Comecei a entrar em pânico naquele quadro escuro e pequeno.
Tentei localizar o interruptor com minhas mãos, mas acabei esbarrando em várias vassouras. Ali era o quarto de limpeza.
- BROOKE!!! BROOKE ME TIRA DAQUI!!! - Gritei feito uma desesperada.
Naquele momento eu não estava preocupada se alguém me escutasse e descobrisse que eu havia saído do quarto fora do horário, eu só precisava sair dali.
Eu gritei o mais alto que consegui, até que me minha garganta falhou e eu comecei a tocir.
Me sentei no chão encostada na porta e abracei minhas pernas. Eu não curtia muito lugares pequenos e fechados, não chegava a ter pânico, mas não era nada legal.
Se eu tivesse a porcaria do meu celular aqui, avisaria a alguém.
Revirei meus olhos ainda abraçando minhas pernas, até que eu ouvi passos no corredor.
- Ei! Tem alguém ai?? - Chamei batendo a porta mas ninguém me respondeu. - EI! EI!!
Nada. Nem um ruído.
Me sentei no chão novamente com minhas expectativas frustadas e abaixei minha cabeça.
[...]
Eu não soube ao certo quanto tempo eu fiquei ali, mas pelas minhas contas deveriam ter sido uns 30 minutos.
Eu estava com minhas pernas doendo e minha garganta ardendo de tanto que eu havia gritado.
Foi quando ouvi passos no corredor novamente e me levantei.
- EI!! TEM ALGUÉM AI?? - Gritei batendo na porta.
- Lua?? Lua você ta ai?? - Ouvir a voz de Thomas naquele momento me causou uma mistura de alívio e alegria.
- THOMAS?? THOMAS ME TIRA DAQUI! - Gritei desesperada e notei que ele estava girando a maçaneta tentando abrir.
- Ta trancada. - Ele falou. - Se afasta da porta Lua!! - Ele gritou e eu me afastei me encostando numa estante com produtos de limpeza.
Em seguida comecei a ouvir o enorme estrondo, Thomas estava chutando a porta.
Na terceira vez a porta foi arrombada me dando a visão de Thomas que logo correu na minha direção.
Eu corri na direção dele caindo totalmente em seus braços e sentindo o maior alívio da minha vida.
- Lua? O que aconteceu? Por que você estava presa aqui?? - Ele perguntou me soltando e me analisando. - Você está machucada??
- Não, eu to bem. - Passei as mãos no meu rosto e Thomas me puxou pra ele de novo me abraçando e acariciando a minha cabeça.
- Quem te prendeu aqui?
- Quem você acha? - Revirei meus olhos.
- O Jonny??
- O que? Não! A Brooke! Aquela piranha ruiva! - Apertei meus punhos com raiva.
- Ela te trancou aqui?? A Brooke foi me encontrar no bebedouro quando eu estava te esperando e disse que você mandou ela me avisar que não iria mais. Que achava muito arriscado fugir e que eu não valia a pena sua expulsão. - Arregalei meus olhos assim que o ouvi. - Eu não acreditei nela, fiquei lá te esperando até agora! Mas como você demorou demais, eu vim te procurar.
- Ai que raiva daquela garota!! - Bati na porta com raiva. - E a gente não pode nem contar pra sua mãe.
- Por que não?
- Primeiro, eu deveria estar no meu quarto, não em uma fuga da escola, segundo isso é uma tremenda acusação, sua mãe não acreditaria sem provas. - Olhei pro chão.
- Vamos dar um jeito. A Brooke não pode se safar depois do que fez com você hoje. - Thomas estava com raiva, eu podia ver em seus olhos.
- Minhas pernas estão doendo. Acho que eu bati em algum lugar quando eu cai. - Passei a mão na minha perna fazendo uma careta.
- Acho melhor deixarmos a nossa saída pra outro dia. - Sua voz demonstrou o quanto ele estava triste.
- Não! - O olhei. - Eu fiquei o dia todo curiosa, a gente vai nem que eu vá me arrastando. - Thomas riu da minha reação e pegou na minha mão.
- Tem certeza? - Ele me olhou com um sorriso.
- Tenho Thomas. - Sorri.
- Quer que eu te leve no colo? - Ele perguntou me fazendo rir.
- Não precisa. - Respondi rindo e logo saimos do Colégio.
Thomas me levou para trás do Colégio onde tinha um pequeno portao, cujo ele tinha a chave, coisa que não me surpreendeu.
Nós saímos para a rua e lá fora ele pegou na minha mão enquanto andávamos.
- Será que ninguém ouviu? Eu gritei feito uma condenada e você arrombou a porta com tudo. - O olhei.
- Os quartos não ficam perto dali.
- Mas o barulho foi alto.
- Então vamos torcer para ninguém ter escutado. - Ele falou rindo.
Thomas manteu silêncio o caminho inteiro, por mais que eu perguntasse, ele não contava o que queria dizer pra mim.
O mesmo me levou até o mesmo lugar onde havia me beijado pela primeira vez, naquele banco no alto de um morro entre duas árvores.
Quando chegamos lá, nós nos sentamos e ele permaneceu quieto, na verdade parecia meio inquieto.
- Thomas você ta bem? - Thomas olhou pra mim e forçou um sorriso.
- To. - Ele se pôs de pé e me puxou também para ficar a sua frente. O mesmo segurou minhas mãos e me olhou nos olhos. - Eu não sou muito bom nisso.
- Você ta me matando de curiosidade. - Sorri pra ele e o mesmo ficou um tempo olhando pra mim sem dizer nada. - Thomas?
- Lua você quer namorar comigo? - Ele soltou tudo de uma vez, eu quase não entendi o que ele disse.
Quando me toquei, consegui entender o seu nervosismo. Thomas achou melhor soltar tudo de uma vez do que ficar enrolando, e eu amei daquela forma.
- Thomas eu... - Ele me interrompeu.
- Eu não consigo parar de pensar em você. Você é linda, tudo em você me encanta, eu to apaixonado e quero que seja minha namorada. - Abri um enorme sorriso quando ele disse aquilo. - E então, você aceita?
- É lógico né! - Pulei nos seus braços cortando minhas pernas em sua cintura e ele me abraçou forte.
Senti uma alegria imensa só de imaginar: Thomas MEU namorado.
Me soltei dele e o mesmo me beijou.
- Você realmente não imaginou que seria isso? - Ele perguntou com um sorriso. - Eu achei que tinha deixado na cara.
- Eu sou lerda Thomas. - Passei a mão no cabelo e ele riu.
- Sobe no banco. - Ele falou apontando para o banco.
- O que?
- Sobe. - Ele sorriu.
Dei de ombros e subi no banco.
Thomas ficou de costas pra mim e me pegou no colo, me fazendo ficar em suas costas. Segurei em seu pescoço e ele riu.
- Thomas! Calma! - Falei quando ele começou a andar.
- Confia em mim, amor. - Sorri assim que o ouvi.
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Continua...
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No Colégio Interno
RomanceLua, uma garota comum, que vai a escola, tem sua família e amigos vê tudo desmoronar de uma hora para a outra por conta de uma decisão de seus pais. A garota terá que deixar tudo para trás e se mudar para um colégio interno longe de tudo e todos o...