09_ Rola um clima!

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Eu permaneci paralisada por um tempo olhando pra ele. Era totalmente estranho a sensação que Thomas me fazia sentir sempre que fincava seu olhar em mim.

Minha respiração pesava, minhas pernas amoleciam, minha barriga revirava e eu simplesmente perdia as palavras.

- O gato comeu a sua língua? - Ele sorriu novamente. Aquilo era insano! Nem com meu namorado eu sentia essas coisas.

- ... não. - Falei quando voltei a mim. - Cadê sua mãe? - Thomas se encostou na cadeira nas costas da cadeira de novo e deu de ombros. - Você não sabe?

- Eu deveria?

- Ela é sua mãe. - Afirmei.

- E por isso eu devo saber onde ela está o tempo todo? - Ele me encarou com um meio sorriso. Por que eu me sinto tão intimidada?

- Eu... volto outra hora. - Falei virando as costas. Mas assim que me virei, dei de cara com a diretora que estava entrando. A mesma se assustou quando me viu.

- Oh... Lua? O que faz aqui? - Ela me olhou e em seguida olhou para seu filho.

Eu vi que ela estava pensando merda, então imediatamente mostrei o papel a ela. Ela o olhou e fez uma cara de decepção.

- Não esperava isso de você Lua. - A diretora pegou o papel da minha mão e caminhou até sua mesa. Thomas se levantou para que ela pudesse sentar e caminhou até um sofá ao canto da sala.

Ele se sentou no sofá e ficou olhando pra mim com um sorriso ladino. Eu estava sentindo minhas bochechas corarem com aquilo.

Por que ele estava me olhando tanto??

A diretora leu o papel com atenção depois que colocou seus óculos, assinou-o e guardou.

- Eu vou ser expulsa? - Deixei a pergunta escapar e ela me olhou.

- Não, não exagere. Aqui diz que você apenas apresentou uma má conduta. Provavelmente por não conhecer todas as regras ainda. - Ela sorriu. O que????

- O que? Ai não está escrito o que eu fiz?? - Dei um passo a frente tentando olhar o bilhete, mas não consegui.

- Não. Sua professora não especificou. - Ela falou e eu comecei a me perguntar o porquê da professora não ter contado que eu taquei produto químico na coleguinha.

Eu fiquei confusa, mas me toquei que já deveria ter saído quando a diretora me olhou por cima de seus óculos querendo saber porque eu ainda estava ali.

- Eu ... vou indo. - Sai apressada da sala e nem notei que o meu prendedor de cabelo havia se soltado.

Só percebi quando senti meus cabelos caindo sobre meus ombros e uma mão segurando meu braço.

- Lua. - Ouvi a voz de Thomas e me virei vendo-o na porta com o meu prendedor em mãos. Olhei para sua mão branca que tinha uma tatuagem segurando o meu braço, e rapidamente ele soltou-me. - Você deixou cair. - Ele falou devagar. Eu estava começando a corar, Thomas estava analisando todo meu rosto.

- Valeu. - Peguei o prendedor de sua mão e já o levei até minha cabeça para prender o meu cabelo.

- Deixa ele solto. - Ele falou me fazendo olha-lo.

- O que?

- Você fica linda com ele solto. - Thomas falou fazendo meu coração acelerar de uma forma sobrenatural.

O mesmo permaneceu olhando pra mim por mais um tempo, mas de repente ele olhou para trás de mim e assim entrou de volta na sala me deixando completamente confusa.

Olhei para trás encontrando Amy me encarando de boca aberta.

- O que... foi... ISSO?? - Ela deu um pulo na minha direção.

- Isso o que?

- Como " isso o que " ?? - Amy praticamente gritou e puxou o braço para que saissemos da frente da diretoria. - Você... o Thomas... vocês dois... seu cabelo... - Ela começou a se enrolar e eu acabei rindo disso. - Vocês tem uma química!

- O que? Não viaja! - Cruzei meus braços.

- Não to viajando! Eu vi o que eu vi e eu sei o que eu vi. Vocês se gostam! - Ela falou animada.

- Ta doida Amy?? Eu conheço ele tem um dia! A gente não se gosta. - Neguei realmente achando um absurdo a possibilidade de nós nos gostarmos. A gente trocou tipo, 5 palavras!

- Mas rola um clima entre vocês. - Ela sorriu maroto. - Ele até te chamou de linda!

- Aquilo foi... - Tentei inventar qualquer coisa na minha cabeça, mas eu sabia que nada tiraria da cabeça da Amy que havia um " clima " entre mim e Thomas.

Por um momento, mesmo eu sabendo que era errado, eu quis que Amy estivesse certa.

- Amor? Paixão? Clima? Conexão? Química? - Ela sorriu. - Eu nem estava com vocês mas já estava me sentindo de vela!

- Você está exagerando. - Virei as costas e comecei a andar pelo corredor.

- Não to exagerando! Você sabe o que é ver o cara mais misterioso desse colégio, o cara que fecha a cara e que não fala com garota alguma DO NADA falar com uma e até chama-la de linda? É quase um pedido de casamento. - Comecei a rir do que ela havia falado e avistei Dana e Erick vindo em nossa direção.

- Você... é... muito... exagerada. - Falei pausadamente olhando pra ela.

- Não sou. Depois daquilo eu até acredito que ele tenha mesmo sorrido pra você. - Ela parou e se abaixou para amarrar o seu cadarço. - Me fala, os dentes dele são feios?

- Não, Amy. - Falei rindo de sua pergunta. - Ele tem os dentes mais brancos e bem alinhados que eu já vi.

- Hmmm mas você reparou bem, né safadinha. - Ela se levantou e tocou em mim com seu cotovelo enquanto sorria maroto.

- Para de pensar merda, Amy. - Falei rindo e Erick e Dana finalmente chegaram até nós, ambos com um semblante de quem iria aprontar algo.

- O que vocês estão tramando? - Encarei eles.

- Como sabe? - Dana perguntou.

- A cara de vocês não mente. - Sorri convencida.

- Chega ai. - Erick andou para um canto onde tinham menos alunos e nós o seguimos. - A gente ta planejando invadi a sala de vídeo hoje. - Ele falou com um sorriso perverso enquanto esfregava suas mãos.

- Sala de vídeo? Aqui tem isso? - Era difícil pra mim imaginar que aquele colégio pré histórico tinha uma sala de vídeo.

- É claro! Mas poucas pessoas tem acesso. Nós mesmos só vamos lá quando algum professor resolve passar algum filme histórico ou cultural. Um saco. - Dana completou.

- Eu achei uma ideia genial! - Amy sorriu animada. - Quem vai?

- Não é muita gente. São alguns amigos meus, umas meninas da sala da Amy, a Brooke.. - Amy o interrompeu.

- Ta legal, de quem foi a brilhante ideia de chamar a Brooke? - Amy cruzou os braços nada satisfeita com o que havia escutado.

- Minha. - Dana falou nos fazendo olhar pra ela. - Que foi gente? Seria impossível sair do quarto de noite sem ela perceber! Se a Brooke descobre que estamos fazendo algo assim e não a chamamos, ela vai ser a primeira a contar pra diretora.

- Que merda. - Amy resmungou. - Mas fazer o que né...

- Vocês não vão precisar falar com ela. - Erick deu de ombros. - Não se preocupem com isso... Nós vamos maratonar tanta série que vocês vão até se esquecer dela. - Erick falou nos fazendo sorrir.

Aquilo me animou. E se me pegassem, seria muito lucro pra mim.

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Continua...

No Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora