Sydney Parker nunca ficou no topo do mundo. Sempre com suas roupas largas, o cabelo escondendo o rosto e a língua afiada afastando qualquer contato. A única coisa que a faz feliz é patinar.
Mudar de escola não vai ser exatamente sua grande chance. V...
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As perguntas são feitas e atrás de cada, uma mentira. A maioria das pergunta são sobre a competição em si, mas apenas o fato de estar no mesmo cômodo do que os dois me faz sentir como se fosse cair por um buraco no chão.
Vários xingamentos são jogados no meio, mas eu apenas sorrio e os ignoro. Christian encostava em meu corpo como se fôssemos melhores amigos apaixonados. Mesmo suas mãos estando quentes sentia seu toque frio.
Observava os olhos de Jackson se machucarem cada vez mais, com cada toque falso e cada piada mal feita. Apenas observando o sorriso de Sônia aumentar.
A competição vai começar no final dessa semana e cada vez mais me sinto menos preparada. Cada vez mais sinto meu corpo se cansar e cada vez mais sinto meus músculos tremerem de dor.
No gelo quase consigo ver minha mãe com seu cigarro ou os juízes e seus olhos maldosos. Observando cada movimento meu procurando por falhas. Falhas essas que espero não ter, trabalho para escondê-las junto com os meus diversos problemas.
Tento ignorar as ameaças que chegam em meu quarto e os olhares frios de minha melhor amiga. O Axel se torna cada vez mais perfeito aos olhos exteriores, mas sinto meu interior queimar com cada movimento.
Mandei mensagens para Kate tentando entender tudo que ela quer dizer. Cada dia mando uma mensagem e apenas observo ela ver e ignorar.
Não tenho dormido direito e vejo minhas olheiras ficarem cada vez maiores. Meus olhos não param de ficar inchados com a mesma agonia toda noite. A pressão em meus ombros é imensa como se subisse por meu pescoço, passando pelos meus dentes cerrados finalmente chegando em minha cabeça causando uma dor imensa.
Devo ir ao banheiro pelo menos duas vezes por dia tentando retomar meu controle, mas cada vez mais sem adiantar. Mas aquele pequenos segundos que sinto como se nada existisse ao meu redor, me acalma.
Mesmo com o gosto amargo subindo por minha garganta se despejando no vaso, sinto o controle em minhas mãos novamente.
Sônia mantém um olhar restrito em mim, meus horários de treino sempre tem as câmeras e sinto o olhar elétrico em minha pele como se estivesse sendo seguida por ela.
Cada dia mais a competição chega e apenas me sinto mais acabada, com todos me observando e julgando minha roupas e movimentos.
Não respondo as mensagens de meus irmãos e nem ouso chegar perto do quarto de Christian. Chego em minha cama quando todos estão dormindo e saio antes de acordarem. Evito contato com todos. Me abrigo como uma fugitiva.
—Senhor, você não pode entrar aqui—ouço uma voz grossa do lado de fora do ringue seguida por diversos palavrões os quais imediatamente identifico.
Tiro meus patins e corro em direção da porta a abrindo e observando a cabeça raspada de meu irmão.
—O que você fez com o seu cabelo?—pergunto logo que vejo Bryan.