67_ Doença?

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- É dessa família que você vai fazer parte. Tem certeza de que quer isso? - Meu pai perguntou olhando para Thomas que acabou rindo da pergunta.

- Nós não somos sempre assim. - Falei em nossa defesa. - Só estávamos falando sobre o crush da Lana.

- Crush? Que isso? Doença? - Meu pai perguntou confuso, coisa que fez eu e Lana gargalharmos.

- O Thomas é o crush da Lua, pai. Entende? - Lana perguntou e meu pai fez uma expressão pensativa. Depois de um tempo o mesmo assentiu.

- Ah sim. Espera... você também ta namorando?? - Meu pai a encarou e a mesma corou na hora.

- Não, pai. - Me intrometi. - Ela só conhece um garoto e acha ele bonito. Não estão namorando... ainda.

- Precisamos conversar depois, mocinha. - Meu pai a olhou sério mas logo abriu um sorriso. Ele era sempre assim, bancava o durão mas era um brincalhão. Acho que o fato de terem mais garotos por perto o aliviaria de viver numa casa só com mulheres.

- Não posso falar disso com a mamãe? - Lana perguntou fazendo uma careta e olhou para minha mãe. - Sem a colher de pau. - Minha mãe acabou rindo e assentiu.

- Bem, você não me apresentou seu namorado ainda, Lua. - Minha mãe falou tirando o avental e olhando para Thomas que logo sorriu para a mesma.

- Esse é o Thomas, mãe. - Thomas se aproximou de minha mãe e ela o cumprimentou. - Minha mãe. - Sorri pra ele.

- É um prazer. - Ele sorriu pra ela. - É realmente muito bom conhecer os responsáveis por colocar a Lua lá no colégio. - Thomas olhou pra mim. - Ela foi a melhor coisa que me aconteceu esse ano.

- Awwn. - Lana sorriu.

- Por que você não é assim? - Minha mãe catucou meu pai que a encarou.

- Quer que eu seja meloso desse jeito? - Meu pai a encarou nos fazendo rir.

- Não seja bobo. - Minha mãe lhe deu um tapa e meu pai abraçou com um sorriso.

- E então? - Me aproximei de Thomas. - Como foi com o meu pai?

- Mais tranquilo do que eu pensava. - Ele sorriu aliviado. - Seu pai é muito gente boa.

- Eu disse que ele só estava se fazendo de durão. - Sorri.

Minha mãe disse que o almoço estava pronto e logo nós nos sentamos a mesa.

Meu pai e Thomas estavam conversando sobre algo que eu não entendo absolutamente nada: futebol.

Eu até que entendo os homens. Acho que quando eles encontram outros caras que gostam dos mesmos times que eles, eles amam conversar sobre.

Tipo eu quando encontro alguém que gosta de Now United ou kpop.

- Mãe? - A chamei quando tudo ficou em silêncio. - A mãe do Thomas mencionou uma vez que te conhece.

- É verdade. - Thomas assentiu.

- Jura? Qual o nome da sua mãe, Thomas? - Minha mãe perguntou o olhando.

- Marcia. - Thomas respondeu. Me senti mal por nem eu saber qual era o nome dela. Sou tão acostumada a chama-la de diretora.

- Marcia? - Minha mãe fez uma expressão pensativa. - Espera, que estudou no colégio interno e se formou em letras? Uma de cabelos curtos e olhos bem clarinhos?

- Isso. - Thomas assentiu. - A conhece mesmo?

- Claro! - Minha mãe sorriu. - Eu e ela éramos melhores amigas na época do ensino fundamental. - Minha mãe estava sorrindo como quem se lembrava de uma época muito boa. - Mas no ensino médio eu fui transferida e perdi o contato com ela.

- Espera, você e a diretora eram melhores amigas? - Encarei minha mãe. - Você... estudou no meu colégio? Por que não disse?

- Eu não disse? Pensei que tinha dito. - Minha mãe deu de ombros ignorando totalmente o meu choque. - Espera, ela é diretora de lá agora? Por que não me disse?

- Porque eu não fazia a MENOR ideia de que vocês eram besties, né mãe! - Respondi rindo.

- E por que você não me disse? Você a viu quando foi levar a Lua. - Minha mãe encarou meu pai que a olhou com a boca cheia e a maior cara de quem não tinha culpa de nada.

Meu pai engoliu o que tinha na boca e respondeu:

- Mas você me da bronca por tudo. - Meu pai resmungou nos fazendo rir. - Eu não percebi que era a Márcia, ela não tinha mais 14 anos quando eu a vi.

- Eu não sabia que ela era diretora e muito menos que era sua mãe. - Minha mãe falou sorrindo para Thomas. - Segunda feira eu levarei a Lua pro colégio. - Minha mãe falou decidida. - Será que ela vai me reconhecer?

- É claro que vai. Você continua linda como no colegial. - Meu pai sorriu para a mesma.

Nós continuamos almoçando até que terminamos e minha mãe serviu a sobremesa, que era pudim. Ou seja, não comi.

Eu odeio pudim, e minha mãe sabe disso. Por isso sempre que ela faz pudim, ela faz algum outro doce que eu goste, naquele dia foi brigadeiro de leite ninho.

Nós não demoramos muito a terminar nossa sobremesa, e quando terminamos eu encarei meu pai ainda sentada a mesa.

- Que foi? - Meu pai perguntou confuso e eu apontei disfarçadamente com a cabeça para Thomas ao meu lado e ele entendeu o recado. - Ah... - Meu pai se inclinou pra frente, ajeitou a postura, cruzou as mãos sobre a mesa e olhou com uma cara de sério para nós dois. - Thomas... eu apoio o namoro de vocês dois.

Eu acabei rindo, não porque ele tinha permitido, mas por conta de sua postura de patrão contratando alguém.

- Ah... que bom. Obrigado! Prometo que farei a Lua muito feliz. - Thomas respondeu com um sorriso.

- Assim eu espero. - Ele falou seriamente mas logo abriu um sorriso. - Desejo o melhor pra vocês dois.

Eu me levantei da mesa e puxei Thomas para que saissemos da cozinha, eu precisava um pouco a sós com ele.

Acabei o levando para a frente da minha casa e lá nos sentamos na varanda.

- Eu disse que daria tudo certo. - Sorri para o mesmo e ele me olhou com um sorriso. - O que foi?

- Você ta tão linda. Eu queria ter dito isso antes mas fiquei com medo do seu pai achar desrespeitoso. - Ele falou coçando a cabeça e eu ri.

- Ele não ia dar a mínima contanto que você tope jogar Free Fire com ele. - Revirei os olhos e ele riu.

- Eu to muito mais aliviado agora. Na verdade, eu adorei a sua família. - Ele sorriu. - Ah... eu te trouxe isso. - Thomas me estendeu um pacote de bala fine. Como coube o bolso dele, eu não sei. - Eu comprei vindo pra cá, sei como gosta de doces.

- Ai obrigada! - Sorri. Realmente, eu amo doces. - Você me conhece tão bem.

- Eu te amo, Lua. - Ele sorriu pra mim.

- Eu também te amo, Thomas. - Sorri de volta e ele aproximou seu rosto de mim me dando um selinho.

Ouvimos meu pai coçar a garganta e o vimos na janela da cozinha. Quando o olhamos ele disfarçou fingindo estar limpando uma sujeira no vidro, coisa que nos fez rir.

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Continua...

No Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora