»Capítulo 8
Hoje acordei com uma mensagem de Beatrice, dizendo que na terça-feira ela iria se mudar para cá, fiquei bastante ansioso com isso, porque nós vamos nos ver com mais frequência e quem sabe vamos até para o trabalho juntos. Ela também dizia que ia passar o dia todo ocupada, pois iria ficar arrumando a mudança. (Bom, apenas outro dia solitário para o Adam, uau!)
Depois que tomei meu café, fui praticar um pouco de guitarra. Por algum motivo eu resolvi gravar eu tocando uma música, quando assisti o vídeo eu fiquei um pouco triste porque ainda estava ruim e eu tinha que praticar ainda mais.
Por alguns momentos eu pude ouvir uma voz, eu não consegui identificar ela, mas me parecia bem familiar, a voz dizia "Você continua sendo um lixo, não é mesmo Adam? " (de certa forma eu concordava um pouco com a voz), quando me virei um pouco para o lado eu pude ver por alguns segundos a figura de um homem, ele era alto, careca e tinha uma barba circular ruiva, era o meu pai. Assim que consegui associar a figura a alguém ela sumiu, fiquei com muito medo depois que isso aconteceu, nunca havia acontecido algo assim comigo ( acho que além de depressivo e ansioso, sou um pouco esquizofrênico talvez eu seja...), fiquei em dúvida se isso foi algum tipo de aviso ou só um delírio meu, tentei botar na minha cabeça que foi só um delírio meu, obviamente não consegui, então fui tentar distrair minha mente indo assistir alguma série.
Aquilo da voz ainda continuava firmemente na minha mente, algo na minha cabeça queria que eu acreditasse no que a voz falou e também tentava fazer com que eu acreditasse em outras coisas que nem sequer aconteceram (acredito que foi minha ansiedade), ela queria que eu acreditasse que Beatrice não gosta de mim e que só quer se aproveitar de mim, tentei ignorar isso, mas acabei ficando mais triste.
Desisti de assistir série e fui para a minha cama me deitar, fiquei pensando se Beatrice realmente gostava de mim, também veio na minha cabeça algumas cenas de meus pais me batendo, então eu comecei a chorar que nem um idiota e eu não conseguia parar, acho que fiquei assim por não ter tomado meus remédios ontem, sou bem instável, eu não consigo viver normalmente, eu não consigo ter contato com as pessoas, eu só não consigo... Eu só tenho que ficar isolado mesmo.
Depois desse meu surto eu fiquei com muito sono e fui dormir. Tive um sonho (tava mais para pesadelo) com a minha mãe, ela me batia com um cinto e me xingava de um monte de coisas, no final do sonho ela dizia que já estava cansada de mim e mandava eu abaixar minha cabeça, quando olho para ela vejo minha mãe segurando um facão. Nesse momento, acordo gritando, eu estava todo suado e muito apavorado .
Mandei mensagem para Beatrice contando tudo o que aconteceu, eu não queria atrapalha-la, mas achei que deveria contar a ela. Beatrice respondeu dizendo que iria ficar tudo bem e que ia vim na minha casa para me acalmar, achei fofo da parte dela, mas achei que eu estava atrapalhando e mesmo assim ela insistiu em vir.
Logo Beatrice bateu na porta de meu apartamento, abri a porta e ela já perguntou:
— Você está melhor, Adam?
Não consegui segurar e caí no choro na frente de Beatrice. Ela me abraçou e nós sentamos no sofá, eu não conseguia parar de chorar e Beatrice não parava de me abraçar, era bem confortável, mas mesmo assim eu não parava de chorar.
Adam chorava que até soluçava, ele se lamentava para Beatrice "Eu não deveria existir, por que eu existo?", "Eu sou um lixo humano, só ocupo espaço no mundo", ela dizia que o entendia e fazia carinho na cabeça dele na tentativa acalma-lo.
Fiquei chorando no ombro de Beatrice por alguns minutos e finalmente me acalmei.
— Beatrice, me desculpa por isso?
— Adam, você não precisa pedir desculpa por isso, você pode contar comigo pra tudo! Eu vou te ajudar!
— Eu não sei como posso te agradecer. Minha mente tá tão confusa.
— Você não precisa me agradecer, eu só quero te ajudar. Lembre-se, nós somos amigos.
— Sabe Bia... A gente se conhece a sei lá, uma semana eu acho, mas eu me sinto tão confortável perto de você.
— Ah Adam, eu também me sinto confortável perto de você.
Me senti bem melhor quando Beatrice disse isso, eu finalmente achei alguém que pode ser meu amigo e alguém em quem eu posso confiar.
— Você está melhor? — Beatrice perguntou.
— Sim, você me deixou melhor.
— Que bom!
Ela me abraçou de novo e nós ficamos assim mesmo, abraçados, ficamos conversando sobre nós enquanto Beatrice fazia carinho na minha cabeça, foi bem fofo e confortável, parecíamos até namorados (algum dia, quem sabe?)
— Adam, posso te perguntar uma coisa?
As perguntas de Beatrice sempre envolvem algo que eu não me sinto tão confortável em dizer.
— Pode.
— Se você encontrasse seus pais de novo, o que você faria?
Viu? As perguntas dela sempre são bem desconfortáveis. Desde quando eu me mudei para cá, eu nunca tinha parado para pensar nisso, o que eu faria se eu os visse novamente?
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O Diário de Adam (Hiatus)
General Fiction"O Diário de Adam" mostrará a vida do jovem Adam, que até então, tinha uma vida pacata e solitária em seu apartamento. Desde criança, ele sofreu muito, os seus próprios pais o batiam e xingavam, os socos que seu pai lhe dava eram tão fortes, que c...