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Meredith Grey

A noite foi difícil, eu sentia muita dor e minha maior preocupação era com o bebê. Tive dois sangramentos, Addison esteve do meu lado dizendo que era normal e que estava tudo bem. Mas não estava, eu sabia que não estava. Era uma situação complicada, eu tinha fraturas e lesões por todo meu corpo e tinha medo de ter alguma complicação que comprometesse Théo.

Já se passava das quatro da madrugada, eu não havia conseguido dormir, estava deitada de lado observando Addison que cochilada com a mão apoiada na grade da minha cama segurando minha mão e com a expressão serena. Se ela não estivesse comigo, eu já teria desmoronado totalmente, surtado e desistido de tudo. Eu sabia que era difícil pra ela me ver daquele jeito, mesmo que ela dissesse que não de importava, as coisas entre nós não seria tão fácil de se resolver depois de descobrir que eu carrego um bebê.

Às cinco e meia ela me examinou mais uma vez, fazia exatamente três horas que eu não havia nenhum sangramento e isso era bom, significava que eu estava melhorando e que Théo estava um pouco mais seguro.

— Você precisa se alimentar agora. – ela avisou segurando uma tigela com algo que parecia uma sopa. Fiz uma careta negando.

— Eu não estou com fome, e isso não está muito atraente.

— O bebê precisa desses nutrientes. – ela revirou os olhos empurrando a tigela para eu segurar.

— O nome dele é Théo. – resmunguei, talvez, se ela se referisse ao bebê como Théo, ficaria um pouco mais suportável a nossa convivência e eu não me lembraria a todo segundo que ele é filho de outro e não dela.

— Além do mais, o Théo – ela frisou sorrindo – Está morrendo de fome, eu posso ouvir ele chorar pedindo por comida.

Fiz o que ela pediu, com um pouco de dificuldade, eu me obriguei a comer pelo menos metade da sopa horrível, rala e sem sal que ela havia comprado.

— Eu preciso ir até o hotel, tomar banho e trocar de roupa. – ela avisou segurando minha mão. – Você pode ficar sozinha por alguns minutos? Eu prometo que volto logo.

— Pode sim, vai descansar, Addison. Você já fez muito por mim. – agradeci abrindo um sorriso e apertando a mão dela.

— Ok, eu volto pra ficar com você e o Théo. – ela se inclinou dando um beijo demorado na minha testa, suspirou e se afastou.

Antes que ela soltasse minha mão e saísse do quarto, a porta foi aberta depois de dois toques. Nós duas nos viramos ao mesmo tempo para olhar quem era entrando daquele jeito tão desesperado. Ela soltou minha mão como se tivesse medo que nos vissem juntas, engoli seco olhando a figura de Derek parado com um buquê de rosas vermelhas nas mãos.

Addison e eu nos entreolhamos alguns segundos, eu sei o que aquilo parecia. Sei exatamente o que ela estava pensando.

— Meredith! Eu não pude vim antes, me desculpe. – ele dizia ofegante. Fechei os olhos alguns segundos tentando não surtar.

— Bom, preciso ir. – Addison disse com a voz rude. – Venho te examinar quando for a hora. – e saiu. Simplesmente foi embora.

Derek se aproximou colocando as flores encima da estante ao lado da cama. Permaneci em silêncio, eu ainda estava chateada por ele se recusar a assumir o bebê. Eu não me importava, mas era o mínimo que ele podia fazer; dar assistência, dizer que era dele ou qualquer coisa que não fosse mandar eu me virar sozinha.

A ex do meu atualOnde histórias criam vida. Descubra agora