Já tem meia hora que eu acordei, mas ainda estou deitada na cama encarando o teto pensando se vale a pena me levantar.
Hoje é o dia que eu temi desde que descobri os planos dos meus pais de me mandarem para um colégio interno.
Eu não vejo porquê! Eu estou ótima no colégio que eu estudo, não preciso ir para esse colégio de ricos. Aqui eu tenho minha melhor amiga, tenho meu namorado, tenho meu quarto, não preciso ir pra lá.
Lá eu vou ter uma educação melhor? Sim. Mas mesmo assim acho desnecessário.
- Lua? - Ouvi minha mãe e não demorou muito para que ela abrisse a porta e aparecesse no meu quarto. - Oh filha, ainda está deitada? Você vai se atrasar. - Ela caminhou até minha cama e se sentou olhando pra mim.
- Se eu não for, não vou me atrasar. - Sorri mostrando os dentes. Eu ainda tinha esperanças de que ela tirasse essa ideia louca da cabeça.
- A gente já conversou sobre isso, Lua. É pro seu bem. - Ela sorriu. Eu não gostava de discutir com a minha mãe. Sei o quanto ela já sofreu e o quanto ela e o papai batalharam para que pudessem me sustentar. Eu era grata a eles por tudo, mas isso não quer dizer que eu concordava com essa ideia absurda!
- É eu sei... - Bufei tirando a coberta que ainda estava por cima de mim e me levantei.
Minha mãe me disse algo sobre meu café da manhã e logo saiu do meu quarto. Passei a mão no meu rosto e olhei ao canto do quarto vendo minhas malas prontas.
Vê-las só me fez cair a ficha de que eu realmente estava indo e que eu deveria me acostumar com aquilo.
Talvez lá não seja tão ruim. Talvez os quartos sejam grandes, ou a comida seja boa.
Fiquei o resto da manhã tentando colocar na minha cabeça que aquilo iria ser bom pra mim. Não estava dando muito certo, mas...
- Lua!! - Assim que sai do quarto minha irmã mais nova me abraçou. Sou apenas um ano mais velha que ela. - Você promete que vai me telefonar todo dia?
- Prometo, sua chata. - Sorri pra ela.
- Amigaa!! - Stefany, minha melhor amiga, apareceu na sala da minha casa junto com meu namorado, Jonny. Eles haviam me dito que estariam aqui para se despedir de mim.
- Oi amiga. - Fui em direção a ela e logo minha irmã cruzou os braços revirando os olhos. Minha irmã nunca gostou da Stefany, sempre me disse que ela era falsa. Eu nunca levei a sério, acho que ela só diz isso porque não conhece a Stef como eu conheço.
- Ai eu vou sentir tanto a sua falta. - Stef me abraçou. - Já separou tudinho? - Ela caminhou até a porta do meu quarto.
- Já sim. Ta tudo nas malas. - Respondi e olhei para Jonny.
- Vê se não vai me esquecer. - Ele abriu um sorriso e me deu um breve abraço.
- Digo o mesmo pra você. - Eu não sorri. Não estava sendo fácil pra mim ter que me afastar deles. - Eu vou sentir muito a falta de vocês. - Olhei para os dois que sorriram pra mim.
- Nós também vamos, amiga. - Stef falou sorrindo.
- Bom... Não querendo ser estraga prazeres, mas já sendo... - Meu pai apareceu na sala. - Temos que ir.
- Temos? - Perguntei baixo e ele assentiu.
O resto da despedida foi difícil pra mim. Stef, Jonny, minha mãe e minha irmã ficaram na calçada acenando enquanto o carro dava partida. Foi doloroso, mas eu tentei encarar aquilo como uma nova " aventura " pra mim.
Se eu não gostasse de lá, daria um jeito de ser expulsa.
O caminho todo seguiu em silêncio entre mim e meu pai, o único som era do carro e da rádio que tocava Avicci.
Nós levamos um BOM tempo pra chegar lá. O colégio era literalmente no meio do nada! Era em uma cidade pequena, pacata, não havia quase nada lá de interessante.
O colégio era uma enorme estrutura, parecia um castelo até, ou melhor, um monumento histórico. Achei bem assustador pra falar a verdade.
Era cercado por um gramado e fechado por um enorme portão de ferro.
Assim que entramos, meu pai estacionou o carro e olhou para mim aguardando que eu descesse do mesmo.
- Você não vai me deixar aqui né pai? Olha esse lugar! Parece Hogwarts! - Meu pai riu.
- Não exagere filha. Aqui é muito bonito. - Ele falou enquanto olhava pela janela. - Sei que vai gostar.
- Você, definitivamente, não me conhece. Olha pra isso! Aqui só tem filhos de ricos. - Olhei para alguns alunos que andavam pelo gramado e logo notei que todas as garotas usavam uniforme. TODAS! Uma saia que eu não soube se era preta ou azul escura, uma blusa social branca, e algumas até usavam um jaleco da mesma cor da saia. - Eu vou ter que usar aquilo também??
- Acredito que sim. - Meu pai assentiu.
- Não não... prefiro a morte. - Cruzei meus braços.
- Não seja assim Lua. Vamos logo. - Meu pai saiu do carro e aguardou pacientemente até que eu entendesse que não teria escolha e saísse do carro. - É só um ano.
- Pouco né. - Ironizei e ele riu.
- Vem, vamos. - Meu pai me levou oara dentro do grande colégio que parecia um museu e lá dentro conversou com uma mulher que nos orientou a ir a sala da diretora. Ela explicou exatamente onde era e logo fomos.
Será que tem coisa pior do que ser uma aluna nova depois que as aulas já começaram?
Enquanto passávamos, muitas meninas me olhavam torto. Algumas me analisavam dos pés a cabeça, e outras até riam.
Eu mal tinha chegado e já queria meter o pé dali.
Nós andamos milhares de corredores até finalmente chegar na tal sala da diretora, onde uma mulher nos recebeu com um grande sorriso.
Eu e meu pai nos sentamos a mesa junto com a mulher e eu ignorei totalmente a conversa deles. Nada daquilo me interessava.
Meu pai assinou uns papéis, a mulher deu algumas orientações e logo eles se levantaram. A mesma disse que me mostraria o colégio.
- Mãe, eu vim quan... - Todos olhamos para a porta. E o que eu vi me deixou de boca aberta. Pensa num cara lindo. Maravilhoso. Deslumbrante. Incrivelmente gato. Então, foi a visão que eu tive. Um garoto uniformizado entrou na sala falando algo, mas parou ao nos ver.
Talvez eu tenha congelado um pouco no meu lugar quando o olhar dele parou em mim e me analisou dos pés a cabeça.
- Ah filho, ainda bem que você apareceu. - A diretora saiu de trás de sua mesa e foi até o garoto. - Lua, esse é o meu filho: Thomas. - No segundo seguinte o garoto estendeu sua mão na minha direção.
Eu demorei um pouco para corresponde-lo, o que com certeza me fez parecer uma idiota.
- Muito prazer. - O Garoto abriu um lindo sorriso que me deixou ainda mais boba.
Pera, para ai né Lua! Tu tem namorado! Toma vergonha nessa cara garota!
- Ela é aluna nova. Poderia mostrar-lhe seu quarto? - A diretora perguntou.
- O quarto dele? - Perguntei e no instante seguinte me arrependi. Todos me olharam estranho e eu quis enfiar minha cabeça num buraco.
Parabéns, Lua! Já começou bem.
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Continua...Eu espero muito que vocês gostem dessa nova história♡♡♡
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No Colégio Interno
RomanceLua, uma garota comum, que vai a escola, tem sua família e amigos vê tudo desmoronar de uma hora para a outra por conta de uma decisão de seus pais. A garota terá que deixar tudo para trás e se mudar para um colégio interno longe de tudo e todos o...