26º

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Leiam a nota da autora.

Boa leitura.

Infâncias e a necessidade de liberdade.

E de um momento para o outro, o dia tivera passado rápido de mais. Já escurecera, as luzes da cidade de Seattle iluminavam-na resplandecentemente dando-me mais vontade de ficar no sitio onde estou e nunca mais abandonar o local.

Harry levara-me a andar nos carrosséis mesmo depois de eu o ter feito com o pequeno Maison, deixando a minha felicidade chegar ao rubro.

Esqueci Penélope durante horas. Não valeria o esforço remoer em algo imaturo e estupido. Não quero que Harry pense que estou insegura quanto á nossa relação e não iria sequer ocupar o meu pensamento com a loira. Pelo que Harry me contara apenas falaram de como iam as coisas pela sua cidade ao qual o moreno tivera respondido que por aqui também tudo estaria bem.

Penélope é professora também. Segundo sei, tirou o seu curso juntamente com o moreno e que se fizeram bons amigos que não se viam á alguns anos. Fui compreensível ao aceitar a repentina chegada da loira de novo da sua vida. Por mais que a sua companhia me incomodasse ligeiramente, não iria ser ruim comigo mesma ao ponto de não me permitir vê-lo com ela.

Meti para o lado os pensamentos maldosos que a minha mente queria formar ao questionar mais do que Harry me contara. Eu estou bem com o de olhos esverdeados e isso para mim basta. Acredito que não será ela nem ninguém que nos irá separar. Ou quero acreditar que não.

O seu Rang Rover desliza pelas estradas de Seattle suavemente. As luzes brilhantes a distanciarem-se cada vez mais enquanto um aperto no meu peito cresce por saudade. Sei que só agora abandonara o local, mas também sei que este dia fora inesquecível e que provavelmente não se irá repetir.

Não irei ter outro dia apenas com Harry, agora que a universidade está prestes a começar. Voltaremos aos encontros escondidos que tanto me agoniam, em que, as demonstrações do amor que sentimos um pelo outro, existem, mas não deixam de ser de forma cautelosa.

As suas mãos de pele áspera agarram o volante com força, os nós dos seus dedos a ganharem uma cor pálida. O seu rosto está firme, e os seus olhos profundos estão engolidos na escuridão da autoestrada. Focados na estrada á sua frente quase sem pestanejar. O seu respirar é pesado como se fosse difícil estar a faze-lo.

“Passa-se algo?” O meu indicador desliga o rádio que embora tocasse a volume médio uma música clássica qualquer, me estava a irritar. Ajeito-me no assento, apertando de seguida as minhas mãos para as aquecer.

“Hm?” Harry apenas abana a sua cabeça libertando-se do seu transe.

“Que tens?” Insisto.

“Nada.” O moreno curva um mero sorriso enquanto me olha por poucos instantes. Retorna o seu olhar para a estrada de imediato.

“Pareces nervoso.” Murmuro. Deixo de encarar o seu perfeito e esbelto rosto e decido olhar o vácuo á minha frente. Apenas se vê o escuro da noite, a estrada mal iluminada e muitas arvores que acompanham a extensão da mesma.

“Não.” É frio. Enrijeço no assento e movo-me em desconforto. Sinto os seus olhos em mim e na estrada e volto a mexer-me. “Estou apenas a pensar.” Confessa depois de suspirar.

“Em quê?” Questiono. Talvez não o devesse ter feito, mas algo se está a passar com ele e eu preciso de saber o quê.

“Rachel.” O seu tom é repreensivo, mas baixo na sua voz rouca natural.

“Harry.” Imito-o.

Encosto a minha cabeça no banco rolando os olhos até si. Estou cansada, muito cansada. O dia fora incrível, mas qualquer pessoa se esgota numa feira de diversões. Ainda mais quando temos de lidar com alguém que nos põe fora de nós com umas simples palavras. E Harry fá-lo sem sequer se aperceber.

Love Affair |hstyles|Onde histórias criam vida. Descubra agora