22_ Estou apaixonada.

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Eu permaneci em silêncio enquanto Thomas se sentava em sua cadeira e comia um pedaço de sua torta.

- Thomas? - Ele me olhou. - Você pretende fazer faculdade? - Thomas abriu um sorriso olhando pra frente que me fez crer que a resposta era sim, e que ele gostava muito da ideia.

- Sim, eu... pretendo fazer biologia marinha. - Os olhos de Thomas brilharam quando o mesmo disse aquilo. - Eu gosto muito de estudar o oceano e os animais marinhos.

- Ah, eu não curto muito, mas amo biologia. - Sorri para ele que me devolveu o sorriso.

Thomas começou a falar do quanto gostava de peixes e de como amava visitar aquários, eu por outro lado não estava prestando tanta atenção, meu foco estava em seu sorriso a cada vez que falava.

Era óbvio, eu estava apaixonada por Thomas a dias e nem sabia.

Era sobrenatural o que Thomas me fazia sentir só com um simples sorriso. Eu estava enlouquecendo.

Naquele momento parei de olha-lo e me vi numa situação em que eu detestava estar. Eu nunca, desde sempre, nunca tive coragem de contar sobre os meus sentimentos.

Com Jonny eu não tive essa dificuldade pois ele me disse primeiro. Mas sempre que eu gostava de algum garoto, eu não conseguia contar pra ele, sentia medo de rejeição.

Olhando para Thomas sem saber sobre seus sentimentos por mim, eu senti medo de ser rejeitada. E aquele era um sentimento horrível.

- Lua? Ta tudo bem? - Thomas chamou minha atenção me fazendo olha-lo novamente.

- Hm... sim. - Sorri sem jeito.

- Eu to te enchendo com esse papo né? - Ele riu. - Desculpa, é que quando eu começo a falar disso eu não paro mais.

- Tudo bem. Eu gosto de te ouvir. - Ele sorriu pra mim. Olhar para Thomas agora, depois de ter assumido para mim mesma que eu estava apaixonada, era diferente. Eu já o achava perfeito, mas agora... era algo de outro mundo. Será possível que o Thomas não tinha um defeito para eu ao menos achar que tenho chances?

- Mas chega de me ouvir, fale um pouco de você. - Ele apoiou seu rosto na mão me olhando.

Eu estava começando a me sentir patética de tanto admira-lo.

- Bem, eu... faço 18 anos ainda esse mês, sempre fui uma adolescente normal que vai escola e nada de extraordinário. Eu pretendo fazer faculdade, mas ainda não sei de que. Apenas quero que seja na área de biológicas. E acho que o que eu gosto de fazer é... desenhar.

- É mesmo? Você tem desenhos com você no colégio?

- Tenho alguns. Não trouxe tantos porque os que mais gosto ficam colados na parede do meu quarto.

- Ah sim. - Ele assentiu. - Você me desenharia? - Ele sorriu ladino.

- O que? - Afastei minhas costas pra trás.

- Quero saber se me desenharia. Eu seria seu modelo sem problema algum. - Ele sorriu mostrando os dentes.

E seria eu capas de desenhar tamanha beleza??

- Ah... eu não sei. Talvez você se ofenda com o que sair. - O mesmo riu.

- Vindo das suas mãos, eu não tenho dúvida de que ficará muito bom. - Ele sorriu e eu olhei pra frente. Evitar o contato visual com ele me previniria de ficar corada.

Acabei vendo que eu nem havia tocado no pedaço de torta a minha frente.

Me aproximei da mesma e a comi para disfarçar minha vergonha. Isso já ta ridículo. O Thomas diz uma palavra e eu coro feito uma retardada.

Thomas aguardou eu terminar de come-la, pagou o garoto que nem dirigiu o olhar a mim e logo saímos da padaria.

- Onde vamos agora? - Perguntei enquanto ele olhava de um lado para o outro.

- Eu quero te mostrar um lugar. - Thomas se virou pra mim e no instante seguinte pegou na minha mão e me puxou para ele rapidamente.

Eu não havia entendido, mas entendi quando um cara passou de moto de repente onde eu estava buzinando.

- Você ta bem?? - Thomas me olhou preocupado.

- Estou, não se preocupe. - Assenti e Thomas olhou para o cara que já havia ido.

- Tudo bem, vamos. - Ele sorriu e começou a caminhar ao meu lado, e a melhor parte pra mim, era que ele não havia largado a minha mão.

Thomas caminhou comigo por mais um tempo me contando como era ser filho da diretora. Thomas me disse que por mais que ele tivesse seus privilégios, em cima dele também havia uma enorme cobrança. Pelo que eu entendi, a diretora pegava super no pé dele para que ele tivesse as melhores notas e fosse o melhor de sua classe.

Thomas não parecia ver aquilo como algo ruim, ele apenas entendia que ela queria o bem dele. O que é um pensamento maduro na minha opinião.

- Chegamos. - Ele parou me fazendo parar também e olhar para o que me parecia ser uma pequena exposição de desenho e pintura numa praça aberta.

- Thomas... - Eu estava realmente desacreditada que ele havia me levado ali. Eu nem ao menos sabia da existência daquele lugar.

- Foi pura coincidência. - Ele riu. - Você disse que gostava e na hora eu lembrei disso aqui. Eles estão aqui apenas durante essa semana.

Eu gostava de desenhos e pinturas, mas nunca tinha tido a oportunidade de ir a uma exposição.

Ver todos aqueles desenhos e pinturas de tinta a óleo me fizeram sorrir instantaneamente.

- Obrigada! - Num impulso eu acabei abraçando Thomas que foi pego totalmente de surpresa.

O mesmo retribuiu o meu abraço e no mesmo momento eu comecei a sentir o meh coração acelerar num nível absurdo.

Me afastei dele me sentindo totalmente sem graça e notei que ele também havia ficado com toda a minha aproximação repentina. Pareciamos dois bobos envergonhados.

Me virei pra frente ficando de costas pra ele apertando minha bolsa em minhas mãos. Eu estava tão boba. O que Thomas estava fazendo comigo??

Respirei fundo e comecei a caminhar pela praça observando cada quadro. Haviam poucas pessoas ali, mas haviam tantos quadros lindos.

Ao lado de cada quadro havia uma foto e o nome do autor da obra. O que me surpreendia, é que haviam autores de todas as idades e estilos. Tantos idosos, quando adultos, quanto jovens. Porém, eu não conhecia ninguém.

Thomas me acompanhava, pela primeira vez andando devagar, e parava ao meu lado a cada vez que eu parava.

- Nossa. - Thomas falou para si mesmo analisando um dos quadros, cujo não me surpreendeu ser uma pintura do oceano. - Queria ter talento pra isso, eu apenas sei desenhar bonecos de pausinhos. - Ele falou me fazendo rir.

- É linda né? - Sorri olhando pra pintura. Eu também invejava quem conseguia pintar daquele jeito, eu não chegava nem aos pés da pessoa.

- É sim. - Ele falou, só que ele não estava olhando para a pintura, estava olhando pra mim. - É muito linda. - Thomas pegou na minha mão e sorriu pra mim.

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Continua...

Capítulo atrasado por motivos de eu estar assistindo dramas coreanos.

Perdoem-me, mas para compensar: Haverá mais 2 hoje ainda♡ aproveitem

No Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora