Você me faz bem, sabia?

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"O homem é meu, rapariga!", é definitivamente o tipo de coisa que eu quero disparar a essa mulher que sorri toda encantada com o meu macho. Talvez isso seja coisa da minha cabeça? Talvez. Só que não podemos esquecer que eu estou totalmente desconfortável com o jeito que ela sorri quando escuta-o responder suas perguntas.

Eu sei perfeitamente que isso é ridículo da minha parte, até porque eu e Kihyun nem somos namorados nem nada. Somos só amigos que se beijam, apenas. Será que ele tem outros amigos assim? Engulo em seco porque esse pensamento me sufoca e decido beber mais água.

Estou num cantinho acompanhando a participação de Yoo no programa e é praticamente desumano não sorrir quando ele sorri. Quem consegue resistir a esse sorriso? Aposto que até as plantas ficam caidinhas nesse sorriso desgraçado. É só Kihyun sorrir para uma árvore e ela despenca de amor.

Por isso que, quando estamos de saída, eu estou parecendo um bobo apaixonado segurando suas coisas e disfarçadamente aproximando minha mão da sua para ter a chance de segurá-la.

— Você foi ótimo! — exclamo, feliz da vida. Estou quase conseguindo o contato com sua mão. Será que ele vai fugir?

— Ah, obrigado — ele tenta afastar a franja do rosto. Poxa, por que usou justamente a mão que eu iria segurar?

Ele está incrível hoje, como sempre. Acho que se eu pudesse escrever uma carta para ele agora, com certeza escreveria: "Segura a minha mão, prometo não te machucar." Às vezes eu acho que ele tem medo de ser machucado, não porque o amor é egoísta. Talvez eu deva abraçá-lo forte e demonstrar todos os meus sentimentos mais profundos.

— Eu estava pensando que seria incrível irmos a Catedral Notre-Dame mais tarde. Que você acha, hein? — o vento passa forte e sacode nossas roupas, fazendo-me notar que tem botões demais abertos na camisa de Kihyun.

Me imagino chegando por trás dele, num sussurro sexy próximo da sua orelha, arrastando os lábios pelo seu pomo de adão, minha mão invadindo seu peitoral e descendo calmamente, sentindo sua pele de fada contra a minha num toque escaldante. Me imagino beijando-o devagar, descendo devagar até a parte mais gostosa do seu corpo...

— V-você ta bem? — Yoo subitamente muda o tom de voz e me olha assustado, apressando-se a fechar alguns botões da sua camisa floral. Ele tinha trocado de roupa assim que terminou a sua participação, minutos atrás.

E, nossa, parabéns, Changkyun, por ter uma puta imaginação fértil e ficar parecendo um tarado esquisito olhando para o corpo de uma pessoa como se estivesse comendo ela na mente — o que, cá entre nós, não é de longe uma mentira.

— Desculpe, de verdade — respiro fundo e tento não foder mais com essa situação desconfortável.

É por isso que eu vivo tendo sonhos de sugar daddy, porque eu não sei me conter e só penso merda. Meu Deus, Kihyun vai fugir de mim e vai estar completamente certo. Eu tenho que fazê-lo se apaixonar por mim, não fazê-lo dar para mim. Argh, eu odeio essa expressão. De todo modo, acho que o que eu devo fazer é  charminho para ver se assim ele gosta de mim.

— Kihyun — chamo-o enquanto ele está pedindo um motorista por aplicativo. — Você iria gostar de mim se eu fosse uma briófita?

— É capaz de eu te comer — ele não tira os olhos do celular e nem está sorrindo ao dizer isso.

— É capaz de eu não reclamar — será que ele vai pegar a malícia?

Kihyun imediatamente tira os olhos da tela e me olha com um sorriso safado. Está certo isso, produção? Ele realmente está fazendo isso? Céus, é impossível não rir. Ainda mais agora que ele inventou de dar tapas no meu braço, me incriminando por ter levado sua resposta para o buraco da maldade.

— Você é muito malicioso, Changkyun! — ele ainda tem a coragem de me sacudir, como uma mamãe recriminando o filho.

— Mas eu não fiz nada. Eu adoraria ser comido por você — ergo as mãos num breve sinal de rendição. Estou de mãos lavadas para esse seu julgamento. Eu sou bom ator.

— Viu só?! Você é podre, garoto! — ele está rindo, se divertindo com a situação.

— A maldade está em você, não em mim — dou língua para ele.

— Você é malicioso.

— Você que é.

— Você.

— Você.

Bem, estamos numa discussão super madura neste momento e confesso que calar a boca dele com a minha é tudo o que meu pobre coração almeja. Tudo bem que estamos no meio de uma rua parisiense, mas quem liga? Estamos na cidade do amor e eu estou morrendo aqui de ansiedade para quando é que vamos ser algo.

— Você acabou de pensar merda, Changkyun — fala ele, olhando a placa de todos os carros para checar qual deles é o nosso. — Ah, é aquele. Vamos.

— Só pra você saber, queridinho, se você tivesse a mente limpíssima, transparente como água, você não teria inventado malícia alguma. E, sim, você inventou a malícia, porque eu nem tinha pensado nisso antes de você vir me bater — reclamo ao abrir a porta do carro para a minha paixão, meu dengo, meu xodó entrar.

— Você é ridículo... Qualquer pessoa pegaria a malícia — ele me diz logo após cumprimentarmos o moço e eu fechar a porta ao meu lado.

— Não mesmo — nego com a cabeça e ele revira os olhos. Me aproximo rapidamente e dou um beijo na sua bochecha macia.

— Nha, não faça mais isso — ele faz uma carinha de nojo e arrasta as costas da mão pela bochecha beijada. — Não gosto de grude.

— Ah, jura? — meu sorriso diz que eu não vou deixá-lo em paz e Yoo percebe isso, já que recua e tenta cobrir o rosto.

Afasto suas mãos facilmente e encho seu rosto inteiro de beijos e mais beijos. Corro ambas bochechas com beijos rápidos, deixo selinhos gostosos nos seus lábios e ainda mordisco as bochechas já vermelhas para provocá-lo. É claro que ele me bate, tenta me empurrar, se debate... Mas nada adianta, porque eu quero muito demonstrar todo meu carinho.

Mas finalmente deixo-o me afastar e vou para o outro lado do carro. Eu estou rindo e eu nunca na minha vida tinha visto Kihyun tão vermelho assim. Ele está muito, muito vermelho. Seu rosto, seu pescoço, o início do seu peitoral... Tudo está vermelho e eu não sei se é de vergonha ou timidez. Só sei que isso é fofo demais.

— Ei, docinho — estico meus lábios e mando inúmeros beijos pelo ar.

Kihyun está escondendo o rosto e posso ver sua orelha vermelha. Não consigo parar de rir e o motorista está acompanhando a gente como se fôssemos novela. Cruzes, que constrangedor. Ainda bem que não estou nessa sozinho.

Ele está rindo tão fofo, seu rostinho rubro é tão fofo e delicado, tão meigo ... Poxa, eu não sabia que ele ficava assim quando recebia uma porção de beijinhos carinhosos, vou tentar mais vezes. É que eu gosto de vê-lo feliz e agora parece que ele está olhando para mim e sorrindo sem motivo.

— Que foi? — quero saber, puxando o cinto de segurança para ele. Eu zelo por ele, ta ok?

— É que você me faz bem, sabia? — seu sorriso bobo me arranca um também e, depois de dito, ele se vira para a janela e passa a morder o lábio inferior para evitar esse sorriso sem motivo que pegou-lhe de jeito. Eu sei disso porque estou fazendo o mesmo.

Eu não sei vocês, mas acho que estou apaixonado e preferia morrer.

ᴄᴀғᴇ ᴇᴛ ᴄɪɢᴀʀᴇᴛᴛᴇs  •ᴄʜᴀɴɢᴋɪ•

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