Entre Anjos e Humanos - Livro 1

Capítulo 7

Por mais estranho que seja, eu acordei bastante disposta na manhã daquele dia.

Mal havia levantado e já estava com o celular na mão, procurando pistas do que eu poderia fazer para adiantar minha tarefa, até que achei um tópico na lista de Jake que já foi logo me chamado a atenção.

Sonhos.

Parecia bastante interessante, então comecei a ler:

1 - Viajar para algum lugar que o faça se sentir bem, com alguém que faça bem à ele.

2 - Ir em um lugar que tenha uma boa visão para estrelas, uma vez que é apaixonado por elas.

3 - Ver algo sobrenatural, improvável, difícil de acontecer ou de se presenciar.

Certo, as três primeiras coisas da escassa lista já haviam me dado uma boa carta na manga e uma ótima tarefa para o dia, que seria tentar realizar alguns de seus sonhos, pois creio eu que isso seria um jeito bom de Jake ver o mundo com outros olhos, talvez até mesmo com felicidade.
Porém uma coisa me intrigava, e essa coisa era o terceiro item da lista, "Ver algo sobrenatural". Esse sonho realmente era uma coisa quase impossível de ser realizada, principalmente quando a pessoa que realizaria, seria ninguém mais, ninguém menos que eu, um anjo. Algo que na visão de muitos na sociedade hoje em dia, é impossível por si só.

Com um casaco preto saí de casa, sem me preocupar em arrumar cabelos ou algo assim, já que como não era mais humana, não mudava minha forma e aparência. Fui andando até um dos endereços que apareciam em meu celular, tal que constava como a casa de Jake.

Percebi depois de muita caminhada, que estava em um bairro organizado da cidade, que consistia em casas bastante parecidas, praticamente todas iguais. Por causa de tanta semelhança entre elas, a primeira tarefa difícil do dia foi a de encontrar a casa certa em meio todas.
Toquei em casas erradas, passei vergonha, incomodei pessoas pedindo informação, porém valeu a pena minha última tentativa, uma vez que uma mulher na faixa de 40 anos me atendeu em uma das casas.

- Olá. - falou sorridente, esperando eu dizer algo. Percebi uma semelhança nos olhos da mulher com os de Jake, o que dava a ideia dela ser mãe dele.

- Olá senhora, aqui é a casa que o Jake mora? - rezei mentalmente para ela falar que sim, porque se não eu iria sair correndo dali.

- É sim, querida. Quem é você? - tombou um pouco a cabeça para o lado.

- Eu sou amiga dele, me chamo Clara. - Dei meu melhor

- Ah sim. - sorriu e chegou para o lado, mostrando que estava me dando passagem para entrar em sua casa. - Entre. Você quer que eu chame ele?

- Claro, se não for nenhum incômodo. - dei um risinho sem graça, entrando na residência, logo vendo a mulher andando em direção à escada que tinha ali.

- Ah, que falta de educação a minha... Sou a mãe de Jake, me chamo Diana. - sorriu para mim, voltando em minha direção.

- É um prazer conhecer a senhora, dona Diana.

- O prazer é meu, querida. Pode me chamar apenas de Diana. - riu - Eu posso fazer uma pergunta, Clara? - falou com uma certa desconfiança e confusão, mas ainda educada.