»Capítulo 27
Fiquei em dúvida se batia ou não na porta, não queria me intrometer, mas ao mesmo tempo queria, como somos amigos tenho que ajudar ela de alguma forma.
Decidi bater, mas ela parecia não ligar ou só não escutava por conta da música alta.
Bem, fiquei durante uns 5 minutos batendo na porta dela e ela continuava sem atender. Decidi usar uma "habilidade secreta" que tenho; abrir portas sem a chave (sim, eu sei fazer isso por algum motivo, quer dizer, sempre era útil quando meus pais pegavam a minha chave de casa). Por "sorte" sempre ando com alguns grampos no cabelo (nunca se sabe quando você vai precisar abrir a porta de alguém).
Coloquei os grampos na fechadura, mexi pra lá, mexi pra cá e a porta foi destravada.
Beatrice me viu, deu um sorriso desengonçado e disse:
— E aí, Adailson! — Beatrice levantava a garrafa e apontava ela pra mim. — ¿Quieres?
Ok, Adailson. De: Adam, Para: Adailson. Fantástico.
Estranhei ela não dizer nada sobre o fato de eu ter entrado na casa dela sem a chave.
— Tá tudo bem, Bia?
— Tá tudo ótimo, Durão!
A questão é: Quem é Durão? Acho que ela devia estar falando do Durão dos Meninos Desordeiros.
— Bia, não era pra você estar no trabalho?
— Tirei uma folguinha. Senta aí, Adailson! Vamo conversar! — Sentei no chão, do lado dela. — Pô, Adailson, sabia que eu gosto pra car** de tu? Tipo, te considero pacas mesmo!
(Ao que parece, a Beatrice quando fica bêbada vira um maconheiro de filme)
Fiquei meio corado, eu não sabia se era ou não verdade, já que ela estava meio bêbada.
— Ah... Eu também gosto muito de você, Beatrice.
Falei meio envergonhado.
— Adailson, vamos questionar. Por que tu não me beija logo?
Isso foi bem do nada. Eu fiquei bem envergonhado, um pouco desconfortável e com vontade de sumir da li, mas a resposta era bem óbvia:
— Porquê a gente não namora, ué.
Bem, não era só por isso. Eu também sou meio sem atitude e tenho uma vergonha imensa.
— E quem disse que a gente precisa namorar pra você poder me beijar com essa boquinha aí?
— Você tá bêbada, Beatrice!
Acho que esse foi ápice da minha vontade de sumir da li.Ouvi uma voz na minha cabeça que nunca parei para prestar atenção no que ela dizia, mas naquele momento eu prestei:
"Beija ela! Ela está tão vulnerável, aproveita!"
"Não! Eu não quero isso!"
Não sei como explicar, mas a outra voz era como se fosse uma tentação e a minha era a consciência. É tipo o famoso anjo e demônio no ombro.
— E daí que eu tô bêbada? Eu ainda quero o seu beijo!
"Beija ela logo, seu imbecil!"
— Não! Isso é meio que muito errado! Eu vou voltar pra minha casa!
"Você é um idiota! Era a sua oportunidade seu brocha!"
— Pô, Adailson! Tô decepcionada contigo!
Nem respondi, só saí da li, peguei meus grampos de volta e voltei para a minha casa.
Sentei no sofá e fiquei pensando: Eu dei um fora na Beatrice, eu dei um fora na Beatrice, EU DEI UM FORA NA BEATRICE. Isso ficou se repetindo na minha cabeça e senti uma certa culpa. Sei lá, é tão estranho, na escola quase todos os meninos queriam namorar com ela, mas ela sempre recusava todos e agora, eu tive a coragem de recusar ela. A frase "Eu dei um fora na Beatrice" ficou me distraindo tanto que acabei esquecendo de trabalhar, então assim que me toquei disso, voltei a trabalhar.
A música que estava tocando havia parado, só se ouvia os carros buzinando na rua. Fiquei me perguntando se Beatrice estava bem, mandei uma mensagem, mas ela não respondeu.
Eu já havia terminado o meu trabalho, jantado, tomado banho e os meus remédios e Beatrice continuava sem responder, eu pretendia ficar esperando a noite toda ela responder, mas por causa dos remédios acabei dormindo.
🍊☆🍊☆🍊
Quando acordei, a mensagem continuava não respondida. Decidi ir chama-la na casa dela, acabei me surpreendendo na hora de abrir a porta da minha casa, encontro Beatrice parada ali, com a mão já preparada para bater.
— Ah! Oi, Adam!
Ela dava um sorriso simpático.
— Oi, Bia! Eu ia ir te chamar.
— Bom, eu fui mais rápida! Mas indo direto ao ponto, eu queria te chamar pra ir lá em casa de noite. Vou chamar uns amigos meus pra ir lá, aí a gente faz alguma coisa. Então, se você quiser ir, me avisa.
Embora eu não conheça nenhum amigo da Beatrice (a não ser os da escola), achei que seria legal conhecer algumas pessoas. (Se eles forem uns completos idiotas eu iria embora na hora)
— Eu vou então!
— Legal! Quando for umas 19:00 você passa lá!
— Tá bom!
Depois disso ela voltou pra casa dela, e eu esqueci de perguntar se estava tudo bem, mas pela animação dela devia estar.
Bom, depois de terminar o trabalho fui tomar banho e me arrumar. Coloquei um All Star preto, uma calça jeans preta, uma camiseta do Powerwolf (eu ia colocar uma do Mayhem, do álbum Dawn of the Black Hearts, mas acho que a cabeça do Dead estourada não é muito casual) e um casaco com estampa militar.
Bati na porta do apartamento de Beatrice, do lado de fora eu já pude ouvir todo mundo dando risada.
— Oi, Adam! — Disse Beatrice abrindo a porta. — Pode entrar!
Entrando lá, haviam 3 pessoas sentadas no chão: Uma mulher negra com dreads de lã branca, que tinha piercing na sobrancelha, um homem também negro, cheio de piercings na orelha, com o cabelo preto preso um coque, mas com duas mechas de cabelo para fora e uma outra pessoa que parecia ser andrógino ou trans, tinha cabelos curtos e azuis, usava óculos redondos e grandes como os meus, também usava um moletom preto (achei estranho ter mais alguém usando roupa de frio no calor além de mim) e eu tenho quase certeza que já vi ele em algum lugar, mas não me lembro em qual.
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O Diário de Adam (Hiatus)
General Fiction"O Diário de Adam" mostrará a vida do jovem Adam, que até então, tinha uma vida pacata e solitária em seu apartamento. Desde criança, ele sofreu muito, os seus próprios pais o batiam e xingavam, os socos que seu pai lhe dava eram tão fortes, que c...