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Nossos dias na França foram apressados e cheios em demasia, a ponto de cairmos na cama a cada chegada nossa. Mas hoje estou energético, feliz e alegre. Sento-me num sofá e massageio meu joelho dodói. Eu estou muito animado, acho que nada pode me jogar para baixo. E essa suíte é incrivelmente espaçosa e requintada. E a vista da janela me faz ver uma pequena parte remota da Torre Eiffel e isso me faz sorrir como um abestalhado.
É que hoje Kihyun e eu fomos um casal espetacular, do tipo idiotas que se beijam toda hora, dividem o mesmo copo de refrigerante e ainda ficam brigando por coisas bestas. Igual como ele fez logo quando estávamos de saída e eu estava lambendo os dedos como criança e ele começou a reclamar. Mas o dedo é meu, ele não tinha que falar nada. Mesmo assim brigamos, então eu roubei um beijo dele. E agora eu estou rindo disso.
— Amanhã, sete à noite — ele me diz o horário do nosso voo de volta à Coréia e isso me faz ficar um pouco triste, porque eu absolutamente não quero voltar. — Tudo bem para você?
— Pode ser — respondo, após um longo suspiro. Ele não parece notar isso, então cruza as pernas e ajeita o corpo sobre o colchão.
— Eu estou morrendo de fome! — Kihyun exclama, só que não faz sentido algum, já que estávamos comendo pipoca há uma hora atrás. Poxa, essa criatura tem um buraco negro no estômago?
— Não estou muito a fim de comer — faço uma expressão de recusa e ele ergue os olhos do celular. — Que é?
— Você só teve uma refeição completa hoje, Changkyun — ele diz isso como se estivesse me incriminando por isso, mas Kihyun sabe muito bem que eu não gosto nem um pouco de comer. Eu não quero comer.
— Sim, e...? — cruzo os braços.
— Pipoca não alimenta a barriga de ninguém. Senta aqui e vamos escolher algo para comermos do Uber Eats — ele dá dois tapinhas na cama e eu permaneço no meu lugar. — Vem, idiota.
— Pode pedir para você. Não quero gastar dinheiro com algo que eu não quero — descruzo os braços para tocar no meu galo sensível e faço uma careta pela dor.
— Não existe querer, é precisar — ele deixa o celular sobre a bancada ao lado da cama e olha diretamente para mim, como quem fosse um psiquiatra esperando o paciente falar todos os seus problemas.
— Mas eu não quero, é sério — lanço um olhar de "por favor, me deixe em paz" e ele parece entender o recado, visto que concorda com a cabeça e volta a ficar no celular.
Agora estou tentando ler as poesias do livro que Kihyun presenteou-me enquanto ele termina de comer o Yakisoba misto dele ao assistir Sailor Moon legendado. Solto alguns muxoxos para indicar que o volume está alto demais, mas ele não parece se importar. Eu também não ligo mais para ele, por isso começo a ler alto demais e isso chama a atenção do boboca deitado de bruços na cama.
— Você está pronunciando tudo errado — ele diz ao aumentar mais o volume do áudio e ainda faz um barulho nojento e irritante com o Yakisoba na boca.
— A pronúncia é minha, não sua — puff, até parece que ele se importa com isso, porque está me ignorando desde que neguei comida e agora está, como sempre, agindo como um idiota.
— O idioma também é seu? — eu vejo-o arquear as sobrancelhas, cheio de si. Sua mania de me dar raiva me faz querer me jogar em cima dele, só que para outra coisa.
— Ponha um fone de ouvido e tudo estará resolvido — dou logo a solução e quero saber que raios ele vai responder. Claro que ele não tem razão, não vai ter argumentos.
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café et cigarettes ┊ChangKi
Fanfic"Chɑngkyun preferiɑ cɑfé e cigɑrros ɑ se ɑlimentɑr de verdɑde. Kihyun ɑpenɑs um chef de cozinhɑ formɑdo nɑ Frɑnçɑ, implicɑnte e preocupɑdo" ೃ ⊹ © @TheLastPendragon cover; @AyaWestmacott2