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Tenho recebido olhares maldosos o dia inteiro

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Tenho recebido olhares maldosos o dia inteiro. Minhas colegas de quarto não falam comigo e as ofensas jogadas em minha direção são tão frequentes quanto as minhas lagrimas.

Tento falar com Jackson, mas ele não responde. Não o culpo, mas também não vou desistir desta vez.

Como minhas barras de proteína dentro do ringue. Mesmo com todas as placas proibindo a entrada de alimentos não tem outro lugar para ficar sem ser chamada de nomes horríveis.

A competição é em duas semanas e não estou nem perto de conseguir deixar minha coreografia a mais perfeita o possível.

—Você não pode se esconder para sempre—ouço a porta abrir seguida pela voz de Christian. Olho para cima o encontrando, como sempre incrivelmente dominante.

—Graças a você vou ter que arranjar algum jeito de fazer isso—limpo minhas mãos das migalhas e jogo o papel no lixo mais próximo virando de costas para ele.

—Oh Deus, como você é teimosa—ele fala baixo mas mesmo assim o ouço. Não digo nada apenas continuo a me afastar de seu corpo sem olhar para trás—Pare de culpar as outras pessoas pelos erros que você cometeu.

Desta vez meus pés ficam grudados no chão, não consigo os mexer. Me viro para observar os olhos verdes que me antes enxergavam além de mim.

—Sabe por que eu não terminei com ele antes?—o pergunto. Sinto minhas sobrancelhas pesarem em minha testa e minha garganta arder com as lágrimas que querem sair—Por que você não faria o mesmo.

Volto a fazer meu caminho a porta mais próxima mas sinto meu braço ser puxado e meu corpo jogado contra seu peito.

—Pela última vez, Sydney. Eu não tenho com quem terminar—me afasto imediatamente ao tocar sua camisa. Já não consigo controlar minhas lágrimas.

—Exatamente, Christian! Você está para sempre casado com si mesmo—Coloco minha bolsa na minha frente como se tentasse me defender. Minhas palavras saem cortadas e distorcidas ao sentir meu lábio inferior tremendo como se tentasse controlar o rio dentro de mim—Se eu terminasse com ele. Eu seria apenas uma das garotas aleatórias com quem você transa.

—Pare de ficar na defensiva, cacete. Não é culpa minha que você se sente assim—seu braço ainda segura o meu. Sinto seus dedos ao redor do meu pulso apertando a pulseira contra minha pele.

—Vai se foder, Christian—digo baixo puxando meu braço para mim mesma tentando sair do aperto de sua mão.

Consigo andar alguns centímetros antes do corpo aparecer na minha frente como uma parede. Fecho meus olhos de cansaço. Sinto como se fosse desmaiar naquele momento. Meus músculos doem de treinar cada vez mais para tentar fugir das pessoas, meu peito arde com aquela dor que nunca acaba.

—Pare de correr das coisas que você não consegue controlar—sua voz está calma mas seu pescoço é erguido. Abaixo minha cabeça olhando para o gelo novamente. O que eu faria para apenas deitar ali e sonhar para escapar desse pesadelo.

Coração de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora