Capítulo 5

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- Veremos. - e se levantou.

- Você já vai? - falei me erguendo também do balanço.

- Acho que sim... Você vai?

- Acho que vou. - respondi e Jake fez que sim com a cabeça.

- Então... Quer que eu vá com você até a sua casa? - percebi a aparição de um rubor leve em suas bochechas, o que o fez ficar fofinho.

- Claro, se não for te atrapalhar. - Ele negou e saímos andando sem mais delongas. - E então, Jake. - prestou atenção em mim. - Onde você estuda? - eu já sabia, mas tinha que agir normalmente, como se não soubesse.

- Na escola do centro. E você?

Ai caramba... Acho que eu não pensei bem na minha pergunta, já que ele poderia facilmente me devolvê-la. E foi exatamente o que ele fez.

- Eu não estudo. Eu estou aqui há pouco tempo... Nem sei quantos meses vou ficar aqui.

- Entendo. - afirmou.

- Mas e na sua escola... Você anda com alguém? Talvez um colega, não sei. - preferi acreditar que Jake iria me responder, uma vez que estávamos nos dando bem.

- Não. - bufou, mas não de forma agressiva, mas sim decepcionada. - Digamos que lá é onde eu mais fico sozinho, já que é lá onde o povo mais julga. - olhou para baixo.

- Desculpa ter... Feito uma pergunta assim. - dei um riso sem graça.

- Não, não tem problema. Para falar a verdade, acaba que acho bom, já que em muito tempo você é a primeira pessoa que tem interesse em sequer falar comigo. - sorrimos ao mesmo tempo.

- Fica tranquilo, não sou igual algumas pessoas da sua vida. - falei em seguida.

- Como assim? - ele claramente não havia entendido.

- Que demonstra vontade de te conhecer e some pouco tempo depois. Não sou assim. - eu havia lido aquilo em sua ficha.

- Não sabia que estava tão claro que as pessoas faziam isso. - riu.

- Por tudo o que você disse... Foi um mero chute.- ri junto dele, o olhando.

- Você pelo jeito tem dom de descobrir coisas que ninguém te conta com esses chutes. - ele estava se referindo à tudo o que eu disse no parquinho.

Fomos conversando sobre várias coisas, até chegar na casa que eu estava morando. E foi aí, na hora de nos separamos, que eu percebi o quanto gostei de estar com ele.

- É aqui. - apontei para a casa em nossa frente.

- Então é isso. - colocou as mãos nos bolsos. - Vamos nos ver de novo? - percebi suas bochechas ficarem levemente vermelhas, e sua expressão mostrar esperança e um pouco de medo.

- Claro! - óbvio que sim, eu iria ser obrigada a passar o resto dos meus dias ali junto dele, já que eu estava aqui exatamente por causa dele. - A gente vai se esbarrar. - dei uma piscadela com um sorriso. - Quer entrar? - juro que eu não queria que ele aceitasse, uma vez que lá dentro estvs a vida dele escrita de trás para frente!

- Não, deixa para depois. - deu uma risadinha. - Então... Tchau. - foi andando para trás.

- Tchau. - sorri e virei de costas, entrando em casa.

Fiquei de frente para a porta após fechar, pensando no que aconteceu e no que eu faria desse dia em diante.

- Uau... - falei rindo e me virei de uma vez, dando de cara com Diego me olhando com os braços cruzados. - DESGRAÇA... - me assustei com a assombração me olhando, que nem percebi o que falei.

Entre Anjos e Humanos - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora