»Capítulo 28
O moço de cabelo azul me olhava como se estivesse surpreso, mas eu não entendia o porquê.
— Gente! Esse é o meu amigo Adam! — Beatrice anunciava.
— Muito prazer! Meu nome é Karol.
A mulher negra foi a primeira a se levantar para me cumprimentar, ela estendia a mão a mim. E meu deus do céu, agora sei qual é a sensação da Beatrice quando fica perto de alguém, a Karol é muito alta, muito mesmo! Ela parece ter mais de 1,80 de altura. Eu precisei olhar para cima para poder enxergar a cara dela (e ela olhar para baixo para conseguir enxergar a minha). Fiquei meio nervoso ao apertar a mão dela.
— E agora quem é o baixinho? — Beatrice dizia dando risada.
— Você continua sendo a mais baixa, Bia. — Karol dizia, todos deram risada, menos a Beatrice que ficou meio emburrada — Não fica com essa cara, bebêzinho! — Ela apertava a bochechas de Beatrice (que nem a própria Bia faz comigo).
— Para de mimar a menina, Ka! — O homem negro dizia — Aliás... — Ele se levantou e estendeu a mão para mim. Pude ver que os olhos dele são heterocromáticos, um é verde e o outro castanho — Prazer, meu nome é Francisco Xavier, mas pode me chamar de Chico ou de Xavier. — Apertei a mão dele e ele me agarrou para dar um abraço (que acredito que quase quebrou algumas de minhas costelas. Parece que todo aqui tem um pouco a ver com Beatrice).
Francisco e Xavier no mesmo nome, não me surpreenderia se o Chico fosse médium.
— Meu nome é Fabrício, prazer! — O moço de cabelo azul falava. Ele dava um sorriso que parecia ser bem falso. Fabrício só bateu na minha mão e se sentou novamente, por algum motivo ele parecia estar muito desconfortável. O que esse sorriso esconde?
Logo, todos nós estávamos sentados no chão, decidindo o que iríamos fazer. Beatrice propôs que jogássemos "verdade ou desafio", só que quem não respondesse ou não fizesse tal coisa, teria que tomar uma dose de vodca (pois é, parece que a Beatrice esqueceu totalmente que ficou bêbada ontem) e todos concordaram (menos eu e o Fabrício).
Fabrício se ofereceu para ir comprar a bebida (ao que parece, Beatrice tomou a garrafa de Velho Barreiro inteira) e me chamou para ir junto.
Quando chegamos ao térreo, ele começou a falar comigo:
— Você não vai falar nada, não é? — Ele falava em um tom estranhamente calmo.
— Falar o que?
— Sobre o consultório.
— Do que você está falando, Fabrício?
— Por**! Você vai se fazer de desentendido?
— Eu não faço ideia sobre o que você está falando.
— Você sempre me vê no consultório do psicólogo! E eu não quero que eles saibam que vou lá! Entendeu?
É realmente, eu já havia visto ele no consultório diversas vezes, só não me recordava. Então provavelmente o Fabrício esconda algo mesmo.
— Por que não quer? Eles são seus amigos, não são?
— É, eles são. Mas é que... — Ele olhava para baixo e bufava — Eles são tão felizes... São tão contentes com eles mesmos, se eu falasse o que realmente sinto iria estragar todo o clima.
— Bem, eu acho que eles iriam tentar te ajudar. Mas, tudo bem, se você não quer que eu fale, eu não falo.
— Valeu, Adam! — Ele dava um sorriso que dessa vez parecia ser verdadeiro.
Fomos para a frente do prédio e ficamos conversando por mais algum tempo, nem parecia que a gente tinha esquecido completamente de comprar a vodca.
Enquanto isso...
— Eles estão demorando muito! — Beatrice dizia, ela estava ficando com ciúmes por Adam já estar a mais de 30 minutos com Fabrício — Não demora nem 10 minutos para ir comprar isso! O que será que aconteceu?
— Ah, não sei — Karol dizia — Eles devem ter ido dar uma rapidinha.
— Sério? — O coração de Beatrice batia ainda mais rápido.
— Claro que não, Bia! — Francisco dizia e dava risada — Rapidinha não dura tudo isso — Beatrice se acalmou um pouco — Eles devem ter ido pro motel mesmo! — Ele e Karol gargalhavam, mas isso só fez com que Beatrice ficasse ainda mais inquieta.
— Vocês são uns trouxas! — Beatrice tentava esconder o que sentia no momento — Eu vou ver o que está acontecendo com eles, já volto!
— Agora vai ser sexo a três! — Francisco dizia e Karol morria de dar risada.
— Vão tomar no c*! — A baixinha dizia antes de mostrar o dedo do meio aos amigos e sair batendo a porta de casa.
Beatrice descia as escadas do prédio o mais rápido que podia, o seu coração estava acelerado, ela queria encontrar Adam logo.
— Adam! A gente tem que ir comprar a vodca! — Fabrício dizia.
— É mesmo! Vamos logo!
— Mas antes... — Ele parecia estar ficando envergonhado — Eu posso te dar um abraço?
— Ah... — Acabou que eu também fiquei envergonhado — Claro que pode!
E ele me abraçou.
Quando Beatrice finalmente chegou ao térreo, ela viu o que não queria ver: Adam e Fabrício se abraçando. Na hora, ela começou a sentir uma mistura de raiva e tristeza. Beatrice nunca havia se sentindo assim com alguém que não tivesse um relacionamento amoroso.
"Mas que mer**! Ele nem é o meu namorado! Por que eu estou assim?" Era o que Beatrice pensava.
Os olhos dela já se enchiam de lágrimas ao ver aquela cena. Beatrice resolveu voltar ao seu apartamento do que continuar a ver aquilo.
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O Diário de Adam (Hiatus)
General Fiction"O Diário de Adam" mostrará a vida do jovem Adam, que até então, tinha uma vida pacata e solitária em seu apartamento. Desde criança, ele sofreu muito, os seus próprios pais o batiam e xingavam, os socos que seu pai lhe dava eram tão fortes, que c...