo nesse momento. Eu não sabia que ele iria dizer todas essas coisas para mim. Eu não sabia que ele pensava todas essas coisas de mim.
— Obrigado — digo baixinho, abaixando a cabeça a fim de esconder o rosto rubro diante os elogios. Ele olha para mim e me dá uma leve cotovelada de brincadeira.
— Tão fofo! — exclama sorrindo, como se eu fosse uma criancinha envergonhada.
Eu me desmonto com esse jeito carinhoso dele. Nem sei se mereço. É como se Kihyun fosse a junção de todos os presentes que o Papai Noel deixou de me dar que, vendo agora, apenas adiou para algo melhor. Ele é a minha pessoa favorita do globo.
Eu suspiro e tiro o boné, porque é estranho ter um galo na cabeça e tentar esconder a todo custo. Então olho para Kihyun.
— Eu vou pesquisar sobre voos para amanhã — ele pega o celular e eu me aproximo para checar também.
Quando ele abre o Safari, a primeira coisa que nos aparece é uma pesquisa recente, provavelmente feita na noite anterior e, obviamente, por mim. Mais um motivo de vergonha. "Um joelho quebrado impede um pênis de funcionar direito?": é essa a pesquisa. Kihyun me olha. Já sabe quem pesquisou isso. E eu me sinto uma vergonha neste momento.
— Devo ter esquecido de fechar a aba e limpar o histórico. Hehe — me explico em vão, sentindo meu rosto queimar de vergonha.
Fala sério, eu está tão bêbado assim ontem? Eu não consigo me ver neste tipo de situação. Eu estava fazendo o quê, afinal? É como se eu estivesse bêbado, descendo uísque até os dedos dos pés, falando de motel para Kihyun e pesquisando sobre a probabilidade do meu querido soldadinho apresentar problemas funcionais devido a minha dor no joelho. O que o joelho tem a ver com isso, Changkyun Do Dia Anterior? Você é burro ou algo do tipo?
Se eu tivesse pesquisado sobre a minha pancada na cabeça e como isso talvez mudasse algo lá embaixo, faria sentido — até porquê, a ereção é uma questão psicológica. Mas eu fui burrito ontem e passei vergonha de graça. Que incrível.
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café et cigarettes ┊ChangKi
Fanfiction"Chɑngkyun preferiɑ cɑfé e cigɑrros ɑ se ɑlimentɑr de verdɑde. Kihyun ɑpenɑs um chef de cozinhɑ formɑdo nɑ Frɑnçɑ, implicɑnte e preocupɑdo" ೃ ⊹ © @TheLastPendragon cover; @AyaWestmacott2