Love Affair |hstyles|

5º

Boa leitura meninas! Espero que gostem :)

Memórias passadas e empregado charmoso.

Sigo caminho atrás de Mark, procurando sinais de quem possa ser a pessoa que me veio visitar. Tenho a garganta seca e a postura firme com que o meu irmão se apresenta faz-me recear de quem quer que possa ser.

Descemos ambos a escadaria e finalmente ele me deixa passar. Vejo-o direcionar-se para a cozinha. Não há qualquer tipo de barulho, um silêncio completo. Os meus olhos rolam os espaços até pousarem no sofá de pele castanha á minha direita. Arregalo o olhar e sou, de imediato, engolida por memórias passadas.

Flashback.

“O que se está a passar aqui?” O meu rosto tremeu e ligeiras lágrimas começaram-se a formar.

“Rach!” O moreno virou as suas costas despidas e olhou-me surpreendido. “Eu posso explicar.” Pegou numa das suas tee-shirts pretas, enfiando-a desleixadamente pelo tronco repleto de desenhos tatuados.

“Eu-Eu não quero ouvir nada.” Limpei bruscamente os meus olhos e funguei tentando acalmar-me. Era mau de mais. Ele estava a trair-me durante este tempo todo e mesmo com os diversos avisos de Mark eu não quis crer. “Sabes que mais?”

“Rachel por favor.” Recuei para que a sua, agora, nojenta mão não tencionasse pousar na minha pele. Quem é que ele pensa que é? E quem é que ele pensa que eu sou?

“Ele é que tinha razão!” Gritei-lhe. A loira desconhecida tremeu ao ouvir-me e encolheu-se mais nos lençóis. Sinceramente não consigo ver qualquer tipo de pena na cara dela, mas também não a vejo gabar-se do que se está a passar. O moreno franziu a testa e os seus olhos ficaram estreitos.

“Ele?”

“O Mark idiota.” Voltei a gritar. “Sempre me avisou que não eras quem eu imaginava.” De novo as lágrimas regressaram e a minha respiração fugia a cada segundo que olhava a sua cara de meio arrependido, meio culpado. Como é que eu fui tão estupida? O rapaz assentiu e caminhou para mais junto de mim. “Porquê Zayn?” Raiva crescia dentro de mim, fechei os olhos tentando acalmar-me. Ouvi os seus passos e senti a presença da sua mão envolta no meu rosto. “Não me toques!” Gritei-lhe com tudo o que tinha.

“Rach.” Suplicou. “Desculpa-me. Eu posso explicar babe.”

“Não há nada para explicar. Eu não te quero ver mais á frente.” Com a palma da mão voltei a limpar o mar salgado que rolava sobre a minha cara. “A partir deste momento, para mim morreste.” O meu peito apertou e senti-me sem ar. Custava demasiado. Bem fui avisada e não quis saber.

Os meus pés embatiam no soalho de cada vez que andava sobre ele. Eu corria. Corria com toda a força e com toda a raiva que tinha. Soluços incontroláveis saltavam da minha garganta sem eu poder evitar e lágrimas escorriam sem haverem limites.

Flasbackoff.

Zayn tivera sido, em tempos, a minha grande primeira paixoneta. Tinha eu a idade do meu irmão. Pensava que por ter quem eu realmente gostava, estava no topo da minha vida, onde não existe ninguém para te derrubar. Foi deveras muito difícil vê-lo enrolado com uma rapariga, mais velha, mesmo de baixo do meu nariz. A partir daquele dia, reservei-me para o mundo e apenas eu e os meus amigos mais próximos, que não são muitos, é que interessavam. Dezenas de mensagens de um número desconhecido chegavam, todos os dias, ao meu telemóvel. Umas diziam para o perdoar e outras chantageavam-me não sei bem porquê. Claro que Mark ficou a saber de tudo o que tinha acontecido e ajudou-me bastante na minha recuperação. Assim como os meus pais. Mas ainda assim, algo estava vazio no meu peito e havia um buraco corroído nele. Parecia que a vida não fazia mais sentido. Doí-a muito perder a pessoa que estivera lá para nós. Ou que eu pensava que estava lá para me aconchegar sempre que precisa-se. Mas Zayn não passava de um traidor e foi isso que meti na minha mente. Mudei o meu contacto e fiz tudo para evitar a sua presença. O moreno chegou mesmo a mudar de escola, mas isso deveu-se aos seus pais terem sido transferidos para o norte da cidade devido aos seus empregos. Nessa altura, não evitei em agradecer mentalmente a quem quer que tenha sido o autor disso.