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O ônibus para em uma estrada coberta de neve acordando a loira deitada em meu ombro

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O ônibus para em uma estrada coberta de neve acordando a loira deitada em meu ombro

—Já chegamos?—Kate pergunta arrumando seu cabelo bagunçado do melhor jeito que consegue olhando o pequeno espelho em sua bolsa.

Eu olho para o lado de fora vendo casas grandes, gramados brancos e pessoas treinando cobertas de neve. A adrenalina preenche meu corpo com apenas a ideia de treinar naquele lugar gelado.

—Parece que sim.

Os passageiros do ônibus vão aos poucos acordando e se espreguiçando. Na viajem inteira, eu não preguei os olhos, exatamente como no avião. Eu gosto de observar as pessoas nas ruas e a natureza dos lugares, observando o ônibus passar rapidamente como se o tempo sob as rodas fosse mais veloz do que do lado de fora.

Mesmo parecendo ser a única acordada eu sei que tinha mais alguém.

Meu pescoço queimava com os olhos verde-esmeralda nos bancos do fundo. Às vezes eu ia no banheiro passando perto dos braços fortes e observando os olhos aparentemente desinteressados seguirem cada movimento meu.

As pessoas começam a se levantar mas eu continuo esperando obter a última foto da estrada. Eu observo o lado de fora pela minha janela encontrando uma árvore aparentemente morta com apenas uma flor rosa em um de seus galhos. Eu logo tiro a foto encontrando uma bela imagem que me satisfaz.

A beleza da solidão.

Me levanto para pegar minha bolsa logo encontrando um problema: minha altura.

De baixo eu vejo uma parte da bolsa azul apenas rindo da minha dificuldade. Começo a dar pequenos pulos cada vez mais alto e puxando a mala para mais perto.

Eu procuro pela minha amiga para dar uma mão, mas ela já está lá embaixo conversando e trocando olhares com os cabelos vermelhos.

Então eu continuo a pular, tentando ir cada vez mais alto até que ela fica presentes a cair e com mais um pulo eu vejo a bolsa pesada vir em minha direção.

Sem tempo para reagir eu apenas coloco as mãos em meu rosto esperando que a lâmina do patins não esteja prestes a bater em meu rosto.

Mas, para minha alegria, eu ouço a mala bater em outra coisa, com um pouco mais de veias e com certeza com mais músculos.

Eu abro os olhos encontrando um sorriso zombador e orgulhoso. Christian coloca minha bolsa na cadeira e começa a retirar as outras menores entregando para mim.

—Tenta não morrer até o final da competição—a voz grossa diz e eu sinto seu perfume preencher meu corpo.

—Com você como meu salvador não espero muito—pego uma mala de seus braços o provocando—Melhor já preparar o funeral.

Um sorriso nasce em seu rosto e ele se aproxima como nas outras vezes e eu me preparo mentalmente para outro surto de adrenalina, mas incrivelmente seu rosto passa diretamente pelo meu pegando o casaco em cima do encosto e o colocando em meu ombro.

Coração de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora