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Meredith Grey

Às oito e sete da noite ela tocou a campainha da minha casa. Não que eu estivesse contando até os minutos para vê-la, mas ela estava sete minutos atrasada.

Abri a porta com um sorriso sem jeito, eu ainda ficava extremamente nervosa com ela por perto. Ela estava igualmente desajeitada, com uma garrafa de vinho na mão e um sorriso amarelo. Corri meus olhos pelo corpo magnífico da ruiva, ela usava uma saia lápis preta, com uma camisa social da mesma cor. Aquilo era o próprio mal caminho, como conter a excitação vendo uma mulher tão fodidamente gostosa daquele jeito? Suspirei pesado, ela percebeu. Ela devia saber o efeito que tinha sobre mim, era a única explicação para ter vindo pronta para me causar um ataque cardíaco.

— Entre. – pedi dando espaço para que ela passasse por mim. Eu não sabia como recebê-la, se dava um abraço, um beijo na bochecha ou um aperto de mão. Na dúvida, deixei que ela me cumprimentasse primeiro.

Ela se inclinou e me deu um selinho super rápido, como se tivesse com vergonha. Eu coloquei minhas mãos em sua cintura e a puxei para perto de mim, logo iniciando um beijo decente. Nos afastamos pela falta de ar mas ainda continuamos bem próximas, testas coladas e respirações se encontrando.

Aquilo me assustava. Olhar para ela me fazia sentir coisas estranhas e desconhecidas. Eu nunca fui uma pessoa de me relacionar amorosamente bem com outras pessoas, talvez difícil de se apaixonar seja a palavra certa, mas Addison fazia eu me esquecer que todas as vezes que tentei gostar de alguém e deu muito errado. Deve ser porque eu não estou tentando gostar dela, está simplesmente acontecendo sem que eu possa impedir. Sinto que perto dela, consigo ser uma pessoa completamente diferente, no bom sentido.

— Vem. Estou terminando o nosso jantar. – eu segurei em sua mão e comecei andar de volta para a cozinha com ela no meu encalço.

— O que temos para hoje? – perguntou se sentando do outro lado da bancada enquanto me observava mexer na panela.

— Carré de cordeiro, acompanhado de purê de mandioquinha com cogumelos salteados. – respondi me virando para olhá-la, ela sorriu arqueando a sobrancelha. – A sobremesa é uma surpresa que só vou te revelar no final da noite. – pisquei voltando a me virar e encarar o fogão. A sobremesa era eu. – Aceita um vinho?

Depois de alguns segundos deixando que ela imaginasse o que quisesse da minha fala, iniciei um novo assunto sobre o hospital e a conversa rendeu até eu conseguir terminar todo o jantar.

Já estávamos sentadas a mesa, frente a frente. Eu a encarava timidamente enquanto ela levava uma garfada de comida na boca.

— Se tiver ruim não fala. – pedi antes que ela dissesse qualquer coisa. – Finge que tá gostoso e come até o final.

— Não preciso fingir, Grey, está uma delícia e você cozinha muito bem. – elogiou com um sorriso no rosto. Meu deus do céu, se ela continuar me olhando desse jeito, eu vou ser obrigada a jogar todas essas panelas no chão e foder ela encima da mesa. – Você faz muitas coisas boas com suas mãos de fada. – piscou me fazendo ficar extremamente sem graça.

— Você ainda não viu nada. – murmurei mordendo o lábio inferior com força. A tensão sexual que pairava sobre nós estava ficando cada vez mais intensa.

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— O que isso significa para você? – ela perguntou repente me fazendo parar de mexer a comida no prato e encará-la. Estávamos em silêncio há algum tempo e ambas queriam fazer a mesma pergunta.

— Como? – me fiz de desentendida, ela soltou os talheres que estava segurando e apoiou as mãos na mesa. O assunto iria começar a ficar sério e eu não sabia se estava preparada.

A ex do meu atualOnde histórias criam vida. Descubra agora