Naquela noite, não consegui dormir por mais de 3 horas, e o motivo pelo qual fez isso acontecer era simples: logo eu voltaria para a Terra.
Após fazer tudo o que devia, me direcionei ao edifício, onde Diego estaria me esperando para me dar as últimas instruções antes de eu passar pela porta que guardava tudo o que viria pela frente.
Passei pela enorme porta do prédio, cumprimentando dona Judite e subi até o último andar do edifício. Avistei Diego fora de sua sala, provavelmente me esperando, já que quando me viu fizera uma expressão aliviada.
- Bom dia, estava me esperando, é? - falei com humor, cruzando os braços.
- Estava. Você precisa saber mais algumas coisas antes de ir.
- Ata, então vamos lá. - passei por ele e entrei na sua sala, vendo que os papéis de ontem não estavam mais na mesa. - Diga-me ó senhor Diego, o que devo saber, por obséquio... - disse fazendo uma reverência, só para tirar a paciência do homem em minha frente.
- Já não disse para parar de fazer isso e parar de falar assim? - me olhou.
- Já falou sim, mas faço pra irritar. - ri e me sentei na cadeira da sua mesa. - O que eu devo saber?
Diego me explicou brevemente coisas do tipo de como me movimentar na cidade, lugares onde o garoto frequenta ou anda, a escola dele e mais poucas coisas.
Após tantas informações, estávamos os dois de pé em frente a porta que me levaria para o mundo humano.
Diego se virou para mim e disse:- Como hoje será seu primeiro dia, estarei te observando pelo monitor, para caso você precise de algo. - assenti com a cabeça, admito que muito nervosa por voltar para aquele lugar para passar mais que duas horas de prazo. - Está pronta?
- Não, mas tanto faz. - olhei para Diego e me direcionei para a porta, abrindo-a e andando devagar, até perceber que estava em Terra. Virei e dei de cara com Diego olhando para mim. - Ok, vamos.
Andei pelas ruas movimentadas, conhecendo lugares e esbarrando em pessoas o dia todo, até ouvir Diego falando:
- Clara, você pode ir para a casa, pois amanhã irá bem cedo começar sua missão e conhecer o menino.
Fui para a casa e me surpreendi, já que achei que seria uma casa cheia de frufrus por ter sido dada pelo Conselho de Anjos, mas chegando até ela, percebi que era uma casa normal.
Depois de muito tempo pronta para dormir, só consegui pensar uma coisa: o que estava por vir?
Acabei por fim, adormecendo sem nem perceber.
(...)
- Ok, Diego. Onde devo ir primeiro? - terminei de me vestir e falei em voz alta esperando uma resposta, mas aí lembrei que ele apenas me ajudaria no primeiro dia, e que no momento ele não estava me ouvindo. - Ah que maravilha, eu tô sozinha aqui. - disse com irritação.
Coloquei as mãos na cintura por poucos segundos e saí da casa. Peguei o celular para olhar as informações que lá tinha e cheguei ao ícone "Lugares Frequentados", até encontrar...
- Starbucks? - olhei com deboche para o celular.
Será que agora eu devia colocar um coque frouxo e um moletom? É muito clichê.
Fui andando pelas ruas, que poucas pessoas estavam presentes, uma vez que ainda eram 6h da manhã. Meu intuito era chegar bem cedo ao lugar onde seria meu ponto de partida, para já ter como ver Jake chegando na lanchonete.
A brisa fria da manhã batia em meu rosto, estava um pouco frio naquele dia, mas não me importei tanto, já que estava até que agradável para mim aquela temperatura.
Acabei me assustando um pouco com o vento no começo, mas tenho uma explicação para tal coisa: faz tempo que não sinto as manhãs humanas e o vento humano.
Não é que no Mundo dos Anjos não tenha vento. Tem, mas são sensações diferentes por mais estranho que seja.
Parece que o vento humano é mais doce e puro, mesmo com tanta poluição.
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Entre Anjos e Humanos - Livro 1
FantasySalvar vidas não é a coisa mais fácil de se fazer, e nem sempre está presente em nosso cotidiano, mas para Clara, uma garota brincalhona e atrapalhada que virou um tipo de anjo após sua misteriosa morte, é uma coisa de outro mundo. Clara um certo di...