No Colégio Interno

32_ Aula de artes.

Todos pareceram ficar empolgados com o nosso " modelo".

A professora colocou Thomas sentado a frente da classe e lhe pediu para que tirasse sua camisa, coisa que atiçou ainda mais as meninas e seus comentários.

Thomas tinha muitas tatuagens, coisa que a professora achou interessante que fizéssemos.

Thomas não pareceu gostar muito da ideia, mas obedeceu a ela. Professora louca. Nesse colégio que tudo é proibido, quero nem ver a cara da diretora quando ela descobrir sobre isso.

- É por isso que eu amo artes. - Brooke falou com um sorriso.

- Eu me recuso. Como a senhora pode me mandar pintar um cara sem camisa? Ta achando que eu sou o que? - Erick perguntou fazendo a turma rir.

Eu acabei rindo também e notei Thomas olhando pra mim.

- Isso é injusto. Podia colocar uma mina para nós garotos pintarmos. - Um dos meninos da sala falou.

A professora pareceu pensar um pouco e logo sorriu demonstrando ter tido uma ideia. Eu até que gosto dessa professora, ela é bem doidinha da cabeça. Acho que todas as professoras de artes que eu tive na vida eram.

- Ok. - Ela assentiu sorrindo. - Eu tenho a garota perfeita para servir de modelo para os rapazes.

- Opa! - O mesmo garoto sorriu animado e todos os outros pareceram gostar da ideia.

- Pode ser eu? - Brooke levantou seu braço o mais alto que conseguiu e sorriu para a professora.

- Eu voto na Lua. - Erick falou mexendo em um de seus pincéis.

- O que? - Brooke olhou de cara fechada pra ele.

- Eu também. - Jonny falou em seguida.

- Não! Euem. - Me pronunciei. - Eu quero pintar, não ser modelo de pintura. - Me afundei na cadeira e notei que Thomas queria rir, mas se segurou. Dei língua pra ele e ele piscou pra mim.

- Não não, eu tenho a pessoa perfeita. - A professora sorriu.

A mesma saiu da sala e não demorou muito para voltar com a melhor pessoa do mundo para ser pintada.

- Mas eu não sou modelo. - Amy entrou na sala sendo empurrada pela professora. - Se me pintarem feio eu vou dar com o quadro na cabeça da pessoa. - Ela falou fazendo a turma rir.

- Por que ela? - Brooke perguntou com cara de nojo.

- O cabelo dela vai dar destaque na pintura dos garotos. - A professora sorriu e colocou Amy ao lado de Thomas que estava sentado a frente da classe.

- Ta mas eu... Meu Deus. - Amy parou de falar quando viu Thomas sem camisa ao lado dela. A mesma o olhou e depois olhou pra mim de olhos arregalados.

- Que cara é essa, Amy? - Brooke a encarou.

- A que eu tenho. Que tal falarmos da sua que é bem ridícula? - Amy a encarou e a turma riu.

- Meninas, sem briga. Vamos todos por a mão na massa agora. - Ela sorriu. - Lembrando que não tem que ser necessariamente os garotos pintar a Amy e as garotas o Thomas, ok? Façam de sua escolha. Mas ganhará mais pontos quem pintar a pessoa do sexo oposto.

Ok, eu posso pintar a Amy que é bem mais fácil já que seu cabelo é quase um ponto de  referência. Se eu fizer um rosto com cabelo metade azul e metade e metade rosa todos vão entender que é ela.

Mas olhar para Thomas e vê-lo olhando pra mim com expectativas como se até estivesse ansioso para ver como eu o pintaria, me fez ter certeza de que era ele quem eu faria.

Eu não sei como eu conseguiria pintar tamanha beleza num quadro, que Jesus me ajude.

A aula prosseguiu com todos pintando o Thomas e a Amy. Amy estava nitidamente impaciente e louca pra sair dali logo, Thomas por outro lado continuava me olhando com muito interesse.

Eu estava com medo de ele não gostar ou achar ofensivo, mas eu estava me esforçando o máximo que eu consiguia. Acredite, era difícil se concentrar com o Thomas sem camisa a minha frente.

Quando a aula estava chegando ao seu fim, eu havia finalizado meu quadro. Não estava como eu queria, mas eu até que tinha gostado do resultado, só bastava saber se o Thomas iria gostar.

A professora começou a andar pela sala observando os quadros e comentando rapidamente cada um.

- Muito bom, Erick. - Ela sorriu para ele e eu olhei pro lado vendo o quadro que Erick havia feito. De fato, tinha ficado muito bom. Não parecia a Amy, mas seus traços foram muito bons.

- Olha, você leva jeito. - Falei tocando seu braço sorrindo e ele sorriu pra mim.

- Mas não chego nem aos seus pés. - Ele respondeu apontando para meu quadro.

A professora passou por trás de mim e parou com a mão no meu ombro.

- Minha nossa, Lua você tem um talento incrível. - Ela falou analisando o meu quadro com uma de suas mãos sobre o peito. - Venha ver Thomas.

Thomas rapidamente se levantou e caminhou até nós parando ao meu lado. Ele veio tão rápido que eu realmente percebi que ele estava extremamente curioso.

- Uau. - Ele abriu um sorriso que me fez ficar aliviada. - Lua isso é incrível. - Ele analisou mais o quadro. - Estou muito impressionado.

- Vem ver o meu Thomas. - Brooke chamou a atenção dele.

- Depois. - Ele respondeu ainda olhando o meu quadro, coisa que fez Brooke fechar a cara.

- Tá de parabéns viu Lua. - A professora sorriu e voltou a olhar os da turma.

- Gostou mesmo? - Perguntei inclinando minha cabeça pra cima encontrando Thomas que ainda olhava o quadro.

- É óbvio. - Ele sorriu.

O sinal tocou anunciando o fim da aula e Thomas colocou sua camisa de volta. Amy correu até nós e Erick se levantou fazendo maior barulho com sua cadeira e saindo apressado da sala.

- O que deu nele? - Amy perguntou e eu olhei para Thomas que assentiu.

- Erick? Erick espera ai! - Me levantei e corri atrás dele. - Erick? - O chamei saindo da sala e o mesmo se virou pra trás.

- O que foi? - Ele parou e eu caminhei até ele.

- Posso falar com você? - Perguntei e ele sorriu sem mostrar os dentes.

- Claro.

Puxei Erick pra um canto onde não tinham tantos alunos e parei na frente dele.

- Ai Erick, eu não sei como falar disso com você. - Coçei minha cabeça e o mesmo sorriu triste.

- Olha Lua, eu sei do que quer falar. E sim, eu gosto de você. Gosto muito. E sim, eu to mal com essa situação. Ver você com o Thomas não me faz nada bem e é por isso que eu tenho saído de perto de vocês. - Ele respirou fundo. - Eu gosto de você, mas não vou atrapalhar vocês dois. Não sou infantil a esse ponto. Eu vou ficar bem, não se preocupe. E pode contar comigo pra tudo.

- Você ta bem mesmo? Eu não quero você mal por... - Ele me interrompeu.

- Relaxa Lua. - Erick levou sua mão até minha cabeça e bagunçou meu cabelo. - Eu to bem. E vou estar do seu lado sempre. Se o tal Jonny te irritar, eu to aqui pra descer o braço nele. Já sei que a Amy me ajuda. - Ele falou me fazendo rir.

- Isso é um alívio. Eu não quero perder sua amizade. - Sorri pra ele.

- Não vai. Mas se o Thomas vacilar, me fala, ok? - Ele sorriu me abraçando de lado.

- Ok. - Ri dele e logo saímos dali.

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Continua...