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Entro no ônibus me jogando no assento

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Entro no ônibus me jogando no assento. Kate faz o mesmo se olhando no espelho e lamentando seu gloss desbotado.

—Qual o próximo lugar que vamos?—é a terceira vez que ela me pergunta isso é a resposta é sempre diferente.

—Acho que algum museu ou alguma coisa assim—respondo tomando um pouco de água.

Olho para o ônibus ao nosso lado e vejo todos os meninos tão mortos quanto nós. Encontro os olhos verdes e sorrio de lado observando seu olhar em meus lábios.

—Quando eu vim para cá esperava que ficaria mais cansada com os treinos, não com a porcaria de visitações de propaganda—Kate reclama novamente como das outras vezes—Corrida beneficente, doação de comida para caridade e agora um museu?—ela revira os olhos tirando pedaços de amendoim dos cabelos e a tinta preta das unhas—pelo menos espero que não tenha nada demais em um museu. Tenho quase certeza de que vai ser a última parada.

Kate mais tarde descobrirá que ela mordeu a língua. Imediatamente ao chegarmos no museu percebemos que teríamos um trabalho imenso.

—Ah merda—Kate diz ao meu lado ao ler as imensas letras pratas:

MUSEU DO GELO

Todos nós sabemos que museu é esse, a imagem de adolescentes te ensinado sobre a história sob o gelo e te ajudando no pequeno ringue é vívida em minha mente. Óbvio que a memória que tenho é feliz, um dos meus primeiros pulos no gelo, mas nunca esperei ficar do outro lado: ensinando crianças.

—Talvez não será tão ruim.

Minha positividade chega a irritar até a mim mesma.

—Ah, confie em mim. Será muito ruim—Jackson coloca os braços ao meu redor—Vim aqui ano passado. Se preparem para lidar com crianças mimadas.

Ao falar isso, os cabelos loiros beijam minha testa e saem para entrar na fila. Eu vou fazer o mesmo, mas Kate me puxa para o banheiro.

—Se você pensa que vou andar por aí com o meu cabelo assim. Você está muito enganada.

O banheiro é simples, mas tem bastante espaço para Kate se olhar pelos espelhos. Eu observo seu cabelo longo e loiro descer por sua cintura fina e os quadris largos.

Nunca realmente percebi que minha melhor amiga era uma das Barbies. Talvez as roupas de boneca rosa deixam isso claro para todos, mas como alguém tão perto de mim nunca me causou mal?

Nunca invejei seu corpo até esse momento. Nunca observei que ela algum dia foi o motivo das minhas lágrimas.

—Sydney—observando meu olhar, minha melhor amiga para de mexer em seu cabelo e me chama—Vem cá

Coração de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora