16

4.7K 443 236
                                    

Meredith Grey

A semana demorou a passar, quanto mais eu queria que o tempo corresse, menos ele corria. Addison havia me dispensado, fui redesignada para a obstetra substituta, e desde a nossa última consulta, eu não atendo ao chamados de Montgomery. Aquilo doía, saber que ela não queria ao menos me ensinar era o que mais doía. Como ela mesmo disse, não conseguia olhar para mim, porque eu fui uma grande idiota que trocou uma vida inteira por um momento. Nós poderíamos estar curtindo juntas, formando uma família, mas por minha culpa, estávamos separadas.

Finalmente meu dia de folga havia chegado, o que não era tão bom quanto parecia ser. Tudo o que eu poderia ter feito para ocupar minha mente, eu fiz. Limpei cada cantinho da casa, arrumei os armários da cozinha, reorganizei a geladeira, dobrei cada roupa do meu closet, aspirei até o pó das cortinas, tudo isso para não ter tempo de pensar nela. Eu estava mega cansada quando me deitei na cama, e ainda assim, eu consegui sentir a falta dela. A cama estava fria e vazia, eu precisava dela ali comigo, por pelo menos mais um segundo. Abracei um travesseiro afundando meu rosto no colchão, eu já não tinha forças e nem lágrimas para chorar, fiquei ali quietinha esperando que o sono viesse, ou que caísse um meteoro encima da minha cabeça e me matasse.

Já se passava da meia noite quando eu acordei assustada com o barulho da campainha tocando, me arrastei até a borda na cama me enrolando em um robe de cetim e em seguida me levantando para ir abrir a porta. Passei acendendo todas as luzes, antes de parar no meio da sala e encarar a porta de vidro. Assustada, eu esfreguei os olhos algumas vezes, como se Addison parada ali fosse algum tipo de assombração.

— Vai me deixar esperando aqui até quando? – a voz dela saiu abafada por conta do vidro que nos separava, mas eu conseguia notar que ela estava impaciente.

Ela estava estranha, eu não sabia explicar. Algo nela estava diferente, o olhar, a expressão corporal, eu não sei. Mas ela não parecia a mesma Addison de dias atrás. Engoli seco e me aproximei abrindo a porta. O cheiro de álcool inundou o ambiente, ela estava bêbada, era a única explicação plausível.

— Tá tudo bem? O que houve? – perguntei escorada na porta.

— Sim, está tudo ótimo. Eu só precisava te ver. – ela murmurou dando um passo para frente e empurrando a porta, quase me fazendo perder o equilíbrio e cair.

Meu coração se encheu de alegria, ela queria me ver, ela queria ficar perto de mim. Eu sorri fechando a porta atrás de mim depois de já ter entrado.

— Hmm, ok. Quer conversar? – me aproximei colocando minhas mãos na cintura dela. Ela apenas balançou a cabeça negando e envolveu os braços ao redor dos meus ombros me abraçando.

Suspirei apertando-a. Eu precisava daquele abraço, não fazia ideia de como eu precisava até abraça-la. Ouvi ela fungar e rapidamente me afastei, algumas lágrimas caíam pelo rosto delicado. Ela tratou de limpar rapidamente e se recompôs. Em seguida se inclinando levemente para selar nossos lábios em um beijo cheio de saudade.

Em poucos segundos aquele beijo se tornou quente e envolvente, minhas mãos apertavam com força a cintura dela, aquilo parecia um sonho, um sonho bom que eu não queria nunca acordar. Terminamos o beijo pela falta de ar, mas mesmo assim estávamos próximas, com as respirações se encontrando e a testa colada.

— Você tá bêbada? – passei minha mão pelo rosto dela afastando os fios de cabelo.

— Não muito. Eu bebi alguns drinks para ter coragem de vir até aqui. – ela suspirou, eu apenas assenti dando um selinho rápido. – Vem cá, tô com saudades de você. – me assustei com aquelas palavras ao mesmo tempo que meu sorriso explodiu de felicidade.

A ex do meu atualOnde histórias criam vida. Descubra agora