O Diário de Adam (Hiatus)

Capítulo 4

— Está tudo bem, Adam?

 Ela obviamente havia percebido qual problema eu tenho para tomar esses remédios, mas eu não sabia o porquê dela não ter perguntado sobre isso.

 — Ah sim, eu estou bem.

 — Humm, tá bom então. Você pode começar a me ensinar agora?

 — Claro!

 Fiquei por alguns minutos explicando a ela sobre acordes e notas musicais.

 — Ei Adam, o que você faz lá na empresa? — Perguntou Beatrice.

 — Ah, na real, eu trabalho aqui mesmo escrevendo alguns artigos pra empresa. Mas e você? O que faz lá?

 — Sou supervisora dos artigos.

 — Legal, mas e aqui no prédio, o que você veio fazer aqui no outro dia? Desculpe se eu estiver sendo muito curioso.

 — Ah tudo bem, eu gosto de responder perguntas. Eu estava procurando um apartamento aqui, embora eu seja supervisora, eu não ganho muito, os apartamentos daqui são melhores do que os de onde eu moro.

 — Então você vai vir pra cá?

 Eu fiquei bem animado e não consegui disfarçar muito bem isso.

 — Que bonitinho você animado! Mas, sim, eu vou me mudar pra cá.

 Embora Beatrice ainda seja uma desconhecida, eu fiquei muito feliz com essa notícia.

 — Bom, então eu vou poder te ver mais e você vai poder me dar mais aulas.

 — Claro!

 Neste momento, nós ouvimos alguns gritos lá fora. Quando olhamos pela janela, vimos os mendigos se xingando.

 — Isso é normal aqui? — Beatrice perguntava.

 — Infelizmente sim.

 Era normal que eles se xingassem, mas por incrível que pareça eles nunca haviam partido pra violência. De repente, um dos mendigos foi pra cima de outro, eles começaram trocar socos e chutes. 

 Senti algo estranho, era aquela sensação de novo, a personalidade...

 Adam fecha a cortina da janela rapidamente e se afasta de Beatrice. Ele já não estava no controle total de sua mente, era como se sua outra personalidade já tivesse carregado 80%. Adam se senta no sofá e tenta se acalmar, ele não queria que sua outra personalidade fizesse algo a Beatrice.

 Beatrice grita para os mendigos pararem de brigar, eles a xingam, mas param com as agressões.

 — Adam!

 "Acordei" com Beatrice gritando pelo meu nome.

 — Adam! O que aconteceu?

 — Eu não sei... Acho que minha pressão caiu.

 Eu não quero falar pra ela sobre esse problema, finalmente eu acredito que tenho algum amigo e não quero que ela fique com medo de mim.

 — Você não está mentindo pra mim não né?

 — Não.

 — Humm tá bom, mas você está bem agora?

 — Estou um pouquinho, mas vou ficar bem.

  Ela tirou de seu bolso um saquinho de sal. (Por que diabos ela tem sal no bolso?)

 — Toma, isso vai fazer sua pressão subir.

 Eu não precisava disso, mas achei fofo da parte dela e peguei o sal.

 — Obrigado!

 — De nada! Adam, você é uma pessoa tão legal, por que é tão quieto?

 — Bom, é que eu sempre acho que estou incomodando, então prefiro ficar calado mesmo e também eu acho que sou bem desinteressante.

 — Ah, Adam você não é desinteressante e também não me incomoda, você só é tímido, mas mesmo assim eu gosto de você.

 — Eu também gosto de você, Bia.  

  Fiquei bastante envergonhado, ninguém nunca havia dito que gosta de mim. Mas, por que uma pessoa tão bonita gostaria de um sardento fracassado que nem eu?

☆O que está achando do livro?☆

☆Não se esqueça de votar e comentar☆