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Ouço o barulho da cela se fechando, deixando mais clara minha realidade

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Ouço o barulho da cela se fechando, deixando mais clara minha realidade. Eu nunca me imaginei nessa situação: presa por consumo de bebidas alcoólicas sendo menor de idade.

Eu já busquei meus irmãos na cadeia. Jacob por festas ou sexo em lugares públicos e Bryan por brigas de rua. Eu nunca pensei que eu estaria no lugar deles.

Eu estou nervosa. Muito nervosa. Ficar encarcerada já não é uma coisa boa, mas para mim as consequências vão ser piores. Minha mãe vai me matar. Com a competição chegando e as minhas "ações passadas", eu estou realmente ferrada diante de tudo.

Um policial abre a porta e de trás das grades vejo Christian. Ele não parece se importar com a situação, apenas se senta ao meu lado e coloca os braços atrás da cabeça.

Como ele pode estar tão calmo? Sabia que não era a pessoa mais santa do mundo, mas não imaginava que já tinha sido preso.

Eu começo a balançar minhas pernas freneticamente tentando me acalmar. As consequências se passam na minha cabeça e eu não consigo para quieta.

Minha mente gira ao redor dos possíveis castigos de minha mãe. E se ela aumentar os treinos? Ou cortar mais alguma coisa de minha dieta? Eu não vou aguentar mais.

—Ei—eu ouço sua voz seguida por um toque em minha coxa—Vai ficar tudo bem.

Olho para Christian parando de roer minhas unhas. Com seu contato, minha perna descansa enquanto sente pequenos choques elétricos. Eu apenas absorvo seu calor deixando ele me acalmar.

—O máximo que você vai ter que fazer é trabalho comunitário.

Ele tira a mão de minha perna a deixando fria. Sinto saudade de seu toque, mas minha mente logo é ligada quando eu entendo suas palavras.

Trabalho comunitário?

—Como você consegue estar tão relaxado?—eu pergunta a questão em minha mente.

Ele olha para mim levantando uma sobrancelha e deixando seus olhos mais claros.

—Minha irmã sabe fazer jantar para si mesma e minha mãe já tem gente para cuidar dela.

Ele revira os olhos voltando a relaxar.

—Mas sua mãe não vai ficar preocupada?

Eu vi uma brecha e eu entrei. Eu sei pouco sobre a vida de Christian, comparado com o que ele sabe de mim. Eu não sei nada. Sei que sua cor favorita é cinza e que se apaixonou por hóquei quando foi levado ao jogo do Montreal, mas sobre sua família. O máximo é sobre Harper.

—Ela nem se lembra de mim.

Ele fala como se fosse normal. Uma piada. Como se todos vivessem isso, mas isso grudou em minha mente como chiclete.

Ela não se lembra dele. Talvez seja por isso que a competição foi algo sério. Deixar sua irmã aos cuidados de outra pessoa não deve ser fácil.

—Naquele dia que eu faltei a aula, a assistente social teve umas visita surpresa. Tentaram tirar Harper de mim, mas consegui convence-lá que daqui a pouco vou ter dezoito anos e posso me tornar o guardião legal dela—ele não ousa encontrar meus olhos.

Coração de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora