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Meredith Grey

Os meses se passavam extremamente rápidos, eu ainda me recusava acreditar que tinha uma pessoinha crescendo dentro de mim. Ninguém além de Cristina sabia da minha situação, e eu até preferia que fosse assim.

Ainda não havia tido coragem de dizer para Derek que estava grávida e que era dele. Não sabia se ele iria querer assumir ou se iria ficar bravo e me pedir para tirar. Nos primeiros dias eu ponderei a segunda opção, eu estava no início da minha carreira como cirurgiã, ainda tinha muito pela frente e uma criança nessa altura do campeonato iria atrapalhar. Não que fosse impossível, e eu não iria largar tudo, mas seria difícil. Seria muito difícil. Cristina foi como um anjo na minha vida, ela me apoiou, me deu todo o suporte que precisava, disse que a decisão era unicamente minha e que qualquer que fosse, ela estaria comigo. Seja em uma clínica de aborto ou dentro da sala de parto.

A decisão foi minha. Unicamente e inteiramente minha. Eu escolhi seguir adiante com a gravidez, eu escolhi ser mãe. Sem pressão, sem ninguém me dizendo o que fazer. Era assim que tinha que ser, era uma responsabilidade para a vida toda, e se eu não me sentisse pronta para exercer minha função, eu teria tomado medidas drásticas.

— Ei, deusa da minha vida! – Cristina entrou no meu quarto segurando uma bandeja de café da manhã. Eu sorri me sentando na cama e olhando-a se aproximar.

Cristina cuidava de mim como se fosse minha mãe, desde que eu disse que teria o bebê, ela faz de tudo para me deixar confortável. Todas as manhãs ela faz um café da manhã reforçado e faz questão de levar até a minha cama, sempre que pode, prepara as refeições, faz massagens nos meus pés, sem contar com todo o carinha que ela me trata, fazendo planos para depois que o bebê nascer e dizendo como já amava o afilhado.

— Adivinha quem faz quatro meses hoje? – ela gritou sorrindo e pulando encima da minha cama. – Já vamos poder ver se é menino ou menina! – disse animada se inclinando para dar um beijo na minha barriga que ainda era quase imperceptível.

— E você já se decidiu sobre os nomes? – perguntei igualmente animada.

— Sim! Mas só vou dizer quando soubermos o que é. – se sentou na minha frente pegando a xícara de café de cima da bandeja e bebericando. – Agora come, meu bebê está com fome!

Era impossível não me animar com Cristina do meu lado. Ela estava sempre conversando com minha barriga, contando segredos e dizendo seus planos para meu bebê. Ela foi a chave principal para a minha aceitação. Se não fosse por ela, eu estaria afundada em uma depressão, ainda me culpando pela minha gravidez.

Logo depois do café da manhã, ela foi para o seu quarto se arrumar enquanto eu fui para debaixo do chuveiro. A água caía encima da minha cabeça e eu acariciava minha barriga, cantarolando uma música baixinho.

— Será que a Addison gostaria de saber sobre você, bebê? – perguntei me lembrando dela pela primeira vez no dia.

Ela havia sumido. Desaparecido completamente. Sem deixar rastros, como se quisesse mesmo que isso acontecesse. Eu não fazia a menor ideia de onde procurá-la. Já estava quase sem esperanças de um dia a ver de novo. Ela me descartou, como se tudo o que vivemos não fosse importante. Todas as coisas ditas, todas as juras de amor, tudo parecia ser mentira. Eu nunca imaginei que Addison fosse capaz de me machucar tanto, a ponto de eu sentir raiva do que vivemos. Eu queria que nunca tivesse existido, queria que fosse uma alucinação, um sonho bom, mas que nunca havia sido real.

Claro que doía, sempre irá doer olhar para trás e pensar em como poderíamos estar se não fosse pelos meus erros, mas se ela me amasse o bastante, iria me dar uma nova chance, não ia? Eu pedi e implorei pra ela não me deixar, fiz um milhão de promessas, e se ela tivesse me dado a oportunidade, eu iria cumprir cada uma delas. Mas não foi, não era pra ser. Agora era só eu e meu bebê.

A ex do meu atualOnde histórias criam vida. Descubra agora