56_ Às 15h30!

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Amy abriu a porta dando acesso a uma sala grande cheia de computadores.

- Marcos? - Amy chamou pelo tal professor entrando na sala.

Eu e Dana a seguimos e assim que entramos, um homem, que realmente era muito bonito, apareceu por entre os computadores.

Ele estava sorrindo, mas parou quando viu Amy. Amy por outro lado abriu um enorme sorriso sarcástico pra ele.

- Amy, a quanto tempo. - Ele se escorou numa das mesas de braços cruzados. Amy sorriu convencida e ele olhou para mim e para Dana. - Quem é a moça? Nunca a vi.

- O nome dela é Lua. - Dana respondeu.

- É um prazer. - Ele sorriu ladino. - Por que não faz parte da minha turma? Não gosta de mexer com tecnologia?

- Se eu gostasse eu estaria na sua turma. - Falei, não foi na intenção, mas acabou saindo meio rude. Coisa que fez Amy gargalhar.

- Pois bem, em que posso ajudar? - Ele nos encarou.

- Acho que você sabe muito bem o motivo de estarmos aqui. - Ela cruzou os braços.

- Na verdade não.

- Não se faça de sonso. Você sabe muito bem que eu sei tudo o que acontece nessa escola. - O garoto parou de sorrir pra ela e a olhou meio preocupado, como quem estava com medo do que ela sabia. Mais uma vez... Amy estava certa. - Você tem permissão pra emprestar o roteador na escola pra uma aluna? Ainda mais pra aluna por quem você tem uma queda?

- Eu não sei do que ta falando. - Ele deu as costas para nós e começou a desligar os computadores.

- Você não sabe mentir, Marcos. Eu já sei da verdade. Sei muito bem que aquela piranha ruiva veio aqui e você emprestou o projetor pra ela! Aquela filha da mãe expôs algo íntimo de dois alunos do colégio na frente de todos no refeitório! Isso é algo bem grave.

Marcos olhou para Amy com um olhar de apavorado e a mesma sorriu com aquilo.

- O que você quer?

- Que conte a verdade.

- O que?? Eu posso perder o meu emprego!

- Vai perder se eu mostrar aquela fotinha sua se pegando com a Brooke atrás da biblioteca! - Amy falou fazendo me encarar Dana de olhos arregalados. Nós duas não esperávamos por aquilo. - Acho que se lembra dela, né? Ta revelada e guardadinha. Sabia que um dia seria útil.

- Amy...

- Amy nada! Ou conta pra diretora que a responsável pelo acontecimento no refeitório hoje foi Brooke, ou EU vou mostrar aquela foto pra ela. Acho que receber os pais da Brooke aqui te acusando de assédio é bem pior do que perder o emprego.

- Assédio? Eu não assediei a Brooke!

- Eu sei disso. Mas acha mesmo que a Brooke iria dizer que ficou com você por que gosta de você? - Amy riu. - Aquela piranha acusaria até a própria mãe para se safar.

O professor nos encarou sem saída e acabou bufando.

- Ta. Eu vou contar pra diretora. - Ele falou cabisbaixo.

- Ah não fica tristinho. Talvez a Brooke leve a culpa de tudo. - Amy falou num tom irônico. - Olha, você vai contar pra diretora as 15h30 em ponto! Ok?

- Por que? - Ele perguntou confuso.

- Porque sim. E não faça perguntas. - Amy revirou os olhos. - 15h30 na sala da diretora.

Amy virou as costas pra ele e nos puxou pra sair de lá.

- Por que 15h30? Qual o seu plano? - Dana perguntou.

- Quero fazer a diretora ficar irada com a Brooke. Lua e Thomas vão marcar de se encontrar na biblioteca de filosofia as 15h30. Nessa hora Brooke vai a prender e eu vou gravar. Quando eu chegar na diretoria eufórica e assustada com o que presenciei, a diretora vai ter acabado de ouvir sobre o que Brooke fez o refeitório. Vai ser a gota d'água! - Amy sorriu.

- Cara, você pensa em tudo! - Falei admirada.

- Obrigada. - Amy sorriu convencida. - Hoje o reinado da Bruxa acaba.

[...]

Estava agora em cima da arquibancada com Thomas. Amy estava do outro lado do campo escondida. Nós esperávamos um sinal dela dizendo que a Brooke estava nos ouvindo.

Não demorou muito para a mesma afirmar.

Quando Amy confirmou, Thomas começou a ser meloso e fofo comigo, assim como Amy tinha pedido. O mesmo começou a me elogiar o tempo todo e dizer o quanto estava feliz comigo.

Disse que eu era a garota mais bonita daquele colégio e que sempre teria olhos pra mim.

Por mais que estivéssemos fingindo, eu ainda via verdade nos olhos dele. Dava para ver que ele estava sendo sincero a cada palavra. Coisa que me fez sorrir feito uma idiota.

Thomas marcou comigo de me encontrar na tal biblioteca de filosofia as 15h30 e logo depois saímos dali.

- Eu espero muito que isso dê certo. - Falei rindo. - Escuta, o que disse lá? É verdade mesmo?

- Han? - Thomas me olhou.

- As coisas que me disse para irritar a Brooke, são verdade? - Perguntei novamente. Quando eu fiz isso, um vento forte bateu na gente e jogou parte do meu cabelo na minha cara.

Thomas sorriu com aquilo e direcionou sua mão até o meu cabelo o tirando do meu rosto.

- Eu não menti em nada. Pra mim você é a garota mais bonita desse colégio, eu sempre terei olhos pra você e no momento sou o cara mais feliz da terra. - Ele falou sorrindo.

Eu não aguentei, mesmo sabendo que tinham pessoas nos olhando, eu só dei um passo a frente e lhe abracei forte.

Thomas me devolveu o abraço e me deu um beijo na testa.

- Eu te amo. - Ele disse.

- Eu também te amo. - Respondi.

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Continua...

No Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora