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Meredith Grey

Eu sentia um incomodo no meu corpo, não sabia explicar o que era, apenas, sentia uma sensação estranha. Abri os olhos lentamente, a luz do quarto era baixa e eu podia ouvir o barulho dos monitores ligados, automaticamente e involuntariamente, coloquei a mão na barriga tentando sentir meu filho. Eu não me lembrava de quase nada, era como se eu tivesse sofrido amnésia. Comecei resmungar de dor, e sem querer, acordei Addison que dormia tranquilamente do meu lado. Ela levantou no susto, colocando a mão no meu rosto medindo a minha temperatura e perguntando se estava tudo bem.

— Eu só estou com dor. – respondi.

— Vou te dar algo pra melhorar. – disse me dando um beijo na cabeça e se levantando. Fechei os olhos por alguns segundos tentando lembrar de algo que havia acontecido após meu tombo na escada.

— E o Théo, onde meu filho está? – tentei me levantar na mesma hora mas fui impedida por Addison me pedindo para ir com calma. – Me diz que ele tá bem, por favor!

— Ele está. Ele é lindo e está na neonatal, eu teria ido vê-lo, se pudesse. Você não pode fazer nenhum esforço, incluindo se levantar com toda essa pressa.

Ela dizia enquanto regulava a altura da cama e me ajudou a sentar corretamente. Em seguida, ela aplicou um remédio na minha veia enquanto eu a observava em silêncio. Incluindo algumas marcas de machucados na mão direita, pareciam recentes e ainda escorria um pouco de sangue. Addison se sentou na cama para então conversarmos.

— O que houve? – segurei a mão dela analisando por alguns segundos antes dela puxar de volta para si. – Você não se meteu em encrenca não, né?

— Claro que não, eu só... – ela sorriu amarelo me encarando. – Dei uma surra no Derek.

— Você o que? – falei mais alto tentando me inclinar para frente, ela teve que me ajudar. – Você ficou louca ou o que? Eu não acredito que você bateu nele!

— Ele quase te matou! – rebateu abaixando a cabeça. – Eu não podia ficar parada te vendo naquela situação.

— As coisas não se resolvem assim, Addison. – ela revirou os olhos. – Sei que está chateada, eu também estou, quase perdi meu filho por causa dele, mas não é assim que quero resolver isso. – ela tentou responder mas eu a olhei de uma forma tão intimidadora que ela desistiu. – E agora? Como fica? Ele continua atendendo com o olho roxo? Claro que não, ele tem que perder a licença médica, ele tem que passar dez metros longe da entrada desse hospital por conta de uma medida protetiva. Pensa comigo, Addison, o que você fez foi idiota.

— Tá, eu sei, mas eu precisava descontar minha raiva nele. – murmurou baixo, eu apenas assenti. Não adiantaria discutir com ela, ela não estava totalmente certa, mas eu não poderia condená-la.

Ficamos alguns minutos em silêncio, ela estava de cabeça baixa brincando com meus dedos enquanto eu pensava nos últimos acontecidos e tentando tomar alguma decisão coerente.

Addison acabou tendo que ir atender a outros pacientes e prometeu que no horário de almoço iria voltar para ficar comigo. Nesse meio tempo em que fiquei sozinha, Cristina apareceu com uma foto de Théo na incubadora, tirada por ela há alguns minutos atrás. Eu chorei, vendo meu filho pela primeira vez pela tela de um celular, graças ao idiota do meu ex namorado, e decidi que teria que falar com o chefe. Pedi para uma enfermeira chamá-lo, dizendo que era urgente e que não poderia esperar, dentro de alguns minutos ele já estava entrando no meu quarto.

A ex do meu atualOnde histórias criam vida. Descubra agora